APRESENTAÇÃO O ano de 2020 começa com anúncio de uma crise sanitária movida pelo aparecimento de novo vírus causador da Covid-19, cuja origem e impacto para saúde mundial ainda eram desconhecidos. A perigosa difusão planetária do vírus se estendeu por todo o ano e adentrou 2021 interferin do na rotina social, econômica e cultural de povos e nações, pois o isolamento social e as longas quarentenas foram estratégias utilizadas para tentar conter o avanço da doença. A Covid-19, ao ser declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia, pelos altos índices de contágios e pela rapidez de transmissão observadas em diversas regiões, acarretou a reconfiguração na organização da vida social causando um forte impacto. Assim, também a educação necessitou se reinventar em face do isolamento social e do lockdown em várias cidades. A pandemia impôs a urgência de estabelecer re configurações de atividades educativas no mundo. Com a ausência de vacinas e um tratamento conhecido, os clamores das instituições científicas de pesquisa e da OMS foram ouvidos de alguma forma: “Não há outro jeito de impedir uma imensa catástrofe humanitária de alcance mundial do que as políticas de confinamento social” (COLEMARX, 2020, p. 6). Houve a necessidade de promover políticas públicas de conscientização sobre o isolamento social, diante dos riscos da doença e de um possível colapso nos sistemas de saúde. A respeito dos trabalhadores do sistema de saúde, Santos (2020, p. 15) esclarece que “qualquer quarentena é sempre discriminatória, mais difícil para uns grupos sociais do que para outros e impossível para um vasto grupo de cuidadores”. No caso dos sistemas de ensino, tanto no nível básico como superior e nas diversas modalidades, o isolamento social foi indispensável. Cada esfera administrativa – federal, estadual e municipal – enfrentou momentos desafiadores na organização do ensino. Os professores, para garantir o direito de ensino e aprendizagem, reinventavam-se cotidianamente e foram experienciando certezas e incertezas no processo pedagógico. Portanto, embora os professores não foram considerados uma fração da classe trabalhadora que esteve “na vanguarda e suporta o peso de ser a força de trabalho que corre maior risco de contrair o vírus através de 13