Jornal de Fato

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CHACINA EM TIBAU

JUSTIÇA SOLIDÁRIA

Quatro homens foram assassinados na cidade praiana de Tibau. É a terceira chacina no RN em menos de um mês.

Juíza Kátia Cristina, da comarca de Apodi, destina R$ 180 mil a entidades locais. Verba é fruto de prestação de penas.

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Mossoró

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Estado

Mossoró (RN), Sexta-feira, 14 de agosto de 2015 Edição 4.343 – Ano XV R$ 2,00

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Isso é DESUMANO Uma mulher de 74 anos faleceu no chão do HRTM e outra, sem acesso a tubos de respiração. Direção reconhece caos e protestos tomaram conta de Mossoró, refletindo a situação da saúde. MOSSORÓ 1 E 3

NESTA EDIÇÃO CIANO MAGNTA AMARELO PRETO

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PÁGINAS

OPINIÃO POLÍTICA CÉSAR SANTOS BRASIL/MUNDO BRASIL/MUNDO

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CADERNOS TOTAL MOSSORÓ ESTADO CLASSIFICADOS

Editorial A ordem natural da vida é, consequentemente, a morte. As duas se completam. Mas o que dizer quando alguém morre no chão de um hospital por falta de estrutura e de valoração da vida? O que pensar quando um hospital, de referência regional, coloca paciente no chão e o deixa agonizando? As respostas, obviamente, deverão ser apresentadas pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte, que aparece como responsável direto por algo triste e lamentável que aconteceu no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, quando duas mulheres morreram na unidade hospitalar. Uma delas, de 74 anos, chegou com prenúncio de infarto e foi atendida sem a mínima condição necessária e acabou não resistindo. A outra faleceu na enfermaria por falta de um tubo que proporcionasse oxigênio. Uns podem até dizer que foi infarto fulminante e que não se teria como salvar sua vida. Mas não se pode seguir por essa linha. O cidadão paga impostos para ser atendido, seja lá qual for sua necessidade. Colocar uma senhora de 74 anos no chão, por falta de leitos, não é digno. E não se deveria fazer tal procedimento com nenhum cidadão, seja lá qual idade for. É falta de respeito, de zelo e de atenção com quem paga, efetivamente, todos os serviços e servidores públicos. Inclusive, a presidente, governador, senador, prefeito, deputado federal, estadual ou vereador. A segunda maior cidade do Rio Grande do Norte enfrenta seu pior pesadelo, que é a falta de suporte aos serviços públicos mantidos pela estrutura pública. Aliás, a falta desta implica em caos sem procedência. Principalmente em um hospital de referência regional, como o Tarcísio Maia, onde faltam medicamentos, pessoal e estrutura. E o resultado dessa ausência não poderia ser outro. A imagem que circulou nas redes sociais mostra uma senhora deitada no chão, já morta. Ao lado do seu corpo, um soro. A dor da família, certamente, é grande. Algo que tem como resultar em uma só palavra: indignação. Governos apregoam a crise para se esquivarem de suas obrigações. De cumprirem suas metas e garantirem o básico aos cidadãos, os quais já estão entregues a todo tipo de sorte. Inclusive à morte. Foi o que aconteceu no Tarcísio Maia, que deixou de ser referência para se apresentar como uma espécie de “matadouro humano”, devido aos problemas que se avolumam e não se toma nenhuma medida capaz de solucioná-los. Tudo por conta da crise financeira. Não seria melhor o Governo reduzir seus gastos? Cortar os cargos em comissão e diminuir salários do governador, vice-governador e secretários? Ou será melhor manter todos com bons salários e deixar os cidadãos sem o básico? A hora da reflexão já passou e faz tempo. O momento requer que o cidadão cobre e faça valer seus direitos como nunca ocorreu. Ou será preciso que outras pessoas morram no chão de outros hospitais para que haja mudança de atitudes, principalmente dos governos? O JORNAL DE FATO mostra sua indignação ao fato e lamenta que o Governo do Rio Grande do Norte não tenha levado em consideração materiais jornalísticos produzidos anteriormente e que remeteram à possibilidade do que, infelizmente, acabou se concretizando. Aos familiares das senhoras que foram vítimas do descaso, nossas condolências. Às autoridades competentes, que façam valer seus poderes norteados pela Constituição Federal para que Marias, Joãos, Josés ou Franciscos não tenham suas vidas interrompidas por omissão de um poder que deveria primar pela vida, e não o contrário. 1A4 1A6 1A4 1 A 14


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