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Macaé (RJ), terça-feira, 22 de março de 2016, Ano XL, Nº 8972
Fundador/Diretor: Oscar Pires
CADERNO DOIS O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ
Escritor macaense disputa Prêmio Literário com Ferreira Gullar O professor Doutor Paulo Emílio Azevedo concorre ao prêmio Rio Literário com o livro “Notas sobre outros corpos possíveis” Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br
E
m tempo de celebrar 20 anos de carreira, escritor macaense conquista mais um destaque no cenário nacional da arte literária. Trata-se do professor Doutor Paulo Emílio Azevedo, o Xande, como é conhecido em Macaé, que tem um de seus oito livros publicados, intitulado “Notas sobre outros corpos possíveis”, em evidência na grande final do prêmio Rio Literário, uma realização da Fundação Cesgranrio. Ao seu lado na disputa, estão grandes nomes da literatura nacional como Vladimir Safatle, Eduardo Viveiros de Castro, Luiz Carlos Bresser-Pereira e Ferreira Gullar, um dos imortais da Academia Brasileira de Letras. Há muito que o escritor macaense vem se consagrando na literatura, mesmo transitando entre tantas manifestações artísticas (Dança, Música, Cinema, Performance, Poesia etc). Por mais de duas décadas, Paulo investiga e age sobre a interface cultura, sociedade e educação sua estratégia de identificação, reconhecimento e fomento às potências da arte. O seu trabalho atravessa um cruzamento entre teoria e prática, de modo sedutor, trazendo resultados
expressivos e legítimos. Referindo-se ao prêmio Rio Literário, Paulo é categórico: “não acredito em favoritismo, mas na diversidade e criatividade do escritor. Pois, que vença o mais necessário aos leitores”. “NOTAS SOBRE OUTROS CORPOS POSSÍVEIS”
O livro “Notas sobre outros corpos possíveis” serviu como base à tese de Doutorado defendida, recentemente, no Departamento de Pós- Graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio, e traz para a esfera pública uma reflexão entre política e estética, mais especificamente em dispor na cena outras possibilidades de olhar para a diversidade corporal. No debate, o autor argumenta sobre os perigos que sustentam o pilar da inclusão, termo que ele refuta com veemência dada à dialética presente no teor do mesmo. Isto é, “incluir para excluir e vice-versa”. Mas, o caminho que Paulo Emílio percorre se faz de muitas dinâmicas e reflexões; por esse motivo cabe dizer que se trata de um artista inclassificável. “Não percam tempo em tentar me enquadrar, nasço e renasço do que reinvento a cada infinito do instante. É assim que me alimento”, declara o escritor.
Novas obras Ainda este ano, o escritor recebeu convite de duas editoras para seus novos livros. Entre eles estão “Depois do Silêncio”, “O amor não nasce em muros” e mais um que é resultado da tese de Doutorado. Ele é conhecido nos saraus de poesia pelo pseudônimo “poeta PAz”. Paulo é criador da rede Cia Gente e da Fundação PAz.
O PAI PAULO EMÍLIO Paulo, além de todas essas vocações, é também pai. Curiosamente, quando é apresentado em conferências em qualquer parte do mundo, os mestres de cerimônias ao deparar com seu release esboçam um sorriso. Isso deve-se ao fato de que Paulo faz questão de que depois de lidas todas as suas credenciais (professor Doutor,
escritor, coreógrafo, consultor etc) e os prêmios que recebeu finalize-se o texto com a seguinte frase “e pai de Hiago”. Ele brinca dizendo que, depois de lido esse texto, o público já começa a bater palmas e ele pensa “acho que nem preciso mais fazer a palestra”. Ele lembra, ainda, que a sua foto na orelha do livro concorrente foi tirada pelo filho que, na ocasião, tinha apenas seis anos.
Paulo Azevedo Professor, Mestre em Políticas Sociais e Doutorando em Ciências Sociais, o macaense Paulo Emílio Azevedo foi contemplado em diversas ocasiões, entre eles com o recebimento do prêmio “Rumos Educação, Cultura e Arte” em 2008 (edição 2008-10) pelo Instituto Itaú Cultural, sendo o único educador em todo o Es-
tado do Rio a recebê-lo. Sua experiência se destaca pela capacidade de unir teoria e prática de modo espontâneo, sendo os resultados apresentados em mais de 20 países pelo mundo, com destaque para as ações no espaço urbano, na capacitação de educadores e formação de intérpretes. Educador, diretor artístico,
poeta, coreógrafo, compositor, e escritor, Paulo é um gestor de sonhos que transforma em ações vivas e multiplicadoras aquilo que parecia amorfo, inútil, incapaz. Seu atual programa de desenvolvimento nos campos das Artes e Humanidades se chama Cia GENTE, e o espaço virtual de suas publicações é destinado à Fundação PAz.