Circulação Nacional
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Ano 8 • Número 400
São Paulo, de 28 de outubro a 3 de novembro de 2010
Tuma, mais um torturador que morre sem punição O senador Romeu Tuma morreu aos 79 anos. Ele foi chefe do Dops, principal órgão de tortura durante o regime militar, e, depois, iniciou carreira política com a bandeira da segurança. Ex-presos políticos e organizações de direitos humanos condenam a carreira de Tuma e lamentam o fato de ele não ter respondido aos crimes de tortura em vida. Pág. 6
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Mesmo com críticas, maioria da esquerda opta por Dilma A necessidade de derrotar o tucano José Serra (PSDB) forçou a maioria das organizações mais progressistas do país a declarar o apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT). Mesmo que, para uns, petistas e tucanos representem a disputa entre dois tipos de gestão capitalista, para a maior parte da esquerda o embate
entre PT e PSDB mostra o antagonismo entre dois projetos de nação. Enquanto isso, a neutralidade oficial de Marina Silva e do Partido Verde (PV), de não apoiar nem Dilma, nem Serra, esconde o abismo programático entre a ex-candidata e a maioria dos quadros do partido, que apoiam José Serra. Págs. 2, 4 e 5 Reprodução
Em defesa do petróleo, 5 mil pessoas vão às ruas no Rio
EUA querem aumentar sua “ajuda” militar em Honduras O presidente hondurenho de fato, Porfirio Lobo, recebeu a visita do funcionário do Departamento de Estado dos EUA David T. Johnson, com o objetivo de criar as condições para estender a Honduras o que hoje se conhece, no México, por Iniciativa Mérida. Para as organizações da resistência, a iniciativa é preocupante e pode aumentar a escalada de repressão política, o controle das forças de segurança do Estado pelo crime organizado e um aumento do papel dos militares no governo civil, a exemplo da Colômbia. Pág. 10
Morte de jovem e a estrutura sindical na Argentina Mariano Ferreyra, de 23 anos, militante do Partido Operário, foi assassinado no dia 20 de outubro durante uma manifestação, na Grande Buenos Aires, realizada por trabalhadores terceirizados da companhia de trens. A suspeita do crime recai sobre um grupo de choque da burocracia sindical da União Ferroviária. Outros três militantes foram feridos à bala, sendo que uma está em estado grave. Para Carlos Abel Suárez, o acontecimento permite discutir a presença de “uma casta corrupta que é dona do sindicato com o beneplácito e o apoio de todos os ministros do Trabalho há décadas”. Pág. 11
Policias se preparam para dispersar manifestação na Place Bellcour, na cidade francesa de Lyon
Na França, jovens se unem aos operários nas ruas “Não queremos que nossos pais morram trabalhando, e não queremos secar debaixo do sol buscando ca-
sa e trabalho”, diz um rapaz de 19 anos que se juntou aos protestos contra a reforma previdenciária aprovada
recentemente no Congresso francês. Ele é um dos muitos jovens que, de forma massiva, empenhada, pací-
fica e organizada, uniram-se aos operários para dar um “não” à França dos privilégios reservados. Pág. 12
ReprodSantiago Armas/Presidencia de la República del Ecuadorução
“Vamos radicalizar a revolução”
Um sinal de alerta foi aceso em meio à disputa eleitoral. Em resposta, cinco mil pessoas percorreram o centro da cidade do Rio de Janeiro em protesto contra o retrocesso de um governo tucano na área energética. A caminhada “Em defesa do emprego, dos direitos, do patrimônio público e da soberania nacional” – a princípio, organizada para defender essas bandeiras na área energética – terminou se transformando num ato de repúdio à candidatura de José Serra (PSDB). Pelo menos duas mil pessoas, de outras cidades do estado, vieram de ônibus à capital fluminense para participar do ato. Pág. 3
Militância, jornalismo e literatura em Rodolfo Walsh Pouco conhecido do público brasileiro, Rodolfo Walsh é considerado um dos melhores escritores e jornalistas da Argentina. Walsh, cujo livro Operação massacre, de 1957, acaba de ser traduzido para o português, era militante político, posição que assumiu também por meio da escrita. Montonero, o jornalista é um dos milhares de desaparecidos políticos da última ditadura argentina. Pág. 8
Pág. 9
ISSN 1978-5134
Vladimir Platonow/ABr
Cidades no limite Pág. 7