BDF_61

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Ano 2 • Número 61

R$ 2,00 São Paulo • De 29 de abril a 5 de maio de 2004

Trabalhadores: nada a comemorar Sérgio Castro/AE

Só presentes de grego: mais arrocho para pagar juros, mais desemprego, ameaça de perda de direitos adquiridos

Em greve por reajuste salarial, servidores públicos estão entre os que não têm nada a festejar no 1º de Maio

Dívidas trabalhistas podem perder prioridade

Protesto pede cancelamento da dívida celamento da dívida externa dos países pobres. Segundo Marie Clarke, uma das coordenadoras do Jubileu EUA, estudos comprovam que o Banco Mundial poderia cancelar as dívidas da maioria dos países pobres mas teme, com isso, estimular novos pedidos de empréstimos.

No encontro do Fundo, uma surpresa: sua direção aceitou a proposta brasileira de excluir do cálculo do superavit primário os gastos do governo com infra-estrutura. Mas somente os investimentos que tragam retorno financeiro. Pág. 9

No projeto de lei de falência em tramitação no Congresso, a prioridade são os bancos. E, a pretexto de facilitar a venda de empresas quebradas, o futuro comprador poderá levar todos os seus ativos e patrimônio, sem qualquer responsabilidade

quanto às dívidas com trabalhadores e com a Receita. Estes débitos continuam na empresa quebrada, que terá de pagar empregados e fisco com dinheiro da venda de sua parte saudável. Se sobrar dinheiro. Pág. 8

Libertado, ativista pode sofrer atentado

Paraná resiste à privatização de Paranaguá

O cientista Mordechai Vanunu foi libertado, dia 21 de abril, após cumprir pena de 18 anos por divulgar documentos que comprovaram a produção de armas nucleares em Israel. Mas entidades israelenses e de outros países temem por sua vida e denunciaram a política de eliminação de ativistas praticada pelo primeiro-ministro Ariel Sharon. Pág. 11

Grupos econômicos e setores que defendem a liberação dos transgênicos pressionam o governo do Estado do Paraná para que abandone a administração do Porto de Paranaguá. Mas o segundo maior porto do Brasil em movimentação de mercadorias resiste, com índices de produtividade proporcionalmente superiores aos de Santos (SP). Pág. 6

Marco Longari/AFP

Milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Washington, nos Estados Unidos, dias 24 e 25 de abril, durante a reunião dos diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI). Integrantes de movimentos sociais se manifestaram contra as políticas neoliberais e defenderam o can-

N

o 1º de Maio de 2004, a classe trabalhadora não tem motivos para festa: o desemprego continua aumentando (em março, 2,7 milhões de brasileiros não tinham emprego) e a reforma sindical proposta pelo Fórum Nacional do Trabalho é uma ameaça aos direitos trabalhistas conquistados e hoje garantidos pela CLT. Isso porque embute a flexibilização das relações de trabalho, a pretexto de que possibilitaria a geração de novos postos de trabalho – o que, até hoje, não aconteceu em qualquer parte do mundo. Quanto à programação do dia do trabalhador, na maioria dos Estados devem ocorrer atos políticos e culturais unificados, defendendo mudança na política econômica, geração de trabalho e a distribuição de renda. No Rio e em São Paulo, CUT e Força Sindical organizaram megaespetáculos. Págs. 2, 5 e 7

Congresso cede e agiliza mudança de lei indígena Pág. 3

E mais: SEM-TETO – Militantes dos movimentos de moradia de todo o país decidiram continuar suas mobilizações e planejam novas ocupações para o dia 12 de maio. Pág. 3 ÁFRICA – “Por Um Futuro Livre de Malária” é o tom da campanha de combate à doença, que tem como alvo as crianças africanas. As principais celebrações aconteceram entre os dias 23 e 25 de abril, no Senegal, que vem implementando programas de combate à doença. Pág. 12 REFORMA TRABALHISTA – No Debate, José Francisco Siqueira Neto, do Fórum Nacional do Brasil, e o advogado Luís Carlos Moro discutem os rumos das leis do trabalho. Pág. 14

Plano de Uribe estimula abuso de poder

Aumentam os assassinatos da polícia em SP

Pág. 10

Pesquisador denuncia fraude com transgênico Pág. 13

Cúpula de mídia no Rio condena lixo cultural Pág. 16

Depois que dois policiais foram mortos por supostos traficantes da favela São Remo (zona sul da cidade de São Paulo), os moradores vivem sob tensão. A Polícia Militar afirma que seus agentes investigavam o tráfico. A população acredita que os policiais estavam envolvidos com os traficantes. Desde então, a PM impôs o toque de recolher e mantém ameaças aos moradores. Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo revelam a violência contra as comunidades da periferia: um aumento de 29% de homicídios praticados por policiais nos últimos dois anos. Só em 2003, a PM matou 868 pessoas. Pág. 4

Marcio Baraldi

Pacifistas israelenses comemoram libertação do ativista Mordechai Vanunu, liberado após 18 anos de prisão


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