Jornal DCE UFF Nov 2007

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Chegaremos em 2008 a marca de 20 anos em que vigora a constituição que superou o regime da ditadura militar. Contudo, muitas leis que valiam nesse regime de exceção, e que são próprias dele, ainda permanecem em muitos espaços institucionais no Brasil. Boa parte das Universidades Federais, e a UFF em particular, ainda se organizam tendo como base estatutos e regulamentos impostos pela ditadura. São heranças disso na UFF a estrutura verticalizada nos espaços de decisão, um desproporcional poder outorgado à figura do Reitor e de outros dirigentes, uma composição dos Conselhos Superiores com enormes falhas em termos de representatividade, a existência de uma burocracia pouco eficiente e desatualizada que muitas vezes emperra o desenvolvimento da Universidade e, finalmente, o vigor de normas que tem como objetivo regular os segmentos da Universidade e seus movimentos, além de outras. Mas se já se passaram tantos anos do fim da ditadura militar, por que essa realidade ainda se mantém na UFF? Muitas respostas podem ser dadas, mas nenhuma delas pode fugir de um diagnóstico notório: tem sido interessante para muitos dirigentes da Universidade manter poderes sobre recursos e

É de responsabilidade de cada dirigente e conselheiro que se posicionou contra a autonomia do movimento estudantil e dos servidores técnicoadministrativos o evidente impasse em que se encontra a Universidade, concretizado na completa e total ilegitimidade do Grupo de Trabalho eleito para elaborar o projeto em nome da Universidade. Diante dessa situação, levantamos, ainda mais alto, nossa bandeira de autonomia dos movimentos da UFF e intensificaremos as ações necessárias para impedir que se concretizem atitudes tão aberrantes frente aos princípios democráticos. . Saudamos todos aqueles que estiveram junto conosco na luta pela defesa da Universidade frente ao REUNI, pela autonomia universitária e pela garantia da democracia no interior da universidade UFF, que tem por objetivo acabar com todo e qualquer resquícios da ditadura ou influência autoritária da realidade da UFF. A ADUFF, o SINTUFF e o DCE permanecerão atuando na Universidade com a finalidade de transformá-la de fato numa instituição pública, autônoma e democrática, por isto convidamos todos e todas que se referenciam nesses princípios e se opõem às evidentes práticas autoritárias da atual Administração da UFF a participarem do seminário em dezembro para discutirmos e formularmos autonomamente propostas e caminhos para UFF.

ADUFF, SINTUFF E DCE

E como anda a moradia? A luta pela Moradia Universitária na UFF, embora com enorme dificuldade, vem sendo tocada desde outubro 2002, data em que foi criado o Fórum de luta pela moradia na UFF. No ano seguinte, houve a criação da comissão responsável pela elaboração do projeto da moradia no Conselho Universitário. Em maio de 2004, após muitas manifestações estudantis, o projeto foi aprovado pelo CUV. Mas, ao contrário do que muita gente imagina, a luta estava apenas começando. Após a imposição de um estatuto por parte do governo estadual, dia 24 de abril de 2006, moradores da Casa do Estudante Fluminense foram expulsos por não aceitarem artigos que proibiam visitas, reuniões políticas e religiosas na casa, dentre outras medidas bastante arbitrárias. No dia em que a polícia apareceu com a ordem de reintegração de posse, os estudantes fizeram um ato em frente à casa, seguido de um acampamento que, alguns dias depois, foi transferido para a reitoria. No mês seguinte, os estudantes que ainda permaneciam acampados decidiram levar o acampamento para o campus do Gragoatá; uma forma de mobilizar e aproximar um número maior de estudantes. No fim do ano de 2006, o DCE, após priorizar a moradia em muitas falas dos conselheiros no CUV, conseguiu levar a luta pela moradia para o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) e garantiu a aprovação de R$350.000, 00 das verbas de 2007 para a moradia da

UFF. Quase 3 anos depois, em abril de 2007, ocupamos mais uma vez o Conselho Universitário com o objetivo de exigir a criação de um Grupo de Trabalho composto por 3 estudantes, 3 professores e 3 funcionários responsáveis pela construção de uma proposta que viabilizasse a moradia com os recursos já existentes. O GT chegou ao consenso de que a moradia deve ser construída no campus do Gragoatá e que o projeto teria o custo de cerca de 4 milhões de reais. No dia 30 de maio o CUV aprovou essa proposta sem nenhum voto contrário. Enquanto isso, o acampamento Maria Julia Braga ainda persiste e se faz presente nessa luta, mesmo com condições precárias. Em abril de 2007, 15 estudantes ocuparam também o saguão da reitoria na tentativa de continuar pressionando para que o projeto saia do papel. E lá permaneceram por cerca de 6 meses, mantendo o acampamento no Gragoatá e na reitoria simultaneamente. Até que em outubro deste ano, o reitor entrou com um mandato de reintegração de posse e mandou a Polícia Federal retirar os estudantes do hall. Caso se recusassem a sair, a polícia tinha total liberdade de repressão, além de, muito provavelmente, prender um dos estudantes do acampamento, que sofreu acusação pessoal no caso. [...] O tempo está passando e até agora não vimos um tijolo sequer ser comprado para iniciar a construção. Já passou da hora!

O PROGRAMA VIDA NO CAMPUS convida a todos a participarem de suas atividades!!! Trabalhamos com ações de cunho sócio-ambientais nos Campi da UFF e também externamente. Reuniões às terças-feiras às 15h; sala 322, Bl. O – ICHF – Campus do Gragoatá. Contatos: 2629-2850 / 8251-1597.

democracia é poder divulgar

Estudante, caso você queira divulgar algum grupo ou atividade na UFF do qual você participe e possa ser de interesse de outros, entre em contato com a gente através do site www.uff.br. O jornal do DCE

27 de novembro de 2007

NOTA PÚBLICA

burocracias, mesmo ferindo princípios básicos de convívio democrático para o bom andamento institucional. Com o advento do decreto do REUNI ficou ainda mais evidente a falta de democracia na Universidade. Depois de mais de 50 debates com a comunidade universitária que culminou numa, clara e contundente, posição contra o REUNI, foram muitos os golpes e manobras eticamente reprováveis cometidos pelo Reitor e pela administração para que se concretizasse uma rápida e pragmática adesão da UFF ao programa de Expansão e Reestruturação das Universidades. Chegamos a tal ponto, que mesmo apos o CUV ter aprovado a elaboração de um projeto autônomo, fora dos marcos, metas e prazos do REUNI, a ser realizado por um Grupo de Trabalho paritário, não foi sequer considerada a autonomia dos segmentos para a indicação dos representantes que comporiam o GT. Consideramos um grave e marcante desvio a decisão do último Conselho Universitário dele mesmo ver-se no direito de eleger os representantes dos estudantes e dos servidores para o Grupo de Trabalho, num contexto em que os funcionários não possuem sequer um assento nos Conselhos Superiores. Além disto, esta reunião também rompeu com uma prática, há muito tempo vivenciada nesta instância, de respeitar a autonomia do movimento estudantil para a indicação de seus representantes.

AUTONOMIA JÁ! E CUV, TIR

N S O D S O AS M Ã

S! O T I E R I O SS O S D

NOSSOS REPRESENTANTES NÓS É QUE ESCOLHEMOS! E E S T E S T Ê M Q UE A GIR DE ACORDO COM A VONTADE DA MA IORIA! er sorrir” d u r p i g u u e F o / t ua n ciar vou renun puder cantar / Enq o ã n u E / o eu rar ou desespe correntar / Enquant v rrir o ã n u E u puder so e r i o a t S n / a “Eu não / Ninguém vai me a l u a q v / En rna / ro ver o ca to eu puder cantar e u Ninguém Q / l a v n enda qua da solidão ero ver o v me acorrentar / En e u t i Q o / n o a ã t N n / vai “E e der / Ninguém e surpreen cordão” m i a v m é Ninguém eu puder cantar” gu so sofrer /Nin mar comigo o imen r e v e Enquanto m i a r fo e / Cordão i u ém v a q u r V g a / n u i r B e N d / o r “Ninguém / Tiver nada pra pe 1971, Chic m e Pois qu

REITORIA QUER FAZER DO PROJETO AUTÔNOMO DA UFF UM PROJETO PRO REUNI COMISSÃO BIÔNICA Com medida autoritária, quebra pacto de respeito histórico e recusa os nomes indicados pelo movimento estudantil e dos funcionários

AUTORITARISMO

A autonomia foi às favas: projeto sem a participação do movimento e para ser entre no edital não é mais nada senão REUNI

DESFAÇATEZ

e ainda nota da ADUFF, SINTUFF e DCE e informe sobre a moradia na UFF última página


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