Paris, terça-feira, 7 de junho de 1955, 23h30
A chuva cessara há pouco, mas a cidade ainda transpirava aquela humidade suja que, sem ai nem ui, se entranha até aos ossos a seguir à tempestade. Até à alma, se é que tal coisa existe.
Do cimo do pedestal, Danton virava-nos o altivo ombro, dando a entender, a mim e à Marcelle, com esse seu régio (passo a expressão) e impassível gesto, que nos intimava a seguir na direção oposta ao Passage Dauphine.
E contudo foi para o Passage Dauphine que nos encaminhámos...
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