A aposta na digitalização e automação universal no setor F&B
Inês Rodrigues Industry Sales Manager Schneider Electric
robótica
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vozes de mercado
A transformação digital e a automação estão a reestruturar a indústria da produção de alimentos e bebidas (F&B, na sua sigla em inglês), permitindo-lhe adaptar-se às exigências dos clientes. No entanto, as empresas do setor estão a ser cada vez mais pressionadas para aumentar a sua flexibilidade, assumir mudanças ainda mais rapidamente e gerir mais dados ao longo de todo o processo.
O nível de automação no setor F&B já é considerável, no entanto, ainda existem limitações de produtividade associadas a soluções proprietárias herdadas. Assim sendo, uma abordagem de automação universal pode ser a resposta para desbloquear novas eficiências. Para além disso, segundo um estudo recente da Gartner, 87% destas empresas ainda tem um longo caminho a percorrer no que toca às suas capacidades de análise e business intelligence.
ÁREAS DE MELHORIA PARA A DIGITALIZAÇÃO Quando a digitalização é implementada de forma eficaz no setor da alimentação e bebidas, pode permitir obter benefícios significativos: a maximização do valor dos ativos, a melhoria das operações e uma mais fácil gestão de qualidade e de compliance. Os sensores colocados em sistemas e equipamentos proporcionam um fluxo
contínuo de dados sobre a saúde e o rendimento dos processos, o que permite a manutenção preventiva. Desta forma, os ativos podem operar no seu máximo desempenho e ver ampliado o seu ciclo de vida. Em segundo lugar, grande parte dos dados relacionados com as unidades de gestão de stock (SKU, na sua sigla em inglês) requer o processamento em tempo real exigindo, por isso, tecnologias digitais para melhorar a sua eficiência, rentabilidade e rendimento. Finalmente, os dados recolhidos nos processos da cadeia de abastecimento são fundamentais para rastrear a qualidade do produto e a sua conformidade para com as normas. As empresas que empreendam processos de transformação digital podem enfrentar todos estes desafios através de ferramentas que lhes permitem gerir a complexidade dos dados e a fiabilidade dos ativos. Nestas áreas, o Edge Computing pode ser um grande aliado, permitindo processar grandes volumes de dados de forma rápida e sem latência.
AUTOMAÇÃO UNIVERSAL Algumas das empresas do setor F&B estão também a construir e a implementar soluções de automação universal, com as quais provam que podem alcançar grandes progressos a nível da eficiência, fiabilidade, produtividade e sustentabilidade das suas operações. Durante muito tempo, as empresas da indústria da alimentação e bebidas tiveram de trabalhar com sistemas de automação proprietários herdados, vinculados a um fornecedor específico. A automação universal elimina estas limitações e permite que as plataformas industriais sejam construídas em arquiteturas abertas e baseadas em dados. A transição de um mundo “patenteado” para a automação universal permitirá criar um novo mercado para softwares que aportem mais valor aos utilizadores, ao mesmo tempo que asseguram novas receitas aos fornecedores. O standard IEC 61499 é um habilitador fundamental da automação universal, uma vez que permite criar aplicações de software independentemente da plataforma de hardware. A Schneider Electric aposta em sistemas abertos e conta com soluções baseadas neste padrão, como o EcoStruxure Automation Expert, uma plataforma holística de engenharia para ativos de automação, que inclui controlo e visualização com uma abordagem aberta, descentralizada e baseada em eventos. Uma abordagem centrada em software permite automatizar alguns processos de engenharia, e ao mesmo tempo proporciona mais flexibilidade e rapidez para processar mudanças, para desenhar e reconfigurar processos em tempo real, e para preencher a lacuna entre TI e TO de forma a aumentar a eficiência operacional. Assim, as fábricas podem alcançar aquilo que, afinal, é um dos objetivos finais da transformação digital no setor industrial: reduzir custos e riscos, e otimizar o tempo de comercialização dos produtos.