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entrevista
“sem software é impossível levar a cabo a transformação digital do setor” Schneider Electric
O trabalho desenvolvido pelas unidades de Power Products e Digital Energy, a importância da digitalização e da sustentabilidade, as novas apostas da Schneider Electric para o futuro. Estes foram alguns dos temas abordados numa conversa com Jordi García, Digital Energy & Power Products VP da zona Ibérica da Schneider Electric. Revista “o electricista” (oe): Pertence à Schneider Electric, uma das empresas de referência a nível mundial em instalações elétricas. Qual é a oferta da empresa, e como é que a sua atividade evoluiu? Jordi García (JG): A nossa empresa tem evoluído de forma muito positiva ao longo dos últimos anos. Passámos de ser um fabricante de produtos de distribuição elétrica e automação para uma empresa híbrida de produtos, serviços e software, cujo objetivo é liderar a transformação digital do nosso mercado e ser o parceiro tecnológico e de sustentabilidade dos nossos clientes. Atualmente, na Schneider Electric investimos entre 4,5 e 5% da nossa faturação anual em I&D. É por isso que o nosso portefólio de produtos se destaca: é muito cuidado e baseado na qualidade e na capacidade de conexão. Neste sentido, fundimos novas tecnologias com soluções clássicas de proteção elétrica que tornam possível desenvolver propostas de valor para os nossos clientes, tendo um impacto infinitamente maior no seu negócio do que acontecia tradicionalmente. Todos os nossos novos produtos são conectáveis e podem ser integrados com a nossa arquitetura EcoStruxure, o que permite aos nossos clientes melhorar a gestão dos seus dados e otimizar o seu desempenho. oe: O que fazem as unidades de negócio de Power Products e Digital Energy na empresa, e o que oferecem? Onde está o seu valor acrescentado? JG: A partir das divisões de Power Products e Digital Energy queremos liderar a www.oelectricista.pt o electricista 75
Transformação Digital do setor das soluções de Gestão e Automação de Energia no mercado da construção de edifícios, através de propostas de valor para os nossos clientes e parceiros que visam contribuir para o cumprimento dos objetivos de sustentabilidade do planeta e para a dinamização da economia. Desenvolvemos soluções focadas na otimização dos processos, na eficiência operacional, na utilização eficiente de energia e também na segurança das suas instalações, ativos e pessoas. oe: Que papel desempenham as instalações elétricas no mundo dos edifícios? JG: As instalações elétricas têm um papel fundamental neste mundo. Devemos ter em conta que 80% das emissões de CO2 do planeta são causadas pela utilização de energia, e que os edifícios consomem 40% dela. Nesse sentido, dispor de instalações que nos permitam otimizar a utilização da energia, reduzindo o seu consumo e garantindo que provém de fontes renováveis, é imprescindível no caminho em direção aos objetivos de descarbonização do planeta. oe: Como contribui a Schneider Electric, ou em particular as unidades de negócio
de que o Jordi é responsável, para os objetivos de eficiência energética e descarbonização do setor da construção de edifícios? JG: De forma simplificada, a nossa intenção é acrescentar valor em duas grandes vertentes. Por um lado, o valor que acrescentamos do ponto de vista das parcerias tecnológicas com os nossos clientes, proporcionando soluções completas de gestão e automação de energia, com tecnologias abertas e de ponta que asseguram os melhores resultados ao longo de todo o ciclo de vida de um projeto ou investimento, desde a fase de design até à operação e manutenção. Por outro lado, queremos também contribuir para a dinamização do negócio e a aceleração da implementação destas soluções através do trabalho conjunto com todos os nossos clientes e outros agentes do mercado, como a administração pública ou entidades reguladoras. Esta é um aspeto crucial no contexto de mudança constante em que vivemos atualmente, e no qual a transição energética está a possibilitar novos modelos de negócio. Para além disto é importante ter em conta que, na Europa, os edifícios são responsáveis por 40% do consumo de energia e 36% das emissões de CO2. Para cumprir os objetivos