Especial - Eleições em São Paulo - 2012

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Fábio Arantes/Secom

145 mil crianças fora das creches

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Circulação Nacional Ano 10 • Número 501

Outubro de 2012 www.brasildefato.com.br

EDIÇÃO ESPECIAL – ELEIÇÕES SÃO PAULO

São Paulo para quem? O povo paulistano vive diariamente o drama da falta de moradia, o descaso com a saúde pública, a falta de investimentos em educação e o problema dos transportes públicos. Essa realidade precisa mudar. Danilo Verpa/Folhapress

editorial

Velhos problemas e a necessária mudança O POVO DE SÃO PAULO convive diariamente com problemas ligados à falta de prioridade para melhorar a vida dos mais pobres. Diante disso, é preciso reagir. É preciso mudar. E a mudança começa por derrotar as candidaturas que defendem os interesses da elite, dos que tiram vantagem do sofrimento dos mais pobres. No dia 7 de outubro, o paulistano irá às urnas escolher o novo prefeito e seus vereadores. Para contribuir com o debate, o Brasil de Fato traz, nesta edição especial, reportagens sobre os problemas e desafios que o próximo prefeito terá de enfrentar. A educação de má qualidade e a falta de vagas nas creches, no ensino médio e nas escolas técnicas não são problemas de todos, mas de quem não pode pagar. As grandes dificuldades na área da saúde também são diferentes para quem pode pagar um plano privado e para quem tem de esperar meses e meses para fazer um simples exame.

A falta de programas de moradia favorece a especulação imobiliária, que faz com que a população tenha de morar cada vez mais longe em busca de aluguéis mais baixos ou tenha de comprometer grande parte do seu salário pagando caro pelo aluguel. O histórico problema da falta de transporte público de qualidade estimula a compra de mais carros, o que causa enormes congestionamentos. Isso é agravado por um modelo de organização urbana que jogou os pobres para os bairros distantes e concentrou o emprego no centro expandido. A cidade conhecida como “coração econômico” do país, que tem um orçamento anual maior do que todos os outros estados, é um território de desigualdade social. Na mesma cidade moram milhões de pobres e as famílias mais ricas do país, donas dos bancos e das grandes empresas, que ignoram a realidade do povo. As saídas para os problemas que atingem a maioria da população não virão dos ricos.

A eleição de prefeitos e vereadores compromissados com uma gestão democrática, com prioridade para as demandas dos mais necessitados, faz a diferença

É preciso mudar

As forças políticas que sustentam as candidaturas de José Serra (PSDB) e Celso Russomano (PRB) representam os setores

que não querem essa mudança. Por isso, vendem o que não têm. Não podem dar o que o povo de São Paulo precisa: mudar a política da cidade. Serra é o candidato das forças políticas que aplicaram o neoliberalismo no Brasil, gerando desemprego, privatizações, baixos salários e aumento das desigualdades sociais. Russomano é um velho conhecido, aparece como popular por ter origem em um programa de televisão, mas tem propostas soltas, vagas e isoladas. Tem como principal proposta o fortalecimento do aparato repressivo. Ou seja, está longe de querer enfrentar as causas dos problemas do povo. A população precisa de uma prefeitura que enfrente as questões que aparecem no dia a dia. Para isso, não basta eleger um “síndico de prédio” aventureiro. É preciso resolver os problemas olhando para frente, com planejamento de médio e longo prazo para construir uma cidade que

corresponda às necessidades de sua população. Os problemas dos trabalhadores e trabalhadoras, dos pequenos comerciantes, pequenos empresários e, sobretudo, dos mais pobres não serão resolvidos por candidatos que representam os ricos e poderosos. Tampouco serão resolvidos por candidatos com um bom “palavreado”, mas que no fundo representam as piores práticas políticas do nosso país. Esse tipo de político, mesmo quando são eleitos com bandeiras populares, governam para os ricos. Por isso, só o povo organizado, consciente e com disposição de luta poderá impor as mudanças e garantir direitos, por meio da pressão sobre os governos. As eleições são momentos para se refletir sobre os problemas e se fazer opções. A eleição de prefeitos e vereadores compromissados com uma gestão democrática, com prioridade para as demandas dos mais necessitados, faz a diferença. Pense nisso!


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