organização. Mas para cada um desses nomes seria aberto um processo em separado (ou em conjunto), material disponibilizado no Brasil Nunca Mais Digital. O documento ainda sintetiza: Além de constituírem, porém em funcionamento e manterem a organização criminosa, sob orientação internacional – que se evidencia não só pelo fato de tratarem de militantes comunistas, como pela circunstância de alguns dos seus integrantes chegarem a confessar terem sido instruídos em Cuba, na “escola de guerrilhas” – os denunciados, em diversas oportunidades abaixo referidas, praticaram atos criminosos típicos, isoladamente, tal como o assalto, o roubo, o homicídio.3
Para cada caso há a indicação de onde se enquadrariam na LSN.
Inquérito 162/70 O Inquérito 162/70 da 2ª auditoria lista 84 indiciados. Transcrevemos abaixo os dados que o inquérito apresenta, de modo geral, mantendo a linguagem da própria repressão. Alguns desses casos tratamos ao longo desse livro separadamente e outros podem ainda ser objeto de estudos, somando-se informações de outras fontes. Buscamos complementar apenas dados que permitissem indicar a origem social dos indiciados. Percebemos uma forte incidência de camadas médias, que eram base de apoio das ações urbanas. Talvez isso se deva a serem pessoas com menor nível de segurança nas suas ações, sendo que parte deles eram militantes “legais”, ou seja, não estavam clandestinos e davam apoios diversos à organização. Indiciados, pela ordem que aparecem no documento: 1. Nelson Gibello Gatto, contato de Monteiro, Dowbor e José Ronaldo T. L Silva. Profissão: jornalista. Natural de São Paulo, nascido em 1927. De cor branca. Seu processo iniciou em 5/5/1970. Considerado um “militante destacado do grupo criminoso”. Frequentava reuniões do advogado Rio Branco Paranhos “elemento nitidamente comunista” Teve livro de sua autoria “Navio Presídio” apreendido, considerado “nitidamente subversivo”. Ele é acusado de obter informações 3
Idem.
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