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Macaé (RJ), domingo, 5 e segunda-feira, 6 de julho de 2015, Ano XL, Nº 8751
Fundador/Diretor: Oscar Pires
CADERNO DOIS O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ
Jubileu de ouro nos palcos teatrais
Estreia de total sucesso
No dia 6 de julho de 1965, uma terça-feira, estreia com absoluto sucesso o espetáculo ‘O Diário de um Fracassado”, superlotando o Teatro Santa Isabel de Macaé. E no dia seguinte a peça, logo cedo, Moadyr foi levar ao Sr. Paulo Manhães o valor combinado pelo aluguel do teatro, produto da venda dos ingressos. O e l e n c o e r a f o r m ado por Moadyr Victorino (autor, diretor, produtor e ator), Tânia Jardim, Ric ard o M e ire ll e s , N ilm a Ribeiro Moura, César Jardim, Branca Maria Lima, Lincoln Gil, Maria Helena Agostinho (Leninha), David Pereira, entre outros. E equipe técnica era composta por Sérvulo Miranda e José Peixoto do Vale, responsáveis pelo cenário. Nasce aí a sua grande paixão pelo teatro, que se fortaleceu pela ótima receptividade do público, e ganhou mais força a cada montagem teatral. “Com a ótima aceitação do público, retornei ao cinema para fazer reprise da festa, e o dono abriu as portas do teatro para a data que eu quisesse."
O ator, diretor e produtor teatral Moadyr Victorino comemora 50 anos de palco Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br
U
m festa de ouro marca a trajetória do ator, diretor e produtor teatral Moadyr Victorino. O macaense celebra 50 anos de teatro, nesta segunda-feira (6), com festa reservada a convidados no Teatro Municipal de Macaé. Neste sentido, o ator estará rodeado de abraços e cumprimentos, em meio a espetáculo comemorativo às suas Bodas de Ouro no teatro, que terá início às 20h30, exibindo em telão a peça ‘Fero-Cidade’, de Ricardo Meirelles, montada por ele em 1988, alcançando recorde de 55 montagens. Logo após, acontece o cerimonial numa restrospectiva de sua carreira, inclusive com um grandioso show de muito brilho e luzes vindo especialmente do Rio, que Moadyr prefere manter surpresa. A seguir
haverá um coquetel. Segundo Moadyr, a noite será tipo entrega do Oscar em ambiente ‘hollywoodiano’, com tapete vermelho e refletores desde a entrada do teatro, flashes por todos os lados, contando com a participação de várias empresas, cinegrafistas e fotógrafos. O ator esclarece que o cerimonial irá contar a sua história desde os seus 17 anos, revelando também fatos ocorridos nos bastidores das peças ao longo dos anos, erros e episódios engraçados. TRAJETÓRIA DE PAIXÃO
Moacyr Victorino conta que o teatro surgiu em sua vida em 1964, quando tinha 16 anos e cursava o Ginásio no Colégio Estadual Luiz Reid, além de fazer o curso de Datilografia com Dona Mirtes. Naquela época ele começou a escrever a peça ‘O Diário de um Fracassado”.
No ano seguinte, já estudando o Curso Científico, Moadyr dediciu montar a peça. Reuniu-se com rapazes, moças e funcionário do Luiz Reid, para formar o elenco da peça, e pediu ao diretor José Domingues para fazer os ensaios nas dependências da escola. Assim, durante quatro meses os ensaios transcorreram de forma muito animada. O primeiro desafio enfrentado pelo macaense foi conquistar a credibilidade do Sr. Paulo Manhães, proprietário do Cine Teatro Santa Isabel, para alugar o espaço. Logo, perguntou a sua idade e quando Moadyr disse que tinha 17 anos, era estudante e não tinha trabalho, ele tentou fazer com que o jovem desistisse da ideia e ponderou que o aluguel seria o valor correspondente a uma sessão de cinema normal. “É pura paixão pelo teatro, dedicação total, que vem de dentro de mim”, ressaltou.
50 anos de palco
a trajetória do ator, diretor e produtor Moadyr Victorino é formada pelas seguintes montagens: 1965 - peça ‘O Diário de um Fracassado”, de sua autoria; 1966 ‘Ciúme - Prova de Amor’, de José Fernandes (duas montagens); 1967 ‘O que é que há, Gatinha?’, de Wood Allan (monstagens em Macaé, Conceição de Macabu e Rio Bonito, tendo no elenco Beth Maia (oito monstagens); 1968 ‘Toda Donzela tem um pai que é uma Fera’, de Glaucio Gil, tendo no elenco Cristina Borges (inúmeras montagens nas décadas de 60, 80 e 90); 1970 ‘Mulher Zero Quilômetros’, de Edgard G. Alves (uma montagem); 1970 ‘Dois Perdidos numa Noite Suja’, de Plínio Marcos (18 monstagens); 1971 ‘Pluft, o Fantas-
Moadyr anunciando os espetáculo na cidade
Servidor público
Moadyr nos palcos da cidade
Ao completar a maioridade, Moadyr Victorino fez o concurso público para Escrivão de Polícia, foi aprovado e exerceu o cargo durante 30 anos, tendo se aposentado. “Nunca visei lucro com o teatro. Sempre encarei a arte de inpretar com amor. Ao contrário. Sempre tirei dinheiro do próprio bolso para cumprir alguns compromissos com montagens teatrais”, afirmou o ator.
minha’, de Maria Clara Machado (25 monstagens); 1972 ‘Chapeuzinho Vermelho’, de Maria Clara Machado (duas montagens); 1978 ‘O Assalto’, de José Vicente, montado no Teatro Santa Cecília de Petrópolis (16 montagens); 1983 ‘O Crime Roubado’, de João Bethencourt (seis montagens); 1984 ‘A Venerável Madame Goneau’, de João Bethencourt (três montagens); 1986 ‘Motel Paradiso’, de Juca de Oliveira (30 montagens); 1988 ‘Fero-Cidade’, de Ricardo Meirelles (recorde 55 montagens); 1991 ‘A Cinderela do Petróleo’, de João Bethencourt (20 montagens); 1992 ‘Eu te Amo’, de Arnaldo Jabor (25 montagens); a partir daí foram incontáveis remontagens das peças apresentadas.