uma central nuclear num telhado

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case-study

uma central nuclear num telhado Pere Soria Alcazar Desenvolvimento de Negócios

Quem poderia pensar em montar uma central nuclear no seu telhado? Certamente muito poucas pessoas, para não dizer ninguém, porque você pode sempre encontrar alguém com ideias totalmente ilógicas. Por outro lado, a cada dia, mais pessoas montam uma central de ge­ ração de energia elétrica no seu telhado, sem medo de que tal equipa­ mento possa gerar um impacto negativo na sua saúde, para eles ou para a sua vizinhança, nem de deixar o presente envenenado aos seus descendentes que terão que fazer a gestão e guardar resíduos perigo­ sos por mais de um século. Com efeito, o autoconsumo está bastante presente na sociedade e é, hoje, um motor de atividade do nosso seto. Na CIRCUTOR temos a convicção de que, juntamente com o carregamento de veículos elé­ tricos, será um dos principais eixos da evolução e recuperação econó­ mica pós-pandemia da Covid-19. O aumento do autoconsumo levou-nos a começar a ver resultados quantificáveis ​​que começam a refletir essa tendência. E embora o títu­ lo deste artigo anuncie uma impossibilidade, a de instalar uma central nuclear no telhado, já podemos afirmar que a energia solar fotovol­ taica para autoconsumo instalada em telhados de residências, edifí­ cios comerciais e indústrias, desde 2014, já acumula mais potência do que a de um grande reator nuclear, e a previsão é que a cada ano novas centrais sejam instaladas ao ritmo de igualar os 1000 MW de um reator nuclear e, portanto, igualar a energia solar fotovoltaica no autoconsumo acumulado com a energia nuclear até o ano de 2025 em que, além disso, será feita a desmontagem dos reatores, dando primazia às renováveis. Tabela 1. Dados até 2020 publicados pela UNEF. Projeção a partir de 2021 supondo um crescimento de 30 % (igual ao experimentado no ano de 2020)

Potência Instalada (MW) Ano

Instalada

2014

22

Acumulada 22

2015

49

71

2016

55

126

2017

122

248

2018

236

484

2019

459

943

2020

596

1539

2021

775

2314

2022

1007

3321

2023

1309

4630

2024

1702

6333

2025

2213

8546

MAS QUAL O MOTIVO DESSE CRESCIMENTO? A resposta tem pelo menos 3 aspetos importantes: primeiro, é o amadurecimento da tecnologia, que tem permitido que os custos de instalação sejam reduzidos a níveis que permitem que grande parte da população opte por investir no seu telhado já que este é, hoje, um dos investimentos mais lucrativos que indivíduos e empresas podem executar. www.oelectricista.pt o electricista 75

Figura 1.

Em segundo lugar, a legislação aprovada no final de 2018 e especial­ mente na primavera de 2019 com a aprovação do Real Decreto 244, que regula e promove o autoconsumo, tornando-o viável em múltiplas configurações adaptáveis ​​à maioria das situações. Terceiro, o contexto da emergência climática declarada pelas admi­ nistrações, que tem permitido a muitas pessoas entender a mensagem de que as mudanças climáticas são o principal problema que nossa so­ ciedade tem e que cada um de nós pode contribuir com parte da solução.

O AUTOCONSUMO LIMITA-SE AOS EDIFÍCIOS COM UM TELHADO PRATICÁVEL E BEM ORIENTADO? A resposta, felizmente, é que não há limites para o autoconsumo, pois podemos utilizar outros espaços alternativos, como estacionamentos externos com a instalação de pérgulas fotovoltaicas, que, além de ge­ rarem energia elétrica para o edifício, são o complemento ideal para que os veículos elétricos estacionados sob eles possam ser recar­ regados com energia produzida localmente, sem qualquer perda ou emissões. Outra fórmula de autoconsumo que começa a surgir é a instalação de centrais fotovoltaicas em terrenos anexos ou próximos de edifícios, especialmente em parques industriais e pequenos centros populacio­ nais através da criação de comunidades de energia. Seja qual for o tipo de instalação escolhido, o autoconsumo pode chegar a qualquer utilizador e é chamado a ser uma parte importante da solução de conversão do nosso sistema energético, para atingir os objetivos europeus de descarbonização da economia antes do próxi­ mo 2050. Há mais de uma década, na CIRCUTOR decidimos apostar no au­ toconsumo e na mobilidade elétrica, e se já chegou a este ponto do ar­ tigo, assumimos que também está neste negócio e quer dar a sua par­ te para alcançar uma sociedade mais sustentável. Se, por outro lado, ainda não deu esse passo, nós encorajamos a fazê-lo. No website da Circutor poderá encontrar o Ciclo de Formação da CIRCUTOR sobre os 4 grandes desafios do setor para 2021. Em 2 desses desafios ten­ taremos transferir os nossos conhecimentos sobre autoconsumo e veículos elétricos. Temos a certeza de que este ano será um grande ano para o nosso setor, e você? CIRCUTOR, S.A. Tlm.: +351 912 382 971 · Fax: +351 226 181 072 www.circutor.com


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