Dossier sobre cuidados paliativos | 35
A dignidade no cuidado biopsicossocial Rita Marques Gerontóloga, licenciada pelo Instituto Politécnico de Coimbra (ESEC) e mestre em Cuidados Continuados e Paliativos na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC)
Resumo Atualmente, vivemos confrontados com transformações e mudanças nas práticas profissionais, educacionais e éticas, que exige mudança na sociedade e na humanidade em geral. Porém existe uma base que nunca deverá ser esquecida, o direito à dignidade, seja em que idade for (Bacalhau, 2014). O cuidador formal, independentemente da sua área de intervenção, depara-se diariamente com problemas, que em muitas circunstâncias exigem decisões que por vezes podem ser consideradas desadequadas, no ponto de vista moral e ético (Scolaro, 2016). O objetivo principal da investigação “A Dignidade na ótica do cuidador formal
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numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas”, realizado pela investigadora, Gerontóloga Rita Marques, pretende de forma heterogénea, explorar e analisar qual a perceção e valor que os cuidadores formais dão à dignidade enquanto prática profissional diária.
“A Dignidade na ótica do cuidador formal numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas” Enquadramento teórico É preciso diariamente reforçar o princípio do respeito pelo utente, não como utente, mas como pessoa. É importante formar e destacar a importância de tratar as pessoas que carecem de cuidados especializados, como seres únicos, ver a totalidade do seu “ser” holísticamente, de forma física, psicológica, social, espiritual (Azevedo, 2015). Todo ser tem o direito às melhores oportunidades de saúde, da mesma forma que tem o direito de viver com o máximo de dignidade possível, inclusivamente nas últimas fases da sua vida (Semedo, 2018). A Gerontologia, enquanto profissão, evolui no sentido de uma intervenção cada vez mais responsável, humanizada e fundamentada. Desse modo, o gerontólogo deve