TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - MAYARA VICENTE BATISTA

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NOTAS E CORES

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

(TEA)
MAYARA VICENTE BATISTA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

NOTAS E CORES

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Profª Esp. Maria Clara de Oliveira Calil

BARRETOS 2024

B336n Batista, Mayara Vicente

Notas e Cores: Centro de Desenvolvimento Artístico para pessoas com Transtorno do Espectro Autista/ Mayara Vicente Batista - Barretos, 2024 80 f

Orientadora Profª Esp Maria Clara de Oliveira Calil

Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Arquitetura e Urbanismo - Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos- UNIFEB, 2024

palavra chave, I Mayara Vicente Batista II Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos III Título

MAYARA VICENTE BATISTA

NOTAS E CORES

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO PARA PESSOAS COM

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Profª Esp. Maria Clara de Oliveira Calil

Barretos, 03 de Dezembro de 2024

BANCA EXAMINADORA

Profª Esp Maria Clara de Oliveira Calil Professora Orientadora

Profª Leticia Leão Gagliardi

Avaliador Interno

Profº Alexandre Lucas Alahmar

Avaliador Interno

DEDICATÓRIA

A minha família que me ensinou o significado de casa muito antes da arquitetura.

Ao José Pedro, Luiz e a todas as pessoas com Transtorno do Espectro Autista, que, com suas singularidades, nos ensinam sobre resiliência, criatividade e formas únicas de perceber o mundo.

Que este trabalho contribua para promover a inclusão, o respeito e o reconhecimento das capacidades e potencialidades de cada indivíduo

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por seu amor incondicional e por me guiar até aqui, me sustentando nas dificuldades e sendo meu alicerce ao longo da caminhada.

Também agradeço aos meus pais, Celso e Elza, que me apoiaram sempre e sonharam junto comigo o que hoje se torna realidade, eu amo vocês.

A minha irmã, Isabele, não há palavras que descreva o quão grata eu sou por te ter na minha vida, obrigada por acreditar sempre na minha capacidade.

Ao meu cunhado, João Vitor, obrigada por estar presente, confiar e apoiar, sem vocês que me sustentaram até aqui nada seria possível.

Agradeço especialmente também aos meus amigos de caminhada nesses cinco anos, Beatriz, Gabriella, Rafaela e Victor Alerrandro, obrigada pelo apoio, risadas e muitos momentos juntos, vocês com certeza tornaram tudo mais leve e especial.

Agradeço a todos os professores da UNIFEB que colaboraram e partilharam do seu conhecimento, em especial a orientadora Maria Clara, que nos guiou até aqui e trouxe um novo sentido para a nossa visão como profissionais arquitetos, mas também como seres humanos melhores, minha eterna gratidão.

RESUMO

O presente trabalho propõe a criação de um centro de desenvolvimento artístico para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), unindo arquitetura inclusiva e arteterapia como estratégias terapêuticas e de acolhimento. O TEA, uma desordem do neurodesenvolvimento que afeta comunicação, linguagem e comportamento, tem prevalência crescente, com 1 a cada 36 crianças diagnosticadas (Maenner, et al, 2023). Sem cura, o tratamento inclui abordagens complementares como a arteterapia, que estimula expressão, cognição e interação social. O projeto, localizado em Pitangueiras/SP, foi concebido com base em análise urbana, dados demográficos e necessidades dos usuários. O terreno escolhido está próximo à APAE e integra elementos arquitetônicos que promovem conforto sensorial, como cores, iluminação e a vegetação no jardim sensorial. A proposta oferece ambientes voltados à arte e música, visando melhorar a qualidade de vida e a inclusão. Este espaço inovador reflete o compromisso com um planejamento sensível às demandas de pessoas com TEA e à comunidade local.

ABSTRACT

This work proposes the creation of an artistic development center for people with Autism Spectrum Disorder (ASD), combining inclusive architecture and art therapy as therapeutic and welcoming strategies. ASD, a neurodevelopmental disorder that affects communication, language and behavior, is increasing in prevalence, with 1 in 36 children diagnosed (Maenner, et al, 2023). Without a cure, treatment includes complementary approaches such as art therapy, which stimulates expression, cognition and social interaction. The project, located in Pitangueiras/SP, was designed based on urban analysis, demographic data and user needs. The chosen land is close to APAE and integrates architectural elements that promote sensory comfort, such as colors, lighting and vegetation in the sensory garden. The proposal offers environments focused on art and music, aiming to improve quality of life and inclusion. This innovative space reflects the commitment to planning that is sensitive to the demands of people with ASD and the local community.

dedicatória

agradecimentos

resumo

abstract

lista de figuras

sumário

01 introdução

objetivos

geralcomplementaresmetodologia

02 03

transtorno do espectro autista

06 analise urbana

arte e autismo

07 projeto

Letice Santiago, adolescente de 18 anos, é autista de nível 2 de suporte. É artista plástica e encontra na arte formas de representar o seu mundo interior, trazendo maior autonomia e qualidade de vida.

01 - Monstrinhos da Leticie

Fonte: Artes da Leti, 2024.

Figura

profissional existem dois manuais internacionais de doenças, que é o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V) e a Classificação Internacional de Doenças (CID 11), na qual redigem sobre o Transtorno do Espectro Autista e também outras doenças do neurodesenvolvimento (AMA, 2024).

De acordo com as pesquisas realizadas até o momento, nenhuma delas aponta para a existência de cura para o TEA, mas sim tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida do paciente e muitas vezes amortecer os sintomas. Esses tratamentos existentes incluem abordagens comportamentais, do desenvolvimento, educacional, farmacológico, psicológico e os complementares, sendo muitas vezes utilizados em conjunto (CDC, 2024). Dentre os tratamentos complementares, atualmente tem regulamentado a arteterapia como sendo uma parte do processo terapêutico utilizando arte como base.

Além disso, ela traz benefícios que auxiliam nas emoções de pessoas com TEA, visto que explora espaço lúdico e criativo no desenvolvimento. Na arquitetura nota-se a importância de elaborar edificações que dotem de ambientes preparados para acolher pessoas com todas as deficiências, incluindo o Transtorno do Espectro Autista. Visto que, há diferentes pontos a serem analisados ao projetar um ambiente, pois podem interferir diretamente no comportamento do indivíduo de acordo com as percepções de cores que dispõe, mobiliários, intensidade luminosa, entre outros elementos. Portanto, é necessário analisar o comportamento e demandas de pessoas com TEA e implantar soluções que promovam melhor qualidade de vida aos usuários. Além de trazer um projeto inclusivo, ele também se destina a atividades de arte e música, de modo a auxiliar no tratamento de TEA promovendo mudança e acolhimento a todos.

Arthur Barros é um adolescente com TEA de nível 2 de suporte que ama se expressar. É estudante, desenhista, autor de livros, palestrante e youtuber. É o Mais jovem autor autista do país, recorde reconhecido pelo RankBrasil em 2021 (ABarros Editora,2024).

Figura 02 - Peixinho na orla de São Vicente, Livro “O peixinho curioso”

Fonte: ABarros Editora, 2024.

A concepção teórica do presente trabalho destina-se de uma pesquisa bibliográfica acerca do tema, com levantamento realizado por meio do Google Acadêmico e SciELO, a fim de obter maior conteúdo e embasamento do que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Além disso, buscou a relação entre o TEA e o tratamento com base na arte, como atualmente é conhecido por Arteterapia. Contudo, reuniu as principais análises, discussões e apontamentos feitos até o presente momento, visando adquirir conhecimento que auxilie a identificar as reais necessidades dos usuários. Em seguida, definiu-se o terreno de implantação do centro de desenvolvimento artístico e logo após iniciou as visitas e levantamento fotográfico da área. A partir de então, foi possível prosseguir com o levantamento de dados, sendo utilizados dados do censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para obter informações

demográficas do município e também acessou o Plano Diretor do Município de Pitangueiras, na qual obteve informações de zoneamento, índices urbanísticos e demais informações da zona e lote pertencente, sendo possível para analisar o local e todo o seu entorno. Além disso, para o desenvolvimento do projeto arquitetônico considerou soluções e diretrizes de projeto que se adequam ao uso destinado. Para isto, desenvolveu o programa de necessidades, de acordo com análises de projetos similares, com usos e atividades adequados para a proposta, e também propôs o estudo volumétrico de encontro com alguns partidos de projeto. Por fim, encaminha para o desenvolvimento do projeto arquitetônico que reunirá todas as questões levantadas e contemplará a edificação com espaços e ambientes que atendam às pessoas com TEA, colaborando para uma melhor qualidade de vida.

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

spectro sua nização através acional ual na como es na e manter íproca e e por stritos, padrões amento e cits são os para a vida áreas cionais, outras amento e uma izada do onamento os os possam sociais, outro Health .394). bservar ras do m sua de uagem e José Alberto Carvalho, 22 anos, autista de nível 01 de suporte. É musicista e pianista. Desde criança possui grande interesse por instrumentos musicas, o hiper foco contribuiu na alta habilidade aplicado na musica, na qual trouxe maior confiança, qualidade de vida e grandes conquistas.

Figura 03 - José tocando piano.

Fonte: Artes da Leti, 2024.

Atualmente muitos são os estudos e pesquisas acerca do tema, relatórios e documentos são divulgados constantemente pelos centros de pesquisas, no Brasil o documento mais atual divulgado com dados estatísticos do país foi o Retrato de Autismo no Brasil (Mello; Andrade; Ho; Dias, 2013). Além deste, há os manuais e relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora a referência mais atual a cerca de prevalência e quantitativos de TEA sejam os dados divulgados nos documentos do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. Suas divulgações são seguidas por todo o mundo, inclusive no Brasil tem seus resultados como base, visto que não há informações atualizadas (Maenner, et al, 2023).

O figura 04 traz a visualização do cenário de autismo ao longo dos últimos anos e sua evolução no diagnóstico.

Com esses dados é possível observar que as barras do gráfico aumentam de acordo com os anos, de tal modo a interpretar que a relação de diagnósticos por TEA houve um aumento, se em 2000 a proporção era de 1 para cada 150 crianças com o Transtorno do Espectro Autista, em 2020 esse dado foi para 1 a cada 36 crianças, desse modo, aumentando significativamente o número de crianças diagnosticadas. Além disso, nesse mesmo documento divulgado, obtiveram uma estimativa de que para cada 1 menina diagnosticada, há 4 meninos com o TEA, sendo assim a grande maioria é do sexo masculino (Maenner, et al, 2023).

DIAGNÓSTICO DE TEA

Figura 04 - Gráfico de Evolução diagnóstico Fonte: CDC, 2023, trabalhado pela autora.

Embora tenha se discutido muito sobre o tema na atualidade, ele não surgiu a pouco tempo, os primeiros relatos de estudo registrados ocorreram em 1911 por Eugen Bleuler, este que difundiu o termo autismo e o retratou como a fuga da realidade para um mundo interior, obtendo essa conclusão após observar pacientes esquizofrênicos (Ronzani, et al, 2021). Além dele também temos muitos outros pesquisadores importantes que difundiram o tema e pesquisaram, contribuindo significativamente para o que sabemos hoje e avançamos, alguns deles foram Leo Kanner, em 1943, e Hans Asperger, em 1944 e que logo após obteve uma síndrome com seu nome em homenagem, porém existe também muitos outros que seguiram seus caminhos, continuando as pesquisas e teses apresentadas (Côrtes, Albuquerque, 2020). A figura 05 apresenta uma linha do tempo sobre vários marcos importantes de pesquisas e conquistas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), desde Eugen Bleuler que foi o

primeiro a difundir o tema, as cinco edições registradas do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, realizado pela Associação Americana de Psiquiatria que atualmente é a maior referência mundial para pesquisadores e profissionais, a instituição realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) acerca do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, as leis sancionadas no Brasil e que estão em vigor prevendo direitos às pessoas com TEA e a mais atual conquista que é a divulgação da 11° versão da Classificação Internacional de Doenças (CID). Tudo isso retrata a trajetória de luta e conquistas até os dias atuais, encorajando para que se possa avançar a cada dia mais.

Embora muito já se falou sobre a sua definição, os números atuais e a evolução histórica, também é necessário saber identificar e diagnosticar a pessoa com o Transtorno do Espectro Autista. Embora ainda não seja possível identificar totalmente a causa do autismo, os estudos mais

Figura 05 - Linha do tempo, contexto histórico TEA Fonte: Trabalhado pela autora.

atuais além de apontar para a predisposição genética, também identificam os possíveis fatores ambientais que ocorrem durante a gestação (Sandin, Lichtenstein, Kuja-Halkola, Larsson, Hultman, Reichenberg, 2014).

Em suma, para diagnosticar uma pessoa é necessário que o profissional siga algum manual de pesquisa publicado, atualmente os dois manuais internacionalmente utilizados são o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e a Classificação Internacional de Doenças (CID), ambos já citados anteriormente.

O DSM está atualmente em sua 5° edição, na qual abrange apenas os transtornos mentais e tem sido mais utilizado em ambientes de pesquisa, porque possui itens mais detalhados, em forma de tópicos. Já o CID está em sua 11° versão, é o critério adotado no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e abrange todas as doenças, incluindo os transtornos mentais (AMA, 2024).

De modo geral, como já citado anteriormente, uma pessoa com o

Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui dificuldades de comunicação social, linguagem e comportamental. Dessa forma, observa-se desde a primeira infância o desenvolvimento de alguns sintomas, em detrimento da comunicação social é possível notar a dificuldade de interagir socialmente, manter contato visual, expressão facial, fazer amizades e expressar emoções. Já em relação à linguagem pode possuir uma dificuldade na comunicação, tendo uso repetitivo da linguagem e bloqueios para começar e manter um diálogo, enquanto que em razão comportamental nota-se alterações como manias, apego excessivo a rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas específicas, dificuldade de imaginação e sensibilidade sensorial, sendo hiper ou hipo (Autismo e Realidade, 2020). A 5° edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV) rotula-se este distúrbio como um espectro, pois se manifesta em diferentes níveis de

intensidade. Dessa maneira, o nível 1 de suporte apresenta-se prejuízos leves, que podem não impedir de estudar, trabalhar e se relacionar. No nível 2 de suporte tem um menor grau de independência e necessita de algum auxílio para desempenhar funções cotidianas. Enquanto que no nível 3 de suporte apresenta dificuldades graves e é necessário apoio especializado (Fernandes, Tomazelli, Girianelli, 2020).

A Classificação Internacional de Doenças (CID-11) também vem para complementar as informações trazidas pelo DSM IV, na edição anterior que corresponde a CID-10 o diagnóstico de autismo recebeu

sua classificação incluída no capítulo de Transtornos Globais do Desenvolvimento com codificação F84, enquanto que nessa 11° edição ela inclui no capítulo 6 o diagnóstico de autismo, fazendo parte do Transtorno do Espectro Autista, com o código 6A02. Na figura 06 é possível verificar as classificações possíveis para o diagnóstico, nessa edição é avaliado em detrimento do distúrbio do desenvolvimento intelectual, que pode variar entre com ou sem, e do distúrbio do desenvolvimento da linguagem, que pode ser leve, prejudicada ou ausente, deste modo avaliam os correspondentes casos e possibilidades.

Figura 06 - Transtorno do Espectro Autista, capítulo 6A02 CID-11

Fonte: World Health Organization , 2022, p.394 - 395, trabalhado pela autora.

Entretanto, uma pessoa que recebe o diagnóstico de TEA pode não ter uma única condição associada. Visto que, em 70% dos casos de autismo, em maior ou menor quantidade, acontece alguma comorbidade, que é uma condição associada ao diagnóstico principal de uma doença ou transtorno. Desse modo, as principais comorbidades associadas ao diagnóstico de autismo é a Ansiedade, Depressão, Transtorno do Déficits de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Deficiência

Intelectual, Esquizofrenia entre outros que pode atingir uma pessoa com TEA (Ronzani, et al, 2021; Dias, et al, 2023).

Contudo, em conjunto com a constante luta e batalha por reconhecimento, saúde e bem estar da pessoa com o Transtorno do Espectro Autista é possível identificar também as leis que asseguram os seus direitos. Em 1944 foi instituída a Lei 8.899/44 (Brasil, 1994) que visa garantir a gratuidade no transporte interestadual à

pessoa autista.

Em 2011 entrou em vigor a Lei 7.611/11 (Brasil, 2011) que dispõe sobre a educação especial e o atendimento individual especializado, inclusive para portadores de TEA. Logo após, em 2012, foi instituída a Lei Berenice Piana (12.764/12) (Brasil, 2012) que cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, determinando os principais direitos. Em 2020, a Lei Romeu Mion (13.977/20) (Brasil, 2020) cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). Por fim, uma das mais atuais é a Lei do Cordão de Girassol (14.624/23) (Brasil, 2023) que identifica pessoas com deficiências ocultas através do uso de um cordão de fita com desenhos de girassóis ou quebra cabeças, no caso de autistas.

Em relação à Lei 7.611/2011, destina-se a educação especial e atendimento individual especializado às pessoas com deficiência, transtorno do espectro autista e com altas

habilidades ou super Dentre as suas diretriz garantir um sistema edu inclusivo, sem discrimi com igualdade em oportu assegura de adaptaç acordo com as nece individuais e apoio e atividades. Além disso, ações contempladas implantação de sal recursos multifun dotados de equip mobiliários e m didáticos, e ad arquitetônicas segui acessibilidade. Dessa f vigência de leis e torna-se essencial desenvolvimento e trata pessoas com TEA com ex (Brasil, 2011).

O Centro Cultural Bom Jardim, sediado em Fortaleza (CE), traz a ação “Dança e Autismo”, na qual promovem aulas de dança para crianças com Transtorno do Espectro Autista dentro da sua área de abrangência. Essa ação traz maior inclusão, vivencias, experiencias e qualidade de vida as pessoas com TEA (CCBJ,2023).

Figura 07 - Movimento de dança

Fonte: Ritual, 2023.

Matheus Cuelbas, 24 anos, conhecido por nome artístico como David Sue, é autista nível 1 de suporte. Compositor, cantor e instrumentista musical. Encontrou na música sua maior forma de expressão, trouxe vida e sentido para a sua vida, o que colaborou para melhor qualidade de vida e maior convívio social.

Figura 08 - Microfone de canto.

Fonte: Freepik, 2024.

O princípio norteador é trazer mais qualidade de vida através de um processo criativo terapêutico, na qual estimula a expressão criativa, auxilia no desenvolvimento motor, raciocínio e relacionamento afetivo (Brasil, 2017).

Cada atividade e exercício é capaz de desenvolver determinada emoção e comportamento no indivíduo, desse modo é possível observar os benefícios promovidos por atividades de arteterapia. Em estabelecimento da pintura e contação de história nota-se a maior liberdade de expressar ideias e sentimentos não verbais, além de notar uma melhora no sono. Enquanto que em atividades de dança, música, fotografia e poesia, consegue trabalhar com imaginação, criatividade e a expressão de emoções. A Arteterapia trabalha o espaço lúdico e criativo no desenvolvimento infantil, o que auxilia as crianças com TEA a expressar questões que são difíceis de serem expressas verbalmente.

Assim, as intervenções auxiliam para que elas possam expressarse e também haver a estimulação do seu funcionamento cognitivo, emocional e social (Santos, Torres, Lago, Araujo, 2022).

MUNICIPIO PITANGUEIRAS/SP

Figura 09 - Município Pitangueiras/SP

Fonte: Autoral, com base em Pitangueiras, 2016; Mapbox, 2024; IBGE, 2022

O município de Pitangueiras/SP localiza-se no interior do Estado de São Paulo, na mesorregião de Ribeirão Preto e microrregião de Jaboticabal, a distância do município até a capital é de cerca de 369 Km.

Teve sua fundação em 27 de Julho de 1858, e embora sua economia local já tenha se sustentado no cultivo de café e laranja, atualmente a maior economia da região é proveniente da agricultura, na qual cultiva-se a cana de açúcar como principal produto (IBGE, 2023).

Na figura 09 do município de Pitangueiras/SP pode-se observar a vista geral da cidade, na qual é identificado por cores diferentes o zoneamento existente e os bairros que pertencem a cada zona.

Além disso, também é possível consultar na legenda alguns dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2022. Na qual traz o dado populacional em 33674 pessoas residentes, uma densidade demográfica de 78,20 habitantes por quilômetro quadrado e abrangendo uma área

territorial de 430,678 km² (IBGE, 2023). Ao analisar a cidade é possível identificar alguns equipamentos públicos destinados à cultura e apoio social, dentre eles o Teatro Municipal que é destinado a manifestações artísticas que ocorrem no município, como peças teatrais, apresentações, filmes, palestras entre outros.

Além deste local, também há o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), que destina atividades e oficinas para a comunidade, o Centro de Lazer do Trabalhador, que abriga atividades educativas esportivas, e o Projeto Guri, que é um projeto social com ênfase na música e instrumentação.

TRAJETO TERRENO E APAE

Figura 10 - Trajeto terreno e APAE

Fonte: Autoral, com base em Mapbox, 2024

Em relação a inclusão de pessoas com deficiências, seja ela oculta ou física, o município conta com uma unidade da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), na qual atende essa demanda de pessoas, inclusive quando diagnosticados com TEA. Ela atua em promover uma educação especial e assistencial, incluindo todos os tipos de deficiências, e no caso do TEA, acolhe pessoas em todos os níveis de suporte. Além da APAE, as escolas municipais, estaduais e particulares também adota a inclusão de pessoas com deficiência, ocorrendo o atendimento especial especializado com educador principal, mas também como um apoio individualizado.

A escolha de um terreno incluiu a análise de vários

fatores importantes, sendo: uma boa localização, equipamentos urbanos próximos e assistenciais, acesso viário de fácil acesso, valorização comercial, estar próximos de estabelecimentos correlacionados, entre outros fatores que impactam o uso da edificação. Deste modo, a escolha do terreno para

implantar o projeto arquitetônico partiu da análise desses fatores, como também correlacionou com a proximidade entre a APAE, que é o principal local de ensino que inclui pessoas com TEA atualmente.

A figura 10 traz representado o trajeto entre o terreno de implantação do projeto e a APAE, que é o principal

equipamento público correlacionado com o projeto. Dessa forma, pode-se observar as distâncias e tempo percorridos por esse trajeto, de modo a analisar em três meios de transporte, sendo eles de carro, bicicleta ou a pé. Quando percorrido de carro leva-se em cerca de 08 minutos o trajeto, se percorrido de

ZONEAMENTO ENTORNO URBANO

Figura 11 - Zoneamento Entorno Urbano

Fonte: Autoral, com base em Pitangueiras, 2016; Mapbox, 2024

bicicleta esse tempo eleva para 15 minutos e se for a pé gastase um tempo de 27 minutos. Desse modo é possível constatar que mesmo com o tempo mais longo, sendo percorrido a pé, ainda assim é possível acessar facilmente o local de implantação sem problemas viários.

Em relação a implantação do

terreno, conforme mostra a figura 11 do entorno urbano, ele se localiza na zona central da cidade, de modo que adota índices urbanísticos específicos para essa área, como por exemplo, taxas de ocupação (80% e 70%, dependendo da quantidade de pavimentos), índice de aproveitamento (2), afastamento mínimo (sendo

laterais de 2m, frontal de 3m e fundo de 2m), gabarito de altura (até 12 pavimentos) taxa de permeabilidade (5 e 10%, dependendo da quantidade de pavimentos),entre outros requisitos que deve ser obedecido no projeto e edificação. Sendo assim, é imprescindível seguir as normas e índices apontados no Plano

Diretor do Município de Pitangueiras (Pitangueiras, 2016), pois foram elaborados minuciosamente para o melhor bem estar da cidade, a fim de respeitar todo o entorno, como também o meio ambiente e legislação vigente.

MAPA TOPOGRAFICO E CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Figura 12 - Mapa topográfico e condicionantes ambientais

Fonte: Autoral, com base em IBGE, 2022; Mapbox, 2024.

Em todo o terreno há fatores importantes a se considerar, como citado anteriormente, mas além de fatores do ambiente construído urbano também é necessário analisar fatores externos e ambientais, como por exemplo as condicionantes ambientais do projeto. A figura 12 traz a análise dessas condicionantes em sobreposição

da planta topográfica também, na qual aborda a carta solar do local, em equinócio de primavera e outono e solstício de inverno e verão, os ventos predominantes, que na maioria do ano são provenientes do leste e em alguns meses vem do norte, e as curvas de nível que atingem o terreno.

A partir desse mapa pode-se

tirar algumas definições importantes para o partido do projeto, como a topografia, na qual impacta no projeto e na disposição dos seus volumes, enquanto que a direção dos ventos auxilia para melhor definição de aberturas na qual afeta na circulação do vento e por fim a orientação solar em como ela atinge a edificação.

HIERARQUIA VIARIA E FIGURA FUNDO

Figura 13 - Hierarquia Viária e Figura Fundo

Fonte: Autoral, com base em Pitangueiras, 2016; Mapbox, 2024.

Acerca do sistema viário, é possível analisar as vias de acesso ao terreno conforme mostra a figura 13. Por se tratar de uma área central da cidade é capaz de observar várias classificações de vias, sendo elas, via arterial, coletora e via local. A via arterial é denominada pela Rua São Paulo, na qual tem ligação

direta com a Estrada Municipal Pitangueiras - Viradouro, enquanto que as vias coletoras são: Rua Leonino Cotrim, Rua Amazonas, Rua Doutor Euclides

Zanini Caldas, Rua Minas Gerais, Avenida Café, Avenida

Acre e Rua Rui Barbosa. Já as demais ruas do entorno são todas consideradas como vias locais. Além disso, também

pode-se observar a sobreposição da figura fundo, na qual é possível analisar que a maior parte dos espaços estão ocupados e há poucos vazios urbanos, principalmente por se tratar de uma zona central que é muito visada, e quando há os vazios são caracterizados por praças em sua maioria.

GABARITO DE ALTURA

A figura 14 traz o gabarito de altura do corte urbano analisado, na qual classificou as edificações com apenas 1 pavimento, sendo térrea, com 2 pavimentos e com 3 pavimentos. Desse modo, nota-se que na grande maioria encontra-se edificações com apenas um pavimento, algumas com 2 pavimentos e apenas três

Figura 14 - Gabarito de Altura
Fonte: Autoral, com base em Mapbox, 2024.

edificações com 3 pavimentos, e essas sendo localizadas mais próximas das Ruas Leonino Cotrim e Doutor Euclides Zanini Caldas, que são as principais da cidade. De tal modo, é possível extrair informações que não há edificações que interfiram diretamente na área do terreno, de forma que não impactam o sombreamento e

incidência solar e visibilidade de outro terreno diretamente dentro do lote, interferindo deste modo na privacidade dos usuários, além de desenvolver um projeto que converse com o entorno urbano.

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

15 - Uso e Ocupação do Solo

Fonte: Autoral, com base em Mapbox, 2024.

Ademais, também é importante identificar os usos das edificações do entorno. De modo a correlacionar as atividades e também respeitar a atividade de cada um, a fim de não criar atritos e problemas futuros de convivência. Por se tratar de uma zona central, espera-se que seja uma área com muitos comércios e serviços, mas

Figura

também é importante que adote diversos usos e um público abrangente, para que supre a necessidade de todos ao redor.

Em detrimento disso, a figura 15 traz o levantamento do uso e ocupação do solo da área analisada. Identificando em sua maioria como uso residencial, comércios e serviços em maior número nas ruas principais da cidade, além também de equipamentos destinados à educação (E.E. Maria Falconi de Felício e Escola Profº Lindolfo), saúde (Hospital São Francisco), edificações institucionais e áreas verdes (Praça São Sebastião e Praça João Pessoa).

ÁREAS VERDES

Figura 16 - Áreas verdes

Fonte: Autoral, com base em Mapbox, 2024.

A figura 16 traz representado as áreas verdes e árvores existentes dentro do raio de entorno do terreno, na qual observa-se que há uma maior concentração de massa arbórea nas praças e também próxima do terreno, em razão de atualmente ser uma linha férrea inativa, dotar de árvores nativas muito antigas e de porte grande.

Por conta da via urbana não ser muito arborizada, cria-se uma maior importância em preservar aquelas já existentes, dessa forma, um dos objetivos e partido de projeto é aproveitar a maioria da vegetação nativa existente dentro do lote , de modo a preservar a natureza dentro do terreno como também trazer mais valorização para todo o entorno, além disso, plantar novas espécies nessa área, para que a atitude possa incentivar toda a comunidade a se atentar e replicar a ação cultivando mais vegetação em seus próprios lotes.

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Figura 17 - Levantamento Fotográfico

Fonte: Autoral

Acima, na figura 17, é possível visualizar algumas imagens retratadas durante o levantamento fotográfico realizado no terreno de implantação do projeto. Atualmente a área pertence a dois lotes, sendo ambos de propriedade da prefeitura e encontram-se em situação de abandono e inatividade.

Portanto, com base em todas as análises apresentadas, por ser uma área de grande potencialidade, fica definido como o local de implantação do projeto arquitetônico a ser desenvolvido.

Como pode-se observar no local há apenas muros na fachada e portões que priva um pouco da visualização interno

do terreno e também o acesso para o mesmo. No seu interior do lote não há nenhuma construção atualmente, apenas entulhos da demolição ocorrida, como também há vegetações existentes no local. Teve uma abertura para passagem e continuamento da rua São Paulo, na qual foi asfaltada para melhor circulação e acesso.

CONCEITO PROJETUAL

O conceito do projeto surgiu a partir de um símbolo que representasse o Transtorno do Espectro Autista, desse modo ele serviria como base para a elaboração do conceito e forma do projeto. Sendo decidido, uma peça do quebra cabeça.

Dessa forma, o conceito do projeto é trazer peças que se complementam com o todo. Então partindo dos retângulos traçados foi possível elaborar algumas formas adotadas para o

Porém, essa peça não seria utilizada na forma literal dela, mas sim explorada de outras maneiras, na qual trouxesse os volumes que compõe uma peça formando outro desenho. Para isso observando a peça de quebra cabeça foi possível traçar alguns retângulos que compõe a peça.

projeto. Sendo que, a partir de uma premissa inicial foi possível analisar, estudar e evoluir até encontrar a forma final ideal, na qual atendesse o melhor programa.

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DIAGRAMA DE EVOLUÇÃO

PROGRAMA DE NECESSIDADES

ATENDIMENTOS

Estacionamento Recepção

Sala de espera

TRANSIÇÃO

Jardim Sensorial Playground

ADMINISTRATIVO

Direção Coordenação

Sala dos professores

RH Arquivos

REFEIÇÃO

Cozinha

Higienização

Despensa Refeitório

NÚCLEO TERAPEUTICO/PEDAGÓGICO

MUSICOTERAPIA

Sala de instrumentos (violão)

Sala de canto

Sala de dança

Estúdio de gravação

ARTERAPIA

Sala de desenho em papel

Sala de desenho em tela

Sala de assistente social

Sala de terapia ocupacional

Sala de fisioterapia

TÉCNICO

Sanitários

DML

Depósitos

ATENDIMENTOS

ADMINISTRATIVO

REFEIÇÃO

NÚCLEO TERAPEUTICO/PEDAGÓGICO

TÉCNICO

DIAGRAMA DE SETORIZAÇÃO SEM ESCALA

Na implantação é possível observar como é o comportamento do projeto no seu entorno imediato, formado pelas ruas próximas (Avenida Acre, Rua São Paulo e Rua Getúlio Vargas), as casas adjacentes e todo o projeto em vista superior, sendo capaz de visualizar a cobertura verde e área externa. A planta térreo traz a organização dos ambientes internos e externos, sendo a parte interna formada pelos ambientes dos setores atendimentos, administrativo, refeição, núcleo terapêutico/ pedagógico e técnico, com salas, banheiros, depósitos, entre outros.

Enquanto que o externo traz o setor de transição com playground e jardim sensorial, além de também trazer estacionamento, circulação externa e paisagismo. Toda a organização espacial surgiu-se a partir da definição de uma modulação e malha, seguindo o conceito de peças.

LEGENDA

RECEPÇÃO 1

RH 2

ARQUIVOS 3

SALA DE DESENHO 4

WC FEMININO 5

WC MASCULINO 6

SALA DE DESENHO EM TELA 7

SALA DE CANTO 8

SALA DE INSTRUMENTO 9

ESTUDIO DE GRAVAÇÃO 10

SALA DE DANÇA 11

DEPÓSITO 12

FISIOTERAPIA 13

WC PCD FEMININO 14

WC PCD MASCULINO 15

16 COORDENAÇÃO

17 DIREÇÃO

18 SALA DOS PROFESSORES

19 COPA

20 ASSISTENTE SOCIAL

21 TERAPIA OCUPACIONAL

22 DESPENSA

23 COZINHA

24 LIXO

25 HIGIENIZAÇÃO

26 DML

27 REFEITÓRIO

28 PLAYGROUND

29 JARDIM SENSORIAL

30 ESTACIONAMENTO

PLANTA

ESTRUTURAL SEM ESCALA

DIAGRAMA ESTRUTURAL

LAJE
PILAR
VIGA
SEM ESCALA
DETALHE 01 SEM ESCALA
DETALHE 02 SEM ESCALA

Na representação gráfica do projeto arquitetônico também pode-se contar com os cortes, que são desenhos de um trecho da construção. na qual percorre todo o terreno no sentido que estiver, traz representado verticalmente as dimensões, informações e detalhes construtivos.

O corte AA percorre um caminho externo com elementos em corte e vista, mas também trazendo ambientes internos de dois blocos do projeto. Os ambientes cortados são: diretoria, coordenação, WC, circulação, despensa, cozinha e higienização. Além disso, traz por linhas de chamadas algumas informações quanto a materialidade de algumas superfícies.

Em conjunto, também é possível observar dois detalhes construtivos. O detalhe 01 traz a representação de um brise aplicado na fachada do projeto e como ocorre a sua fixação e trilho. Enquanto que no detalhe 02 é possível notar o comportamento da fundação, realizada com viga baldrame, laje maciça, contrapiso até chegar no acabamento final do piso aplicado.

Essas informações são importantes para melhor compreensão do projeto, para que todas as pessoas possam entende-lo da forma correta e mais clara possivel.

O corte BB representado é mais longo de todo o projet traz os ambientes: co coordenação, sala fisioterapia, sala de dan estúdio de gravação, sala canto, sala de desenho e masculino. Além de algu informações de materi realizado por linhas de cham e um detalhe do telhado verd

CORTE BB
SEM ESCALA

O corte CC traz a representação de dois blocos do projeto em corte e um espaço em vista. Este corte vai interseccionar os ambientes: recepção, sala de desenho, circulação e sala de desenho em tela. Traz informações nas linhas de chamadas e um detalhe na junção pilar e laje.

CORTE CC SEM ESCALA

ELEVAÇÃO SUDESTE

A elevação sudeste representa a fachada principal do projeto, por onde acontece os acessos principal, de serviço e estacionamento, também pode-se observar a recepção e algumas janelas das salas, na qual são protegidos por brises a fim de promover uma barreira visual e também de iluminação para as pessoas autistas que tem sensibilidade a luz, podendo então movimentar esses brises para a sala que desejar, já que são móveis e também retrátil.

Na elevação nordeste pode-se observar a lateral do projeto, aonde localiza o estacionamento, janelas de sala de RH e sanitários masculino e feminino, também podemos avistar uma parte mais técnica do projeto que é o acesso da escala de manutenção para o telhado verde. Além disso se tem uma visão do jardim sensorial, playground e refeitório.

ELEVAÇÃO NOROESTE

A elevação noroeste representa o fundo do projeto, como pode-se observar nela encontra-se o jardim sensorial, playground, algumas salas de serviço, as portas de vidro no corredor que permite uma integração do interno com as atividades externas do projeto. Também esta localizado ao fundo o reservatório.

Na elevação sudoeste se tem a outra lateral do projeto, nela acontece o acesso de serviço, para entrada de suprimentos do refeitório e carga de despesas, como também saída de lixos e outras atividades de teor técnico. Nessa representação pode-se ver as janelas da cozinha, sala de terapia ocupacional, assistente social, copa e a porta da sala dos professores.

DIAGRAMA PAISAGISMO 01

SEM ESCALA

MACIEIRA

MALUS DOMESTICA

É uma planta nativa da Asia Central, que produz o fruto maça e necessita dos polinizadores para gerar flores. O solo deve ser argiloso e com boa drenagem. Prefere clima frio e úmido. A época de colheita do fruto é entre dezembro e maio

PITANGUEIRA

EUGENIA UNIFLORA

É uma planta frutífera nativa do Brasil. Suas flores são pequenas, brancas e perfumadas, suas folhas são simples, ovais e verdes e seu fruto é pequeno, vermelho e polpa macia. Seu porte é médio, podendo atingir de 6 a 12 metros de altura Adapta-se a diferentes tipos de solos Época de fruto entre outubro e janeiro

IPE BRANCO

HANDROANTHUS ROSEO-ALBUS

É uma árvore nativa do Brasil Suas flores são brancas e tomam conta da copa na floração, na qual ocorre no final no inverno ou inicio da primavera Sol pleno e solo úmido e drenado Porte médio de 7 a 16 metros de altura Após a floração, surgem frutos em forma de vagens contendo sementes aladas

JASMIM MANGA

PLUMERIA RUBRA

É uma planta nativa da América Central Suas flores podem variar entre, vermelho, rosa, branco, amarelo e vinho, e exalam perfume Suas folhas são grandes A planta não tolera geada e frio Seu porte é médio, podendo atingir de 4 a 6 metros de altura Sol pleno, solo fértil e bem drenado A floração ocorre entre o inverno e primavera

JASMIM GARDENIA

GARDENIA JASMINOIDES

É um arbusto ornamental nativo da Ásia Tem folhas verdes brilhantes e densas, suas flores são brancas, perfumadas e duradouras Prefere solo rico em matéria orgânica e com boa drenagem Seu porte pode alcançar de 1 a 2 metros de altura

Sua floração ocorre na primavera e verão, é de meia sombra

DIAGRAMA PAISAGISMO 02 SEM ESCALA

IPOMÉIA

IPOMOEA CAIRICA

É uma trepadeira nativa do Brasil Suas flores na maioria das vezes são roxas e sua época de floração acontece na primavera e verão. Já as folhas são palmadas, verdes e delicadamente recortadas. Gosta de sol pleno e solo bem drenável, a rega feita regularmente. Seu crescimento pode chegar até 3 metros de comprimento.

DENTE DE LEÃO

TARAXACUM OFFICINALE

É uma planta nativa da Europa Tem flores amarelas, folhas verdes em formato de serra e sementes voadoras (pompom). Se adapta em vários tipos de solo, gostando de sol pleno. Seu porte pode chegar a 5 a 30 cm de altura. É uma planta comestível não tradicional, trazendo benefícios medicinais.

HORTELÃ

MENTHA PIPERITA L

É uma planta nativa da Europa É uma planta herbácea estolonífera, aromática, , podendo chegar a um porte de 30 a 60 cm de altura. As folhas são ovais e serradas, de cor verdeescura. As flores são do tipo glomérulo e são brancas. É utilizada para benefícios medicinais.

MANJERICÃO

OCIMUM BASILICUM L

É uma planta nativa da Ásia Sendo herbácea, aromática e medicinal. Possui caule reto e ramificado, suas folhas são delicadas, ovaladas e de cor verde brilhante. As flores são do tipo espigas brancas. Seu porte é de 50 cm a 1m de altura. Gosta de sol pleno, solo bem drenável e enriquecido com matéria orgânica.

LAVANDA

LAVANDULA SP

É uma planta do tipo herbácea ou subarbustiva sendo nativa da África, Asia e Europa. Suas folhas são opostas, lineares, branco e muito aromáticas. Enquanto que suas flores arroxeadas são tipo espiga e bastante perfumadas. Gosta de sol pleno e solo fértil, bem drenável. Seu porte é de 30 cm a 2 m de altura.

M A C I E R I A P I T A N G U E I R A I P Ê B R A N C O J A S M I M M

I P O M O E A C A I R I C A D E N T E D E L E Ã O H O R T E L Ã M

CONCLUSÃO

Conclui-se que o desenvolvimento de um Centro de Desenvolvimento Artístico para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma iniciativa de grande relevância social, arquitetônica e terapêutica. O projeto reforça a importância da arteterapia como ferramenta complementar no tratamento do TEA, proporcionando benefícios emocionais, cognitivos e sociais aos usuários. A integração de princípios de arquitetura sensorial permitiu a criação de espaços inclusivos e acolhedores, projetados para atender às necessidades específicas deste público, respeitando sua sensibilidade sensorial e comportamental.

A escolha do terreno em Pitangueiras/SP, próxima a equipamentos de apoio como a APAE, demonstra o compromisso em conectar o projeto ao contexto urbano e às demandas da comunidade. Além de atender às pessoas com TEA, o centro visa promover maior conscientização sobre a inclusão e acessibilidade.

Este trabalho destaca o papel da arquitetura como agente transformador, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e inclusão social de pessoas com TEA.

REFERENCIAS

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