1 ESG: IMPACTOS PARARESPONSABILIDADESEAINDÚSTRIA Conteúdo produzido por: Realização Q&A COM ESPECIALISTAS EM 25 DE AGOSTO
3 EDITORIAL
Pedro Perim / Nutricionista Mestrando pela Faculdade de Medicina da USP, Membro do American College of Sports Medicine, Coordenador Científico da HQ Content e Science Play. Omar de Faria / Nutricionista Bacharelado em Nutrição pela Universidade Católica de Brasília 2011, Pós-Graduado em Nutrição Clínica e em Estética pela IPGS 2013, Pós-Graduado em Nutrição Esportiva Funcional pelo Instituto VP 2015, Pós-Graduando em Fitoterapia pela Pratiensino 2021, Sócio-Proprietário da Clínica
Redator Publicitário e Pós-Graduado em Leitura e Produção de Textos. Já trabalhou como Social Media e Assessor no Governo de Brasília, possui experiência em agências de comunicação do DF e escreve poemas nas horas livres. Para ele, palavras são sementes que frutificam a vida.
Júlia Coutinho / Nutricionista Nutricionista especialista em vigilância sanitária, tecnologia industrial farmacêutica e regulatório de alimentos, ingredientes e bebidas – Sócia e Fundadora da Regularium.
CEO do Grupo HQ•Content / Fundador da Science Play e WE Nutrition Conference / Autor do livro “O Fim do Consultório” Vicente Ramos / Redator
Brunno Falcão / Gerente de projeto
Caroline Romeiro / Nutricionista Nutricionista e Mestre em Nutrição Humana (UnB), Doutorado em andamento em Ciências da Saúde na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Integrante do Grupo de Pesquisa em Fisiologia, Nutrição e Treinamento Desportivo aplicado ao Fitness Funcional. Docente de graduação e pós-graduação desde 2010, nas áreas de Nutrição Clínica, Nutrição MaternoInfantil e adolescente e Nutrição Esportiva. Máisa Neves / Nutricionista Nutricionista e Advogada, especialista em vigilância sanitária de alimentos, ingredientes e bebidas – Sócia e Fundadora da Regularium.
Omar de Faria, Escritor, Palestrante na área da Nutrição desde 2017, Consultor para desenvolvimento de suplementos e produtos nutricionais.
INTRODUÇÃO
Sendo o compromisso com o meio ambiente uma preocupação cada vez maior do consumidor moderno, há a exigência de que todos os processos de produção sejam transparentes. O consumidor se preocupa com o produto desde a matéria-prima até o que será feito após o consumo.
Figura 1 – Pacto Global da ONU Fonte: United Nations Global Compact, 2022.
Com origem em 2004, a sigla do termo em inglês Environmental, Social and Governance (ESG) surgiu na publicação do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Banco Mundial, intitulada Who Cares Wins. Na época, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, questionou a 50 Chiefs Executives Officers (CEOs) de grandes instituições financeiras sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. No mesmo período foi lançado o relatório Freshfield, pela United Nations Environment Programme Finance (UNEPFI), demonstrando a importância dos fatores ESG para a avaliação financeira.
Quando falamos sobre sustentabilidade, estamos abordando um dos temas mais relevantes das últimas décadas. Presentes nas pautas em todo o mundo, as questões ambientais, sociais e de governança apresentam enorme importância e impacto para todas as empresas do setor alimentício. No universo corporativo, o tema tão atual e relevante é conhecido por três letras: ESG
Sustentabilidade responsabilidade:eo que é ESG
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A preocupação com os pilares “Ambiental, Social e Governança” (ASG em português), tem sido tópico de discussão das grandes empresas há alguns anos, mas atualmente é vista como uma das principais tendências das indústrias. Os três fatores norteiam a medição do índice de sustentabilidade e o impacto social de uma organização. Igualmente, têm consequência nos resultados de uma empresa.
Essa preocupação se estende para as políticas sociais e para a economia, que busca ser mais sustentável. Afinal, os insumos de produção são obtidos da natureza, seja da terra ou do mar, e proteger o planeta é também proteger a própria economia. O mercado financeiro, por exemplo, entende como essenciais
Segundo relatório da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15% no fim do ano passado (2021).
Em um primeiro momento, o ESG pode parecer complicado para empresas que já atuam com práticas sustentáveis, mas o
A sustentabilidade e o lucratividadenosociaisdecom“valor”financeiroutilizadoOdadahásustentáveldesenvolvimentosãoestudadosmuitotempoemáreasEconomia,doDireitoeEcologia,porexemplo.ESG,porsuavez,épelomercadoparamedirodeumaempresa,basenoimpactoquestõesambientais,egovernança,desempenhoenadonegócio.
Já sob o panorama da governança, as ações estarão voltadas às políticas, aos processos, às estratégias e às orientações de administração de empresas e entidades, incluindo conduta corporativa, composição do conselho e sua independência, práticas anticorrupção, transparência de dados, comunicação clara com investidores, cultura organizacional, dentre outros.
Do ponto de vista Social, o foco está na responsabilidade social e no impacto que as empresas e organizações têm sobre a comunidade, como o respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas, a segurança no trabalho, salário justo, diversidade de gênero, raça, etnia, credo, proteção de dados e privacidade, por exemplo.
5as questões ambientais, sociais e governamentais nas análises de risco e decisões de investimentos.
termo não é necessariamente algo novo e revolucionário. Ele está relacionado às diretrizes em que uma organização precisa focar, com impactos positivos para o meio ambiente, a sociedade e a governança.
Nesse sentido, uma empresa tem seu valor mensurado baseado nas diretrizes do ESG e precisa estar alinhada às pautas atuais e às expectativas do consumidor. Seguir os valores do ESG favorece que uma empresa compreenda e consiga potencializar os impactos positivos do seu negócio, além de ter subsídios para minimizar os negativos.
Segundo o diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira, em um artigo publicado pela Exame, o “ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial, mas sim a própria sustentabilidade empresarial”. Ou seja, precisa estar claro para as empresas que essa é a definição e que se trata da demonstração e da transparência do que já era realizado por diversas instituições em diferentes setores da indústria, inclusive de alimentos e ingredientes. Em artigo publicado na Valor Econômico , o aspecto Ambiental da sigla está relacionado às práticas da empresa ou entidade voltadas ao meio ambiente, assumindo temas referentes ao aquecimento global, à emissão de gases poluentes, à poluição do ar e da água, ao desmatamento, dentre tantos outros.
A iniciativa conta com uma campanha que apresenta ao público seis compromissos que compõem sua Agenda ESG 2030, como diversidade, bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores; valorização e proteção da biodiversidade; e promoção de uma governança transparente e responsável, todos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O grupo também assinou o Pacto Global da ONU, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 20 mil participantes, entre empresas e organizações, distribuídos em 70 redes locais, que abrangem 160 países.
6 Fonte: Grupo Globo, 2022 .
Figura 2 – Jornada ESG - Grupo Globo No dia 14 de julho de 2022, o grupo Globo lançou o “Jornada ESG”, primeiro relatório de sustentabilidade da companhia, conforme as diretrizes da GRI (Global Reporting Iniciative).
Com a pandemia, essa indústria vem se reinventando e buscando propor novos caminhos para a alimentação, a produção e a distribuição no cenário pós-Covid.
O CRESCIMENTO DO ESG NA INDÚSTRIA
ALIMENTOS E
Um fator relevante que tem contribuído para essas alterações são os regulamentos governamentais de cada país e bloco econômico. A União Europeia, por exemplo, exige que as tampas sejam fixadas às garrafas de plástico como parte da sua diretriz relativa às embalagens de uso único, com o prazo para as empresas cumprirem a regra até ao final de 2024. Além de ajudar na reciclagem, a pequena alteração contribui para que as tampas não se espalhem e poluam o meio ambiente com esse tipo de material. Adotar tais medidas, também favorece a imagem da empresa, pois garrafas ou tampas aparecendo em praias e aterros são associadas pelo consumidor à irresponsabilidade da marca, prejudicando a sua reputação.
As novas versões das garrafas plásticas têm o objetivo de facilitar a reciclagem das tampas, evitando que elas se percam. A empresa ainda prevê que, até DE BEBIDAS
A Coca-Cola também lançou seu primeiro protótipo de garrafa de papel, em 2021. A embalagem possui um invólucro de papel com forro de plástico reciclável, além de uma tampa feita de PET, também 100% reciclado. A novidade foi desenvolvida em parceria com cientistas dos Laboratórios de
7 2024, as garrafas PET das marcas mais comercializadas tenham tampas acopladas. Por enquanto, a mudança ocorrerá apenas nas garrafas do Reino Unido, mas já demonstra uma inovação que pode ser adotada em outras partes do mundo.
Ter projetos socioambientais e compreender que o planeta é a mais preciosa fonte de matéria-prima é fundamental, bem como acompanhar as mudanças globais de comportamento e as tendências. Ignorar estes pontos é demonstrar desconexão com as demandas atuais e essenciais em todo o mundo. A governança ambiental está diretamente ligada à nova realidade da indústria de alimentos, bebidas e ingredientes. Oferecer soluções criativas com impacto positivo faz parte do plano de negócios e financeiro. A Coca-Cola, por exemplo, lançou no Reino Unido suas primeiras garrafas PET com tampas acopladas (tethered caps).
Nos últimos anos, o ESG tem tido grande impacto para empresas do setor alimentício. Além dos compromissos com a preservação do planeta e a redução de impactos na produção, a governança ambiental para a indústria do setor é cada vez mais relevante para a saudabilidade.
temos o exemplo das novas regras de rotulagem nutricional, voltadas mais para a informação ao consumidor (social e governamental). As novas regras incluem dados sobre nutrientes de interesse para saúde e que não eram obrigatórios (açúcares totais e açúcares adicionados), além da rotulagem nutricional frontal obrigatória para alimentos que ultrapassem os limites definidos de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio, substâncias relacionadas a condições de saúde com impacto nas políticas públicas de saúde (diabetes, obesidade e hipertensão, por exemplo).
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Além disso, a nova tabela nutricional trará informações sobre o alimento pronto para o consumo e a composição nutricional por 100 g de produto. Tudo isso para facilitar a comparação entre produtos da mesma categoria disponíveis no mercado e trazer ao consumidor elementos mais precisos sobre valores de calorias e nutrientes ingeridos nos alimentos, preparados de acordo com as orientações do fabricante. Dessa forma, espera-se que o consumidor esteja mais bem informado e desenvolva Figura 3 – Protótipo da garrafa de papel da Coca-Cola maior senso crítico em relação às suas escolhas e aos produtos, fazendo com que as empresas se preocupem mais com as suas próprias estratégias de formulação e desenvolvimento.Alegislaçãoda temática ESG cresceu bastante no último ano, com novas diretrizes vindas da Comissão de Valores Mobiliários, do Banco Central e da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Segundo o Decision Report, 68% dos negócios brasileiros em 2022 têm estratégias ESG em funcionamento, o que representa 26% mais empresas em relação ao ano anterior. Nos Estados Unidos, por exemplo, os índices ESG mostram que as ações desse tipo de empresa tiveram um aumento entre 25,6% e 31,7% em 2021.
No2030.Brasil,
Fonte: Coca-Cola Europe, 2021 . P&D da Coca-Cola, em Bruxelas, e da The Paper Bottle Company (Paboco). A empresa se comprometeu a garantir que todas as suas embalagens sejam recicladas ou reutilizadas até
O levantamento feito pela Anbima, a pedido do Prática ESG , mostra um aumento de 74% no número de fundos de ações que se enquadram na temática sustentabilidade e de governança corporativa de 2008 a março de 2022. Se antes eram apenas 27, no fim de março já somavam 47 produtos, por exemplo. O
As mudanças proporcionadas pelo ESG, além de agregar maior valor financeiro à empresa, estimulam toda a cadeia de produção a exercer e incentivar cada vez mais a governança ambiental, pois ganham notoriedade perante o consumidor e o mercado. Em estudo publicado em 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apurou que a maioria das empresas brasileiras que investem em sustentabilidade buscam apenas obter uma imagem institucional melhor. Assim, dentre as empresas que investiram em sustentabilidade ambiental, 59,4% disseram que o objetivo foi melhorar a reputação institucional, enquanto 54,3% justificaram os investimentos com foco na adequação aos códigos de boas práticas ambientais. A pesquisa também demonstrou que há pouco incentivo governamental. Apenas 11,2% das empresas que investiram em sustentabilidade afirmam ter recebido algum tipo de apoio governamental, seja em forma de subsídios ou outros incentivos.
Na pesquisa da PwC, intitulada “A jornada ESG do private equity: da Fonte: The PWC, 2021. Figura 4 – Pesquisa sobre a jornada ESG do privateconformidadeequity. à criação de valor” (2021), 56% dos entrevistados tratam de temas ESG na agenda da diretoria executiva mais de uma vez por ano. O relatório destaca que as empresas no mundo inteiro estão voltando a atenção para questões ambientais, sociais e de governança, reconhecendo o ESG como um fator de criação de valor. Há também o entendimento de que as empresas de capital privado que focam no ESG em suas estratégias de negócios serão os agentes da mudança na nova economia sustentável. Da mesma forma, as empresas que não adotarem os princípios ESG correm o risco de perder valor no mercado.
9patrimônio
Somente nos EUA, os ativos sob gestão com foco em ESG cresceram cerca de US$ 5 trilhões de 2018 a 2020.
da classe saltou 96% no período, passando de R$ 1,03 bilhão para R$ 2,01 bilhões em março de 2022. Por isso, cada vez mais as grandes, médias e pequenas empresas buscam adequar suas produções e planos de negócio para as diretrizes do ESG.
10 ESG - MAIS DO QUE UM DIFERENCIAL, UMA RESPONSABILIDADE
Segundo a pesquisa GNDI 2020-2021 Survey Report – Board governance during the Covid-19 crisis: Análise dos Resultados Brasileiros, assinada pelo Global Network of Directors Institutes (GNDI) e tendo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa como representante no Brasil (IBGC), o ESG será prioridade das diretorias após a pandemia, ficando em primeiro lugar entre as questões de maior impacto no mundo dos negócios. Nela, 85% dos entrevistados disseram acreditar que haverá um foco maior sobre o meio ambiente nos próximos anos. Para a indústria de alimentos, a governança ambiental já é parte da estratégia financeira das empresas, assim como de uma nova cultura corporativa. As atenções são voltadas para a diminuição da emissão de carbono e a gestão de resíduos e rejeitos, por exemplo. Isso também ocorre com questões trabalhistas, melhorias no sistema de trabalho, benefícios para a sociedade e participação em projetos sociais.Criar embalagens sustentáveis, diminuir o uso do plástico, reciclar e propor ações com foco na preservação da natureza é um compromisso de governança ambiental da indústria de ingredientes. Além de uma resposta aos desejos do consumidor, são ações necessárias para as preocupações no cenárioOutrasmundial.açõesque visam reduzir impactos no meio ambiente são investimentos em energia renovável, processos produtivos e na agricultura regenerativa. Como visto anteriormente, o combate ao desperdício é hoje um dos principais compromissos da indústria de alimentos e também da governança ambiental.
Enxergar que o ESG é uma responsabilidade da indústria e não apenas um diferencial de mercado é fundamental para ser bem avaliado pelo consumidor. Afinal, desse modo as ações desenvolvidas serão legítimas. No período pós-pandemia, o ESG parece ter ainda mais importância e influência na escolha do consumidor.
Entendemos que o ESG é fundamental para a indústria atualmente e é uma demanda não apenas do consumidor, mas de todo o mercado financeiro. Porém, como saber se uma empresa se encaixa nestas diretrizes?
Um olhar focado em desenvolver mais ações e medidas que proporcionem mudanças para reduzir impactos ambientais é uma das maiores responsabilidades da indústria de alimentos, bebidas e ingredientes atualmente. A transformação é constante e necessita ser feita com base no ESG a todo instante. Quais são os indicadores de ESG?
• Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciadas (IGC B3): as ações devem ter valor mínimo de R$ 1,00; a empresa precisa estar listada no novo mercado ou nos níveis 1 e 2 da B3; devem ser analisados o valor de mercado de ativos em circulação e o fator de segurança para pesos da organização.
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Em matéria publicada no Instituto Livres (2022) , são apontados diferentes indicadores, sendo que cada um deles possui suas próprias exigências para que uma empresa faça parte. São eles:
• Índice Carbono Eficiente (ICOS B3): nesse índice, existem requisitos, como o valor das ações não poder ser menor que R$ 1,00; a exigência de produção de inventários de emissão de gases de efeito estufa; deve-se considerar o valor de mercado dos papéis em circulação, a emissão de gases de efeito estufa e a receita para pesos de empresas; as empresas também devem fazer parte das 100 ações mais negociadas da bolsa.
As empresas que se adaptam a essas práticas conseguem não apenas maior valorização frente ao mercado financeiro, mas também adquirem mais credibilidade perante seus consumidores. Elas geralmente se comunicam melhor com seus clientes, oferecendo mais transparência e impacto social positivo. No cenário atual, as organizações necessitam atuar com mais eficiência nas práticas voltadas ao ESG, pois, em algumas situações, a falta de investimentos ocorre por decisões intempestivas dos gestores, que priorizam outros setores. Porém, existem incentivos fiscais para empresas que investem em projetos sociais e governanças ambientais. Além do retorno financeiro, há também o ganho na percepção do público final em relação à empresa.
Estar presente na vida do consumidor e transformar o contexto ao seu redor agrega um valor imensurável a uma empresa, tanto no aspecto social como financeiro. Fazer parte da evolução do mundo, transformando e adaptando com responsabilidade deveria ser missão de toda a indústria.
Segundo estudo realizado pelo Instituto Ipsos (2019) , os consumidores preferem adquirir seus produtos de empresas que investem em causas sociais. 63% dos entrevistados afirmaram escolher as empresas que investem em educação e oportunidades de aprendizagem.
• Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): o valor das ações não pode ser inferior a R$ 1,00; é necessário realizar questionário para temas ESG; a empresa deve adotar as boas práticas ambientais, sociais e de governança; as empresas do índice devem estar entre as 200 ações mais líquidas da B3. Para o mercado financeiro, esses são alguns dos requisitos para uma empresa se encaixar no ESG. Porém, para consumidores, o ESG proporciona mais segurança na aquisição de produtos e serviços com maior qualidade, e corresponde às suas expectativas: menor impacto ao meio ambiente e à sociedade.
Há uma crescente demanda por empresas que sigam as práticas de ESG. Afinal, é impossível ignorar o aumento de riscos ambientais, sociais e de governança nos últimos anos. Cada empresa, principalmente nas indústrias de alimentos, bebidas e ingredientes, deve identificar e mapear riscos e oportunidades que suas produções oferecem.Aresponsabilidade socioambiental deve ser real e não estar presente somente no marketing da empresa, ou seja, não apenas dizer que se preocupa com aspectos ambientais, sociais e de governança, mas ter ações concretas voltadas a eles. Construir uma imagem ecofriendly, por exemplo, pode aproximar os consumidores e criar uma boa reputação perante o mercado. Porém, é preciso estar de acordo com as regras, aceitar a fiscalização, apresentar relatórios concretos e ser transparente nas ações.
O levantamento aponta que os desconfiados enxergam as práticas ESG como uma ameaça para o desenvolvimento de seus negócios; os distantes, consideram apenas a questão ambiental; os iniciantes também focam no ambiental e possuem algumas ações concretas (como reciclagem); os emergentes acreditam na relevância do ESG e buscam implementar os processos em suas rotinas. Finalmente, os engajados acreditam na sustentabilidade como parte estratégica na instituição, desde a embalagem de produtos até a distribuição, e também cobram transparência nas relações da empresa com todos seus stakeholders.
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Em levantamento realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em 2021, foram identificados cinco perfis de comportamento quando se fala em sustentabilidade: desconfiados, distantes, iniciantes, emergentes e engajados. Esse delineamento vai desde profissionais que não percebem vantagem nessa temática até aqueles que pautam a sustentabilidade como ponto central dos negócios.
O ESG ALÉM DO DISCURSO
Na figura 5 observamos que, apesar de o perfil de engajados ser menor, há um equilíbrio entre os iniciados, distantes e emergentes. Pode-se inferir que há um amadurecimento sobre o ESG nas indústrias.Comomostra
Figura 5 – Entendimento sobre o ESG Figura
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Fonte:
a figura 6, a seguir, o mesmo levantamento aponta um mercado em evolução no que se refere ao ESG. Nela, vemos que uma parcela relevante do mercado indica que já implantou diversas práticas, processos e compromissos de ESG, enquanto a maioria das instituições ainda está em meio a processos de estruturação ou com planos para incluir o ESG em sua cultura corporativa. Anbima, 2021. Fonte: Anbima, 2021. 6 – Implementação de processos ESG
• Dificuldade para encontrar fornecedores que atendam aos critérios ESG definidos pelo contratante. O relatório também reforça que a motivação mais relatada para uma empresa atuar com ESG é a gestão de sua imagem e de sua reputação. Outro ponto interessante apontado é que a maioria das empresas atua nos três eixos ESG, mas prevalece a gestão de critérios do eixo ambiental. Porém, são os critérios de governança que mais impedem a contratação de um fornecedor.
Devido à pandemia, diversos setores da indústria parecem ter compreendido com mais clareza como o ESG é essencial, não apenas nos aspectos ambiental e de governança, mas especialmente no âmbito social. No Fórum ESG, realizado no evento Fispal Tecnologia & TecnoCarne 2022, palestrantes relataram como suas empresas atuam na área social e a importância do compromisso com o tema para a obtenção de resultados benéficos para a sociedade.
Entender essa evolução e os desafios envolvidos é fundamental para tornar o ESG uma prática intrínseca na cultura da indústria de alimentos, bebida e ingredientes no Brasil. Diminuição do uso de embalagens plásticas, redução de resíduos sólidos, menor impacto ambiental na produção e distribuição de alimentos são alguns dos desafios enfrentados a cada ano.
Isso significa que uma empresa da indústria de alimentos, bebidas e ingredientes pode oferecer doação de produtos, oportunidades de emprego, parcerias com agricultores e outras ações que beneficiem uma comunidade. Identificar as necessidades e transformá-las em oportunidades para desenvolver o aspecto social é proporcionar melhorias coletivas, visando não apenas lucro ou visibilidade, mas um impacto positivo e real.
Além do envolvimento em ações de caridade e filantrópicas, as organizações buscam oferecer serviços e produtos do próprio segmento em que atuam para gerar valor com ações que sejam relevantes para a sociedade e perante o consumidor, como levar água potável para quem precisa, empoderar pessoas (como pequenos agricultores, comunidades), organizar doação de alimentos para áreas carentes, dentre outros.
A importância do “S” no ESG
Desafios para a indústria Os maiores desafios para a indústria estão principalmente em encontrar fornecedores e parceiros que compreendam e tenham ações voltadas para o ESG. É importante para o crescimento de uma empresa contar com uma cadeia que consiga unir a sustentabilidade e o social com qualidade na entregaSegundofinal.o relatório Critérios e métricas ESG para a indústria, da Firjan (2021), os três principais desafios para a evolução ESG na indústria são:
• Entendimento sobre os critérios ESG e como aplicá-los;
• Múltiplos formatos de implementação e relato de critérios ESG, que aumentam a complexidade e dificultam a análise e comparabilidade;
Também podemos enxergar as práticas de ESG pela ótica dos investidores. A escolha por empresas ou países com melhores pontuações ESG se dá pela provável estabilidade e proteção contra surpresas negativas, garantido melhores retornos de investimentos.
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• Exigência de posicionamento por parte do emissor sobre a adoção ou não de matriz de materialidade e indicadoreschave de desempenho para questões ambientais e sociais;
• Desmembramento de fatores de risco “socioambientais” em itens apartados para questões sociais, ambientais e climáticas, com mais clareza sobre o que precisa ser discutido;
A previsão é de que as novas disposições entrarão em vigor a partir de 2 de janeiro de 2023, para haver tempo hábil de as empresas de capital aberto se adequarem às medidas. A Resolução n.º 59 tem como objetivos simplificar as exigências e proporcionar um acesso mais amplo de informações aos investidores. Alguns dos critérios ESG que serão analisados pela Comissão são:
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou, em dezembro de 2021, a alteração das regras do formulário de referência, um documento que contém as principais informações sobre as empresas. Nessa alteração, há ampliação de exigências de informações sobre os aspectos de ESG que uma empresa deve ter. Porém, o documento possui apenas caráter de orientação para o mercado, não de obrigação, mas já sinaliza uma sintonia com o mercado internacional.
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É importante que a empresa seja transparente e clara quando se trata de práticas ESG. Dizer que uma organização é ESG, puramente por marketing, configura um termo chamado greenwashing, ou lavagem verde, em português. Isso ocorre quando a preocupação ambiental é utilizada como estratégia de propaganda para obter uma reputação visando maior lucratividade, sem que haja realmente estratégias e práticas internas de ESG. Segundo afirma Marcella Ungaretti, head de research ESG da XP, em matéria da CNN Brasil (2022) , o investimento em empresas ESG deve ser de “lucro com propósito”. A especialista também relata que existem 5 tendências em relação à pauta ESG neste ano para as quais os investidores precisam estar atentos. São elas as questões climáticas atreladas à emissão de gases do efeito estufa; créditos de carbono, em especial no Brasil, com um Projeto de Lei (PL nº 528/21) que visa regulamentar o mercado de créditos de carbono e ainda não foi votado; diversidade e inclusão; avanços na regulamentação; e padronização da regulamentação. De acordo com o portal Exame, a legislação do ESG no Brasil teve um grande crescimento no último ano, devido às novas diretrizes vindas da Comissão de Valores Mobiliários, do Banco Central e da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
É importante frisar que, no Brasil, o ESG ainda não é parametrizado. A avaliação da empresa é feita de forma subjetiva. 24% das bolsas mundiais consideram obrigatória a regulação do relatório de sustentabilidade e o País está caminhando para fazer parte desse grupo.
• Adoção de transparência sobre a não prática do ESG. Emissores que não divulgam relatórios de sustentabilidade ou documentos equivalentes, ou ainda, aqueles que não tenham indicadoreschave de desempenho para questões ambientais e sociais, devem explicar o motivo de não o fazerem ainda.
Recentemente, empresas de diversos setores têm adotado práticas ESG e compartilhado com o público. No setor aéreo, a Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A (Embraer), segundo o portal The news, assinou uma carta de intenções com a empresa de energia Raízen para estimular a produção de combustível de aviação sustentável. Essa parceria torna a Embraer a primeira fabricante de aeronaves a consumir esse combustível e faz parte do objetivo da empresa de zerar a emissão de carbono de suas operações até 2040, visando estimular o crescimento e a sustentabilidade do setor como um todo, utilizando fontes de energia 100% limpas.
Um caminho para compreender a percepção dos consumidores sobre a atuação ESG de uma empresa é a pesquisa direta com o consumidor, como a realizada recentemente pela empresa Vivo. Nela, a empresa encaminhou um e-mail para entender a percepção de seus clientes sobre as ações de ESG da empresa, visando identificar os temas mais relevantes para seu público e construir estratégias para a diminuição de impactos negativos no meio ambiente e geração de benefícios para a sociedade.
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Atualmente, seguir os critérios ESG não é um diferencial, mas uma necessidade. No contexto em que vivemos, as preocupações com os aspectos ambientais, sociais e de governança são praticamente intrínsecas a qualquer indústria, sobretudo na indústria de alimentos, bebidas e ingredientes. Os consumidores e o mercado financeiro desejam consumir e investir em marcas que possuam ações sustentáveis e concretas, impactando positivamente no cotidiano e na preocupação com o futuro de gerações atuais e futuras.
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Em um país repleto de recursos naturais e consumidores engajados, demonstrar a preocupação com o meio ambiente, com a sociedade e, principalmente, agir para a preservação e melhoria dessas pautas, é essencial. Durante muitos anos, o meio ambiente, as questões sociais e a responsabilidade ética empresarial são temas discutidos e relevantes. No mundo dos negócios, não é diferente. Com os aspectos ESG, o mercado consegue analisar os riscos, as oportunidades e as ameaças que uma empresa pode oferecer. A maior demanda do consumidor por esses temas faz com que a oferta também cresça.
Porém, essas visões e propostas precisam ser reais e concretas. Não é apenas dizer que uma empresa é ESG que irá garantir confiabilidade perante o mercado e o consumidor, nem apenas ter ações pontuais ambientais e sociais; é preciso que a empresa esteja realmente comprometida com as ações que divulga, pois o consumidor e o mercado financeiro podem se sentir enganados caso não se mostrem verdadeiras.Comprometer-se com o ESG é ir muito além do planejamento e da conscientização: é ter uma cultura integrativa de sustentabilidade, solidariedade e responsabilidade. Para isso, é preciso um trabalho contínuo de reformulações internas, externas, transparência e observação do que o mundo necessita, ou seja, escutar e responder com ações que façam a diferença.
Por mais que no Brasil os critérios de ESG ainda não sejam definidos e/ou obrigatórios, o cenário internacional demonstra o caminho a ser seguido. A indústria deve ter o ESG em toda sua cultura, desde a decisão de negócios, desenvolvimento de produtos e identificação de tendências, até o seu topo, com vendas, pós-vendas, reaproveitamento de resíduos e tantos outros.
Para todas as indústrias, principalmente a de alimentos, bebidas e ingredientes, não há uma receita única e perfeita. Os caminhos são diversos, bem como as possibilidades, mas o ESG é a base para a transformação, não apenas para agregar valor a uma empresa, mas para preservar o mundo em queOsvivemos.ingredientes estão à mesa: meio ambiente, sociedade e governança. Cabe a cada um de nós da indústria utilizá-los pelo bem maior e por um mundo cada vez melhor.
CONCLUSÃO
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