Circulação Nacional
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Ano 8 • Número 397
São Paulo, de 7 a 13 de outubro de 2010
A luta das organizações bolivianas para serem ouvidas Diante do protagonismo do presidente boliviano, Evo Morales, na luta contra a crise ambiental no cenário internacional, movimentos sociais vêm intensificando a pressão para mudanças internas neste campo. As organizações já haviam evidenciado sua insatisfação com o tratamento dado pelo governo da Bolívia às questões ligadas ao meio ambiente durante a Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas, realizada em abril deste ano na cidade de Cochabamba. Em 28 de setembro, elas promoveram mais um encontro para tentar reverter a situação. O principal alvo de insatisfação é a falta de atenção do governo ao direito à consulta prévia aos povos indígenas e camponeses sobre os empreendimentos e obras de infraestrutura em seus territórios. Pág. 9
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Movimentos se articulam para derrotar José Serra A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a organização Consulta Popular e a Via Campesina Brasil, dentre outras entidades, estão convencidas de que, no segundo turno, é necessário realizar uma campanha para derrotar José Serra (PSDB). De acordo com elas, uma eventual vitória tucana representaria um retrocesso para os trabalhadores.“Seria a
volta daqueles que destruíram o Estado brasileiro”, garante Artur Henrique, presidente da CUT. Gilberto Cervinski, da Via Campesina, acrescenta que, apesar das contradições em torno da candidatura de Dilma Rousseff (PT), o PSDB representa o neoliberalismo, com a precarização do trabalho, perda de soberania e retirada de direitos dos brasileiros. Págs. 2, 4 e 5 Presidencia de la República del Ecuador
A fome e a pobreza no no centro do capitalismo Segundo o último relatório do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, 49,1 milhões de pessoas (14,6% dos lares) passaram fome no país em 2008, ano marcado pela recessão e por aumentos de preços dos alimentos. A pesquisa, realizada pelo Programa de Investigações acerca da Assistência Alimentar e Nutrição, mostrou que, em um ano, o número de famintos aumentou quase um terço. Nos lares em que vivem crianças, a cifra de famintos sobe para 22,5%. É a maior taxa de “insegurança alimentar” registrada nos EUA desde 1995, quando o primeiro levantamento nacional foi realizado. Pág. 12
Contra a precarização, 10 milhões nas ruas Em artigo, Breno Bringel e Janaina Stronzake explicam as razões que levaram cerca de 10 milhões de trabalhadores espanhóis às ruas no dia 29 de setembro. Precarização das relações de trabalho e privatização dos setores públicos são dois dos fatores que explicam a mobilização. Pág. 11
Democracia efetiva, só com participação popular
O importante é competir, mas com espírito solidário Nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, de ugandenses a russos “deram um show de bola”. Representantes de moradores de rua, descendentes indígenas, ex-dependentes químicos, povos em situação de risco e de países em estado de guerra estiveram presentes. Entre os dias 19 e 26 de setembro, o Campeonato Mundial de Futebol Social teve a participação de 48 países e contou com 300 jogos. Pág. 8
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O educador e advogado popular Jacques Alfonsin mostra, em entrevista ao Brasil de Fato, como, por meio do processo de luta pela regularização fundiária das comunidades que vivem no morro Santa Teresa, em Porto Alegre (RS), a vitória das comunidades podem ocorrer concretamente. Para ele, é a participação popular a chave deste tipo de conquista. Pág. 3
Milhares de equatorianos marcham, em rua de Quito, em apoio a Rafael Correa
Esquerda rechaça golpe, mas quer mais de Correa
ISSN 1978-5134
A rebelião da Polícia Nacional do Equador, que manteve o presidente Rafael Correa detido em um hospital por 12
horas no dia 30 de outubro, não teve força suficiente para se converter em um golpe de fato, mas, nem por isso,
tira a gravidade do ocorrido. Apesar de condenar a tentativa de golpe, movimentos e analistas afirmam que Correa
precisa aumentar o diálogo com os movimentos e aprofundar a chamada Revolução Cidadã. Págs. 10 e 11 STF
Estruturas do STF: o Judiciário politizado
Págs. 6 e 7