BDF_323

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Circulação Nacional

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Ano 7 • Número 323

São Paulo, de 7 a 13 de maio de 2009

R$ 2,50 www.brasildefato.com.br

Reprodução

Farmacêuticas usam influenza para lucrar bilhões de dólares Cinema independente em Portugal Pág. 11

A gripe suína, ou influenza A H1N1, está acabando com os estoques das farmácias brasileiras de Tamiflu, remédio utilizado no combate à doença. De acordo com a suíça Roche, até o dia 29 de abril, a empresa vendeu, a governos de todo o mundo, 220 milhões de kits do medicamento. Desde que se soube da existência do novo vírus, em 23 de abril, até o dia

30 do mesmo mês, a cotação da transnacional nas bolsas de valores subiu 7,1%. De acordo com especialista mexicana, o poder dos laboratórios sobre governos e organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) impedem a produção de genéricos em países mais pobres. Pág. 5 João Zinclar

Transnacionais patrocinam aumento da violência rural

Fragmentação é a marca deste 1º de maio da crise

O relatório Conflitos no Campo Brasil, elaborado pela CPT, aponta que o número de confrontos e assassinatos no meio rural tem se mantido estável nos últimos 10 anos. Porém, para o advogado e membro da CPT José Batista Afonso, o agente dessa violência vem mudando. Se antes ela era praticada por pistoleiros a mando de coronéis, hoje os crimes são cometidos por seguranças contratados por transnacionais. Pág. 7

O movimento indígena acredita ter conquistado a efetivação das normas que regulamentam os direitos dos povos originários no Brasil. O passo foi dado durante a 6ª edição do Acampamento Terra Livre, realizado em Brasília entre os dias 4 e 8. Na ocasião, foi fechada uma proposta para o Estatuto dos Povos Indígenas, que deve ser encaminhado ao Congresso. O texto, que garante os direitos dos indígenas, está parado no parlamento desde 1994. Pág. 6

Conlutas, Intersindical, Pastoral Operária e movimentos sociais reúnem 2 mil pessoas na 10ª edição do 1º de maio na Praça da Sé

Daniel Cassol

No Rio, graves denúncias contra a TKCSA A Companhia Siderúrgica do Atlântico (ThyssenKrupp CSA ou, simplesmente, TKCSA), instalada no bairro de Santa Cruz, região

oeste do Rio de Janeiro, é acusada de violações às leis ambientais e trabalhistas e de desrespeito aos direitos humanos. O Ministério

Público do Trabalho encontrou 120 chineses trabalhando sem registro. O procurador pede multas de R$ 40 milhões. Pág. 4 Angelo Cuissi

Acampados em Brasília, indígenas lutam por seus direitos

ISSN 1978-5134

Ministro da ditadura volta ao Paraguai Pág. 9

Indymedia Ireland

Adeus a

Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido

Manifestantes encenam peça teatral em frente aos portões da TKCSA, no Rio de Janeiro

AFOGANDO EM NÚMEROS

Anualmente, morrem 68

mil mulheres

no mundo vítimas de aborto inseguro, de a invasão estadunidense no Iraque mata

16 mil pessoas por ano. Ou seja, o aborto inseguro vitima 4 vezes mais do que o conflito armado. Do total, 30 da África.

mil mulheres são

inclar

acordo com o Banco Mundial. Em média,

João Z

Pág. 12

Em plena crise econômica, as organizações dos trabalhadores no Brasil promoveram um 1º de maio sem unidade. Ao contrário do que ocorreu no dia 30 de março, quando todas as organizações saíram em defesa do emprego, as centrais sindicais não conseguiram unificar as pautas e realizaram atos em separado. Em São Paulo, o Dia do Trabalhador teve quatro celebrações diferentes. De acordo com as lideranças, a legalização das centrais, aprovada em 2008, contribuiu para esse quadro. Além disso, as divergências de concepção sobre as táticas de luta seguem como elemento de fragmentação. Págs. 2 e 3

Mulheres lutam pelo dia em que o aborto não será mais crime Frente às novas tentativas de criminalização e perseguição de quem pratica o aborto no país, movimentos sociais estão fortalecendo as alianças para se contrapor ao conservadorismo que condena 68 mil mulheres à morte todos os anos no mundo. Em São Paulo, no dia 11, será lançada a Frente Estadual pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, que integra a frente nacional. Um dos objetivos mais imediatos é anular a instalação da CPI do aborto, criada em dezembro de 2008, mas que ainda não foi posta em prática. Pág. 8


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