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Macaé (RJ), terça-feira, 25 de outubro de 2016, Ano XLI, Nº 9158
Fundador/Diretor: Oscar Pires
CADERNO DOIS O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ
Mestres das artes ganham evidência e muitos aplausos A exposição ‘Um Olhar Originário’ é inaugurada nesta terça-feira (25), reunindo 15 consagrados artistas macaenses e prestando homenagens a três artistas in memorian Isis Maria Borges Gomes
‘Um Olhar Originário’
isismaria@odebateon.com.br
M
ostra coletiva lança a proposta de promover discussão sobre estágio e destino das artes em nossa sociedade, já impulsionando a produção artística na cidade. Trata-se da exposição ‘Um Olhar Originário’, que é inaugurada nesta terça-feira (25) na Galeria de Artes Hindemburgo Olive, reunindo 15 consagrados artistas macaenses e prestando homenagens a três artistas in memorian. A exposição consta de 95 obras dos mais diversos segmentos artísticos, como pintura em óleo sobre tela, fotografia, escultura, serigrafia, entre outros, exibindo um brilho muito especial de talento. O idealizador e curador, Claudio Santos, ressalta a importância da mostra, visando colocar em evidência a geração de artistas que revolucionou o universo artístico de Macaé fazendo história nos anos 70 e 80. “O ato cultural é múltiplo em suas possibilidades sendo, neste caso, o mais importante ter o significado de um grito contra a submersão que artistas de vários segmentos, músicos, artistas plásticos, autores diversos sofrem, diante de uma política de fomento ora acanhada, ora
inexistente”, declara o curador, acrescentando que, antes mes-
mo de sua realização, a mostra já registra expressivo êxito,
através da resposta imediata dos expositores que se entu-
siasmaram e estão em clima de muita produção artística.
Para Claudio Santos, esta geração representada na mostra revolucionou não apenas no universo artístico, mas também no comportamento. “De forma espontânea, uma postura de sobrevivência intelectual e existencial, em um país mergulhado numa ditadura, romper com suas amarras pela arte. Havia uma busca incessante pelo prazer. Não se reunia para discutir destino, trilhava o seu caminho. Uns estudaram técnicas, frequentaram cursos, observaram a história da criação artística e escolheram linguagens. Havia uns poucos egressos da Escolinha de Artes que Dona Maria José dirigia, mas a principal característica deste grupo, ser formado por autodidatas”, afirmou. O curador da mostra esclarece que ‘Um Olhar Originário’ se traduz como genuíno resgate cultural. “A mostra é um presente concedido pela Fundação Macaé de Cultura para incentivar os que estão em atividade a produzir mais e mais para contemplação do talento e vanguardismo de suas obras. Este reencontro artístico que traz para o presente um período memorável da cultura local, terá um brinde especial oferecido pelo cantor e compositor Piry Reis”, adiantou. Claudio coloca ainda em destaque a homenagem especial a Dona Dezy, e o reconhecimento e saudade de Marco Aurélio e Niltinho Curvelo. AGITANDO O CENÁRIO ARTÍSTICO
Aplausos aos talentos macaenses Considerado um presente ao público macaense, a mostra ‘Um Olhar Originário’ consta de obras dos seguintes artistas: Rui Jorge Machado (Jojó), Manoel Reis, Nato Reis, Sérvulo Miranda, Iezi Bastos, Eisaburo Mori, D. Dezy Celem, Izaac de Souza, Sandra Wyatt, Martinho Santafé, Luiz Cláu-
dio Bittencourt (Dunga), Jailton Machado, Vanderlei Gil, Livio Campos, Romulo Campos, Vicente Klonowski. Também compõe o tributo a esta geração de artistas que marcou época na cidade, alguns acervos de Marco Aurélio Corrêa, Nilton Curvelo e Maria Klonowska (in memorian).
Claudio Santos faz questão de destacar que esta exposição tem a possibilidade, não apenas de dar visibilidade às obras e seus autores, mas provocar olhar para este quadro, promover discussão sobre estágio e destino das artes em nossa sociedade. “Não adianta formar artistas em suas escolas sem vislumbrar a sua efetiva prática. Não é apenas um mergulho no passado, mas sim, a partir da criação artística em rico passado, observar o seu futuro”, disse o curador afirmando ainda que a outra possibilidade é provocar os próprios artistas, no sentido de que eles se sintam estimulados e que sigam produzindo.