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luzes
a iluminação e a eficiência energética
Custódio Pais Dias, Diretor
O consumo energético de uma instalação é o somatório dos consumos verificados em diversos sistemas nela existentes. No que se refere ao consumo de energia elétrica, basicamente, ele deve-se à alimentação de equipamentos elétricos e eletrónicos. Sendo os equipamentos elétricos, tradicionalmente, mais consumidores do que os eletrónicos, quando se pensa em eficiência energética a nossa atenção centra-se nos diferentes sistemas consumidores de eletricidade que uma instalação poderá ter, sendo os mais comuns a iluminação, a força motriz e a ventilação/aquecimento do ar (AVAC). Transpondo duas diretivas europeias, o Decreto-Lei n.º 101-D/2020, de 7 de dezembro, veio estabelecer os requisitos aplicáveis a edifícios para a melhoria do seu desempenho energético e regular o Sistema de Certificação Energética de Edifícios. Na sequência da publicação deste Decreto-Lei foi, mais recentemente, publicada a Portaria n.º 138-I/2021, de 1 de julho, a qual regulamenta os requisitos mínimos de desempenho energético relativos à envolvente dos edifícios e aos sistemas técnicos e a respetiva aplicação em função do tipo de utilização e específicas caraterísticas técnicas. O Anexo II desta portaria especifica os requisitos relativos aos diferentes sistemas técnicos que poderão estar presentes num edifício, entre os quais se encontra, no ponto 4, o articulado relativo aos sistemas fixos de iluminação. Nele se encontram requisitos de desempenho energético geral, que inclui uma tabela de valores de densidade de potência instalada máxima, por tipo de espaço; requisitos de dimensionamento adequado, que se baseiam nos valores previstos nas normas EN 12464-1 e EN 12193; requisitos de instalação correta, que incluem exigências relativas aos instaladores; requisitos de ajustamento adequado, que preveem a realização de testes à instalação e respetivos procedimentos gerais; finalmente, requisitos de controlo adequado, que especificam quais as funções mínimas exigidas às soluções de controlo e de regulação da iluminação que a instalação terá de possuir. A publicação dos documentos referidos anteriormente e as especificações neles presentes é a demonstração da importância que a iluminação possui, enquanto consumidora de energia elétrica, nos edifícios e que terá de ser sempre considerada um dos vetores de atuação quando se procura melhorar a eficiência energética. Cientes desta realidade, as empresas produtoras de equipamentos destinados aos sistemas de iluminação prestam atenção ao desempenho energético dos seus produtos, sendo obrigadas a colocar essa informação na respetiva ficha técnica. Assim sendo, compete aos técnicos, que atuam no âmbito do projeto e instalação de sistemas de iluminação, estarem atentos a esta realidade e a procurarem utilizar os equipamentos mais eficientes, dentro da mesma função e gama de qualidade/preço. Se isto acontecer, para além dos benefícios ambientais que se procuram obter, as empresas produtoras sentir-se-ão naturalmente incentivadas a continuar a desenvolver equipamentos cada vez mais eficientes, dado que serão esses os mais procurados no mercado.
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A publicação dos documentos referidos anteriormente e as especificações neles presentes é a demonstração da importância que a iluminação possui, enquanto consumidora de energia elétrica, nos edifícios e que terá de ser sempre considerada um dos vetores de atuação quando se procura melhorar a eficiência energética. Cientes desta realidade, as empresas produtoras de equipamentos destinados aos sistemas de iluminação prestam atenção ao desempenho energético dos seus produtos, sendo obrigadas a colocar essa informação na respetiva ficha técnica.