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Ano 2 • Número 54

R$ 2,00 São Paulo • De 11 a 17 de março de 2004

Movimento critica o modelo elétrico Daniel Garcia/AFP

Organização dos atingidos por barragens alerta que novas hidrelétricas expulsarão mais de 100 mil famílias do campo

A

construção de 70 novas barragens, prometidas para o fim de 2007, desalojará mais de 100 mil famílias, número superior à previsão de assentamentos prometidos pelo Plano Nacional de Reforma Agrária. A denúncia é do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), cujos dados mostram que, nos últimos 40 anos, mais de 1 milhão de pessoas foram expulsas de suas terras por causa do modelo energético, voltado para as grandes empresas eletrointensivas. O MAB acusa o governo de omissão ante as privatizações e exige a revisão do preço da energia para a população. Pág. 8

Política de Palocci desagrada PT

Marcelo/MMC

RECUO – Apesar de a maioria dos argentinos apoiar o não-pagamento da dívida, o presidente Kirchner depositou 3,1 bilhões de dólares na conta do FMI. Pág. 9

“Essa foi a primeira reunião em que a esmagadora maioria criticou a política econômica, em vez de apoiar”, diz Valter Pomar, da executiva nacional do PT, sobre documento aprovado, dia 5, em encontro nacional do partido. O texto pede mudanças, refletindo o desconforto da militância. E pode representar um início do fim das práticas neoliberais no governo Lula. Pág. 3

Mulheres camponesas exigem política social No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, 1.600 trabalhadoras rurais de 18 Estados apresentaram em vários ministérios, em Brasília, sua lista de reivindicações. A plataforma de luta foi assumida conjuntamente durante o 1º Congresso Nacional de Mulheres Camponesas. Entre as exigências do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC)

está uma linha de crédito especial para as lavradoras, desvinculada do estado civil e de autorização do marido. A mobilização dos movimentos feministas cresce em todo o país, como destacam, no Debate, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) e a deputada federal Clair da Flora Martins (PT-PR). Págs. 3 e 14

A “farsa” da paz no Haiti

E mais: ÍNDIOS - Em Roraima, liminar garante a presença de pessoas dentro da área demarcada para a reserva indígena Raposa/ Serra do Sol, justamente no dia em que é prometida a homologação da reserva pela União. Pág. 6 IMPERIALISMO - A tática estadunidense para impor a Alca mudou, mas o objetivo de criar uma ditadura se mantém. É o que diz o jornalista Miguel Urbano Rodrigues. Pág. 11 ZAPATISTAS - Ana Esther Ceceña conta que o movimento “luta para que não haja mais soldados” e denuncia 700 bases militares estadunidenses no mundo. Pág. 10

Marcio Baraldi

Mulheres camponesas realizam seu primeiro encontro em Brasília, no Dia Internacional da Mulher

Ao enviar ao Haiti 1.100 brasileiros para compor as tropas de paz da Organização das Nações Unidas, o Brasil aceita fazer parte de uma “farsa”. Em artigo exclusivo, José Arbex Jr. explica o interesse dos Estados

Unidos na queda do presidente Jean-Bertrand Aristide (que está refugiado na África), exatamente quando aumentam pressões sobre a Venezuela e crescem as ameças a Cuba. Pág. 9

Cooperativa da reforma agrária vira referência

Projeto do governo favorece grandes grupos

Responsável pela geração de renda para cinco mil famílias, a Cooperoeste é a segunda maior empresa do município de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina. Mantida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pelo Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), a Cooperoeste foi reconhecida como a mais bem-sucedida empresa da reforma agrária. A indústria envasa 220 mil litros de leite por dia, com 100% de sua capacidade. Além dos associados, 1.300 produtores da região desfrutam dos serviços. Pág. 7

EUA convocam reunião para emplacar a Alca

Pág. 5

Pág. 9

Rainha do Xaxado merece mais espaço na mídia Pág. 16

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