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Ano 2 • Número 59

R$ 2,00 São Paulo • De 15 a 21 de abril de 2004

OAB exige auditoria da dívida externa A

Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu mexer em um tema negligenciado pelas autoridades do país. A instituição vai mover ação no Supremo Tribunal Federal exigindo que o Congresso cumpra a Constituição: auditar a dívida externa. A iniciativa surpreendeu líderes do governo no Congresso. “O empobrecimento tem origem no endividamento externo e na relação do país com o FMI, que planeja até nossa política social. Assim, não temos como atingir os objetivos da República: uma sociedade livre, justa e solidária”, dispara o conselheiro da OAB Arx Tourinho. A OAB vai procurar, ainda, o apoio da CNBB e da ABI. Pág. 7

François Guillot/ AFP

Ordem moverá ação na Justiça para obrigar o Congresso a analisar origem e legalidade do endividamento brasileiro

Iraquianos intensificam resistência Em Paris, e em outras capitais do mundo, pacifistas repudiam invasão do Iraque, um ano depois da tomada de Bagdá pelas tropas anglo-estadunidenses Stefan Zaklin/EFE/AE

Um ano após a invasão do Iraque pelos anglo-estadunidenses, a resistência, que une sunitas e xiitas, retoma algumas cidades. Até dia 12, 70 soldados da coalizão e mais de 700 iraquianos morreram em confrontos. “Quando uma ocupação é repugnante, a resistência não pode ser amena, a não ser num filme hollywoodiano”, afirma o escritor paquistanês Tariq Ali. Págs. 2 e 11

Movimentos se articulam por moradia popular Foi lançada, em São Paulo (SP), a Campanha Nacional em Defesa do Fundo e do Conselho de Moradia Popular, que lutará, junto ao Ministério das Cidades, por verbas para atender às necessidades de 16 milhões de brasileiros que não têm onde morar. Pág. 3

Tropas dos Estados Unidos e de outros países sofrem derrota em diversas cidades do Iraque, onde grupos divergentes se unem para ampliar resistência

Cientista revela história obscura da Monsanto

Embaixador revela plano de pressão contra Cuba Pág. 9

Com 67 ocupações de terras entre 27 de março e 13 de abril, além de várias marchas por todo o país, a jornada de lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) celebra o Dia Internacional de Luta pela Reforma Agrária (17 de abril).

Oito anos após o massacre de trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás, a violência no Sul do Pará continua, com uma diferença: os latifundiários agora consideram mais eficaz matar as lideranças. Pág. 5

Terra indígena é ameaçada em Roraima

No Rio, Estado e violência andam juntos

Às vésperas da Semana dos Povos Indígenas, a Comissão Externa da Câmara utilizou o argumento de defesa da soberania nacional para tentar reduzir 30% da área já demarcada da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Págs. 3 e 16

O pesquisador José Cláudio Souza Alves diz que, no Rio, “as figuras de líderes políticos se confundem com as de matadores”. E alerta: “Não existe um poder paralelo; o crime e a violência são o próprio Estado”. Pág. 6

Agê

MST aumenta pressão por reforma agrária

Pág. 8

Venezuela resiste a jogo estadunidense Pág. 9

E mais: GOLPE DE 64 – Quarenta anos depois do golpe de 1964, organização estadunidense divulga documentos que comprovam o apoio do governo dos EUA à derrubada do governo João Goulart. Pág. 4 ÁFRICA – Dez anos após o genocídio de Ruanda, em que 937 mil pessoas foram assassinadas, a população continua vivendo em estado de pobreza abjeta, segundo o presidente Paul Kagame. Pág. 12 DEBATE – Na reforma do Judiciário, se aprovada a súmula vinculante, as decisões do Supremo Tribunal Federal (STJ) não podem ser contestadas por outras instâncias. O deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP) é contra, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defende a mudança. Pág. 14


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