Por uma cidade que se move e se comunica: corpo, rua e improviso¹
Júlia Saldanha de Aguiar Maria Helena Weber
RESUMO Este trabalho trata da relação de um lugar com suas pessoas. A reflexão acontece a partir de um estudo de caso: o Camelódromo da Praça XV. O Camelódromo foi uma grande feira que durante 40 anos ocupou um espaço importante no centro de Porto Alegre/RS. (Auto) organizado e vivido principalmente pelo povo, o fenômeno se configurava em um lugar onde improviso e estética constituíam o modo de ser e agir no cotidiano da rua. Ironicamente, no início de 2009 o Camelódromo foi transferido para dentro de um prédio. Hoje, onde se desenrolava o espetáculo do imprevisível, encontra-se um estacionamento para carros. Este trabalho foi produzido nos últimos meses do Camelódromo; em um espírito de elogio à estética do improviso e à auto-organização. Buscamos articular idéias da teoria da complexidade, do urbanismo, das artes e da comunicação, para tentar compreender um pouco essa manifestação espontânea, tão característica da urbe no século XXI.
Este trabalho foi elaborado a partir de perspectivas da pesquisa Representações da cidade nos espaços político, acadêmico e midiáticos (CNPq – 20032007).
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Em Questão, Porto Alegre, v. 15, n. 1, p. 141-156, jan./jun. 2009
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PALAVRAS-CHAVE: Comunicação. Cidade. Informalidade. Camelódromo. Improviso. Auto-organização. Reportagemcinematográfica.
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