A importância do apoio aos doentes em cuidados paliativos e ao cuidador

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Espaço Associação de Farmácias de Portugal | 9

A importância do apoio aos doentes em cuidados paliativos e ao cuidador

Manuela Pacheco Presidente da Associação de Farmácias de Portugal (AFP) © freepik

A “As farmácias comunitárias dispõem de diversos serviços de apoio a estes utentes que visam facilitar o seu quotidiano, como sendo a entrega da medicação ao domicílio”

s farmácias comunitárias cumprem um papel determinante no Sistema Nacional de Saúde, num quadro de marcada proximidade à população. Tal resulta em boa medida da ampla cobertura geográfica das farmácias, que estão implementadas de norte a sul do país, dispondo de um conjunto alargado de serviços que possibilitam que os utentes não tenham de percorrer grandes distâncias para ter acesso aos cuidados de que necessitam. Esta situação ganha particular relevo em regiões fora dos grandes centros urbanos, onde não há hospitais, postos de saúde ou mesmo médico. Em complementaridade, também os horários alargados em que as farmácias comunitárias prestam o seu serviço fomentam a acessibilidade e a proximidade aos cidadãos. É, por isso, fácil perceber por que razão as farmácias comunitárias são muitas vezes a porta de entrada no Sistema Nacional de Saúde, mas também o principal destino quando os doentes encerram o percurso por esse circuito. O contributo dos farmacêuticos, nas diversas vertentes da sua atuação, assume assim um papel de grande relevância no acompanhamento de milhares de utentes que diariamente se deslocam às farmácias, sobretudo dos doentes crónicos, polimedicados e, em particular, daqueles que necessitam de cuidados paliativos. Atualmente, as farmácias comunitárias dispõem de diversos serviços de apoio a estes utentes que visam facilitar o seu quotidiano, como sendo a entrega da medicação ao domicílio. Com este serviço, as farmácias promovem o acesso ao medicamento em segurança, evitando que o utente ou o cuidador tenham necessidade de se deslocar à farmácia. Paralelamente, e tendo como propósito a promoção da saúde, as farmácias comunitárias dispõem de outros serviços, como sendo o acompanhamento farmacoterapêutico, a preparação individualizada de medicamentos ou o aconselhamento farmacêutico. Estes serviços

contribuem para a adesão à respetiva terapêutica, essencial para garantir a qualidade de vida num quadro de doença muitas vezes difícil. Mas também apoiando o ambiente familiar do utente e, nomeadamente, quem se assume como cuidador. Em contexto de cuidados paliativos, o papel de proximidade do farmacêutico ganha especial relevo, através não só do acompanhamento do doente, mas também do seu cuidador. Ao prestar aconselhamento na gestão da doença e da relação com o doente, o farmacêutico contribui ativamente para a criação de um ambiente familiar mais tranquilo e harmonioso. Por outro lado, e porque no decorrer dos cuidados que prestam se confrontam por diversas vezes com sintomas de doença aguda, como sendo dores de costas ou alterações gastrointestinais, os cuidadores encontram nas farmácias comunitárias respostas de tratamento, através da recomendação farmacêutica de medicamentos não sujeitos a receita médica. A atuação em proximidade das farmácias comunitárias, em estreita complementaridade com os restantes parceiros do setor da saúde, contribui assim para melhorar os cuidados ao doente paliativo e ao seu cuidador, o que tem repercussões numa melhoria global dos cuidados de saúde prestados à população.


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