Acervo Pedro Lisboa
Temas diversos do Marajó em auxílio a educadores de ensino médio, na proposta o autor de A Terra dos Aruãs Informativo do Museu Paraense Emílio Goeldi
Ano 30
N° 67
Janeiro de 2014
ISSN 2175 - 5485
Desde a infância Pedro Lisboa frequenta o Marajó, graças ao pai seu Luiz Lisboa, de quem herdou uma verdadeira paixão pela ilha. Foi seu Luiz quem ensinou Pedro, ainda menino, a atravessar a baía do Marajó e chegar ao Paraíso Júlio Matos, Agência Museu Goeldi
Carlos Barbosa
Contribuição à história
P
esquisador há aproximadamente 30 anos, Pedro dedicou cinco destes anos para escrever a história do povo marajoara para o povo marajoara. De acordo com o pesquisador titular da coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) não era suficiente sentir amor, mas era necessário contribuir de alguma maneira à educação e à divulgação das belezas que se espalham por todo o “arquipélago que fascina”. Dessa forma surgiu o livro “A Terra dos Aruã: Uma história ecológica do Arquipélago do Marajó”.
Pedro Lisboa conta que nenhum capítulo apresentou facilidade para ser escrito e alguns deles, em função da mobilização demandada, foram os mais difíceis para se contar, como o capítulo sete: “Deus-Me-Ajude, uma comunidade tradicional”, que narra a convivência contínua dentro de uma comunidade quilombola. “Foi necessário pescar caçar, participar da preparação das roças e das festas religiosas, observar a confecção de artesanatos, além realizar estudo botânico de campo nas terras da comunidade e ouvir longos relatos de sua história”.
Da Gruta das Caretas, a herança Maracá Da Gruta das Caretas, no Amapá, urnas funerárias da Cultura Maracá, revelam tradição e rituais. Detalhes genitais aparentes nas urnas são características que permitiram a pesquisadores conhecer mais acerca dos rituais dentre essas populações da ocupação remota de parte da região amazônica. Análise da iconografia aponta temas, identifica elementos de plasticidade e motivos pintados para entender, em parte, a organização social do grupo. p. 4 e 5
“A Terra dos Aruã: Um história ecológica do Arquipélago do Marajó” é uma contribuição para o conhecimento do Marajó. Pedro Lisboa não considera sua obra como completa, pois há aspectos que foram pouco explorados como a costa oeste marajoara. “O que talvez dê algum mérito ao livro é a abordagem conjunta de diversos temas relacionados à região que podem permitir a um educador de ensino médio lançar mão dele poupando tempo de examinar uma extensa bibliografia”. 8
Destaque Amazônia
Ano 30
N° 67
Beatriz Melo
Para Pedro Lisboa na Amazônia se escreve pouco e isso se reflete na pouca quantidade de livros que mostram uma visão holística do Marajó. Ainda que exista algum manancial de informações sobre o arquipélago, estas informações estão dispersas na literatura. “A história em seus mais diversos aspectos está por ser escrita sob as óticas que compõem a formação de um escritor ou pesquisador. Com o Marajó não é diferente”, conta. O pesquisador aponta a presença de uma instituição de ensino superior na ilha como possível fonte contribuinte para que se escreva mais sobre a região.
Como adquirir A Terra dos Aruã: Uma história ecológica do Arquipélago do Marajó, de Pedro L. B. Lisboa, 482 páginas. Valor: R$ 60, no Espaço Ernst Lohse, no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, em Belém, ou via mgdoc@museu-goeldi.br
Janeiro de 2014
ISSN 2175 - 5485
Saberes e 22 caracteres apropriação de recursos 150 caracteres Pesquisa em reserva extrativista marinha no Pará estabelece relação entre uso de recursos e as principais paisagens no ambiente diverso de Tracuateua. p. 6 e 7
Para uso e conservação 150 caracteres Estudos recentes indicam que o uso de espécies vegetais por grupos humanos na Amazônia são auxiliares na conservação, além de compor o herbário do Museu. p. 2 e 3
Márlia Coelho
Quando questionado sobre iniciativas que pudessem modificar essa realidade da região, o pesquisador diz que as alternativas são diversas, mas a educação deve ser sempre prioridade. “Através da educação tomamos consciência do ambiente em que vivemos, identificamos as necessidades e podemos tomar iniciativas para sanar os problemas e fazer cobranças às autoridades”.
Reprodução
Terra de belos cenários, polo turístico de alternativas mil, ainda assim o Marajó é pobre. Pedro Lisboa aponta o descaso político responsável por não valorizar as qualidades da região para que ela possa destacar-se seja nacional, como internacionalmente.