BDF_351

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Circulação Nacional

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Ano 7 • Número 351

São Paulo, de 19 a 25 de novembro de 2009

R$ 2,50 www.brasildefato.com.br Fabio Braga/Folha Imagem

Apagão reflete vulnerabilidade de um modelo de privatização

A queda de vigas de viaduto do Rodoanel, no dia 13, deixou três pessoas feridas na Grande São Paulo

O apagão do dia 10 de novembro tem uma explicação: a má gestão moldada aos desejos dos agentes privados, que, para garantir altas taxas de lucro, utilizaram-se de um setor elétrico fracionado em vários negócios (geração, transmissão, comercialização, distribuição), transformando-se num sistema vulnerável a blecautes. Por isso, o problema tem a mesma origem que os R$ 7 bilhões cobrados a mais da população brasileira na tarifa de energia elétrica. Pág. 7

EUA e Otan sem rumo na guerra de George Bush Em artigo, o historiador paquistanês Tariq Ali analisa a falta de rumo do governo dos EUA e da Otan na ocupação do Afeganistão. Segundo ele, os talebãs já retomaram 80% da parte mais populosa do país. “Já ficou óbvio para todos que esta não é uma guerra ‘boa’, destinada a eliminar o comércio do ópio e a discriminação contra as mulheres”. Pág. 11

Na terra de Pelé, boleiro negro sempre discriminado

Largas avenidas para os carros, aperto nos ônibus e nos trens Na cidade de São Paulo, a superlotação, as tarifas elevadas e o trânsito fazem da vida da população que utiliza o transporte público um inferno. Para especialistas, a situação é caótica. A solução é a velha expansão do transporte público, sempre lembrada, mas raramente efetivada. A prioridade fica com os automóveis, muito em função da força de seus

fabricantes e dos interesses eleitorais dos governantes. Em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab e o governador José Serra injetarão R$ 4 bilhões na malha viária até 2010. Uma das principais obras é a do Rodoanel, onde a queda de vigas de um viaduto deixou três pessoas feridas, no dia 13. O TCU apurou que o material usado foi trocado por um mais barato para reduzir custos. Págs. 4 e 5 Eduardo Sales de Lima

Colômbia e Venezuela: há uma guerra no horizonte?

“O futebol, verdadeira instituição nacional, pode ser visto como um indicador privilegiado da realidade social do Brasil quando abordado de modo mais profundo e analítico”. E é através do esporte mais popular do mundo que o historiador Felipe Dias Carrilho resume a história dos negros que sofreram o racismo “à moda brasileira”. Pág. 12

O Brasil no conflito entre árabes e israelenses Entre os dias 11 e 15, o Brasil recebeu a visita do presidente de Israel, Shimon Peres. Já no dia 23, seu “arqui-inimigo” Mahmoud Ahmadinejad, mandatário do Irã, chega ao país. Nesse meio tempo, o presidente Lula ainda irá receber o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Durante a passagem de Peres, o fato mais importante foi a aprovação, na Câmara, de um acordo comercial entre Mercosul e Israel. Em entrevista, José Reinaldo Carvalho, secretário de relações internacionais do PcdoB, discute tais acontecimentos e lamenta a visita do israelense e a aceitação do TLC: “escarnece com a luta do povo palestino”. Pág. 10

Família moradora do acampamento Helena Resende, que fica na fazenda Maria Bonita, de Daniel Dantas

Violência contra sem-terra é legitimada pelo Estado No Pará, ao passo que cinco delegados foram escalados para prender as lideranças do MST, após a sede

de uma fazenda de Daniel Dantas ter sido depredada, nos últimos três anos, 17 trabalhadores foram assas-

sinados na luta pela terra e 23 foram feridos a bala por pistoleiros e seguranças de fazendas do Estado, entre

eles os do banqueiro. Em abril deste ano, Valdecir Nunes e Domingos Alves viveram isso na pele. Pág. 6

As tensões dos últimos anos entre a Venezuela e a Colômbia aumentaram recentemente, em decorrência da assinatura do acordo para a utilização de bases militares colombianas por parte dos EUA. A divulgação de seu conteúdo mostrou que ele é mais permissivo do que se imaginava. Incidentes na fronteira cresceram, e presidente venezuelano, Hugo Chávez, chegou a pedir que sua população se preparasse para a guerra. No entanto, Alexander Mosquera, professor da Universidade de Zula, na Venezuela, avalia que, por enquanto, a tal opção é mais midiática que real, mas não descarta um conflito armado no futuro. Pág. 9

Joka Madruga

Duas décadas barrando as barragens

ISSN 1978-5134

Resistência é a palavra de ordem da população do Vale do Ribeira (SP), que enfrenta, há 20 anos, os interesses de grandes corporações, fazendo com que, até hoje, nenhuma das hidrelétricas previstas para se instalar no rio fosse erguida, evitando a destruição ambiental e a expulsão da população. Pág. 8


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