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Circulação Nacional

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Ano 7 • Número 357

São Paulo, de 31 de dezembro de 2009 a 6 de janeiro de 2010

R$ 2,50 www.brasildefato.com.br Agif/Folhapress

Má tradução prejudica imagem de Ahmadinejad

A ordem machista se inverte no campo O Flamengo elegeu uma presidenta. A cada dia surgem mais jornalistas interessadas no esporte. Cresce o número de árbitras. Não é de agora que as mulheres tentam produzir novos significados atribuídos ao próprio futebol e à sociedade machista que o cerca. Porém, por mais que a presença feminina nesse universo masculino tenha crescido bastante nos últimos dez anos, elas ainda são vistas como exceções dentro de uma sociedade capitalista, machista e patriarcal. O principal objetivo é impedir que a mulher se torne somente mais uma peça na engrenagem capitalista. Pág. 8

A jogadora Marina, do Novo Mundo, disputa lance com Marta, do Santos Reprodução

América Latina precisa de um novo ciclo de lutas sociais Em 2009, o continente assistiu ao embate de dois projetos: de um lado, governos progressistas se fortalecem – a exemplo da reeleição de Evo Morales. Do outro, o golpe de Estado em Honduras e a instalação de bases estadunidenses na Colômbia não deixam dúvida de que há ainda muito por que lutar. “O decisivo é sermos capazes de organizar, mobilizar e criar uma nova correlação de forças que saia das ruas”, afirma o jornalista Raúl Zibechi. Pág. 9

France Télécom: 34 suicídios de funcionários em dois anos

Pirataria: política ou crime? Com iniciativa em 25 países, inclusive no Brasil, o Partido Pirata quer trazer para a política o debate sobre o fim da propriedade intelectual. Em entrevista ao Brasil de Fato, Amelia Andersdotter, a mais jovem membro do Parlamento Europeu, eleita pelo Partido Pirata sueco, fala sobre os conceitos de uma sociedade sem copyright. Pág. 12

Nove governadores acusados de crimes eleitorais em 2009 Dois governadores absolvidos, três cassados e quatro com processos que continuarão correndo durante 2010. Em 2009, as sessões do Tribunal Superior Eleitoral foram agitadas. Essa possibilidade de perda do cargo, para o sociólogo Rudá Ricci, significa um avanço.“É uma mudança de comportamento em relação aos processos eleitorais considerados ‘naturais’ no nosso país”. Porém, a população ainda observa com apatia a possibilidade de seus eleitos deixarem o poder. A exceção foi a queda do governador maranhense, Jackson Lago, cujo mandato foi defendido nas ruas. Para os movimentos, o processo judicial não passava de um golpe da família Sarney para retomar o poder no Estado. Págs. 4 e 5

Reprodução

Joka Madruga

A esquerda e os dilemas do ano eleitoral

Um estudo do pesquisador francês Ivan du Roy aponta que, após a privatização da France Télécom, o ambiente de trabalho na empresa tornou-se “tenso, quase violento”, com sérios danos à saúde mental dos empregados. Essa estafa física e mental tem tido efeitos nefastos para os funcionários da ex-estatal. Em 10 anos, a empresa reduziu seu quadro de funcionários de 165 mil para 100 mil. O aspecto mais problemático é o aumento dos suicídios: em dois anos 34 trabalhadores se mataram. Para o pesquisador, o isolamento e a exploração dos funcionários na empresa é um fator que leva ao suicídio. Pág. 10

Após um ano em que conseguiu realizar duas jornadas de luta unitária contra a crise, a esquerda deverá enfrentar em 2010 um período mais difícil. Ainda dividida, precisará lidar com a desmobilização do ano eleitoral e a investida da direita para voltar ao poder. Pág. 3

As crenças e impossibilidades de humanizar o capitalismo

O centenário de ISSN 1978-5134

Ao contrário do que é amplamente difundido pela mídia ocidental, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, nunca pregou a destruição de Israel. O historiador estadunidense Juan Cole, em entrevista, desvenda a má tradução e interpretação feita pela imprensa do Ocidente e explica que, na verdade, o presidente iraniano afirma esperar que o “regime de ocupação” israelense entre em colapso, assim como ocorreu com a União Soviética. Mas, para além dos efeitos negativos de uma tradução enviesada, Cole critica severamente a gestão do atual presidente do Irã. Pág. 10

Noel,

o poeta da Vila

Págs. 6 e 7

O inglês Alex Callinicos, doutor em Filosofia pela Universidade de Oxford e membro do Socialist Workers Party britânico, analisa em entrevista os limites e desafios da democracia – tanto no capitalismo como no socialismo – e a valorização dos trabalhadores em uma sociedade que não veja a remuneração material como principal forma de reconhecimento. Pág. 11

Manifestação contra a crise em Curitiba


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