Circulação Nacional
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Ano 7 • Número 314
São Paulo, de 5 a 11 de março de 2009
R$ 2,50 www.brasildefato.com.br
Carlo Traina
Nação sul-americana de maior instabilidade institucional, a Bolívia vive há 26 anos livre de ditaduras militares. Mesmo assim, o governo Evo vem tomando medidas para se precaver de um possível golpe de Estado promovido pelas Forças Armadas. Pág. 9
Na Itália, ódio a imigrantes eleva fascismo
Em Guadalupe, revolta contra governo francês
Na Itália, o estupro de uma jovem levou a polícia a uma caça a dois estrangeiros. Já o governo autorizou criação de milícias parecidas com os camisas-negras fascistas. Pág. 12
O povo da ilha caribenha, departamento ultramarino francês, está mobilizado há meses contra o alto custo de vida causado pela dependência em relação à economia da França. Pág. 10
TSE cassa Jackson Lago; oligarquia Sarney derrota a democracia no MA “Enfrentamento com as elites nunca é fácil”, conclui o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT). A declaração foi dada, em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, instantes depois que o Tribunal Superior Eleitoral decidiu, na madrugada do dia 4, pela cassação do seu mandato. No seu lugar assume Roseana Sarney,
segunda colocada nas eleições de 2006. Ainda cabe recurso. Lago confia nos seus advogados e tem a certeza que “um grande número de pessoas está disposto a desenvolver as ações que forem necessárias para denunciar ao Brasil o comportamento da oligarquia Sarney nesses 40 anos aqui no Maranhão”. Pág. 3 Leonardo Melgarejo
Evo fortalece laços com as Forças Armadas
Tom Map
No Uruguai, as contradições da esquerda com o governo
Entidades feministas, sindicais e movimentos sociais escolheram a crise como tema principal do 8 de março deste ano, Dia Internacional de Luta das Mulheres. As organizadores alertam para o fato de que as trabalhadoras estão sendo as primeiras vítimas do colapso financeiro. Mostra disso é que, segundo o IBGE, em 2003, 54,6% dos desempregados eram mulheres. Em 2008, esse número subiu para 58,1%. Pág. 8
As oportunidades e os perigos que enfrentam os revolucionários uruguaios que apoiam o moderado governo de Tabaré Vázquez. Esse é o tema da entrevista com Milton Romani, secretário do Uruguai para políticas de prevenção às drogas. Pág. 11
Ministro cobra punição aos torturadores da ditadura
Manifestações repudiam a “ditabranda” da Folha Crianças do acampamento Nova Santa Rita (RS) estudam em escola itinerante do MST
MST, mais uma vez, na mira da direita Ministro ataca repasse de verbas ao movimento; RS fecha escola em acampamento A direita brasileira lançou uma nova ofensiva contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No Rio Grande do Sul, uma escola itinerante da organização em um acampamento do
município de Sarandi foi fechada, em cumprimento de acordo entre o Ministério Público Estadual e a Secretaria Estadual de Educação. Em Brasília, o presidente do STF, Gilmar Mendes, afirmou, desres-
peitando as atribuições de seu cargo, que o MST infringe o “Estado de Direito”, enquanto o governo federal o financia. Renato Simões, secretário nacional de movimentos sociais do Partido dos Trabalhadores
(PT), entende que Mendes, com ampla retaguarda dos meios de comunicação, faz uso do cargo para desempenhar o papel que, hoje, os partidos políticos e os congressistas de oposição não fazem. Págs. 4 e 5
ISSN 1978-5134
AFOGANDO EM NÚMEROS 9 771678 513307
00314 credito
220 mil professores paulistas estão recebendo a revista Nova Escola. Eles tornaram-se, à revelia, assinantes graças a contrato firmado entre o governo de José Serra e a editora Abril. O gasto será de
R$ 3.740.000. O valor supera em 2 vezes a quantia recebida pelo MST do governo federal durante 2008: R$ 1.483.930
Milton Michida
Em em sessão solene da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, na OAB/RJ, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência, Paulo Vannuchi, cobrou punição dos torturadores e a abertura dos arquivos da ditadura. Pág. 7
No 8 de março, consequências da crise na vida das mulheres
O editorial da Folha de S.Paulo que classificou a ditadura como branda causou indignação e mobilização da sociedade civil. Um abaixoassinado encabeçado por intelectuais já conta com mais de 6 mil adesões. A historiadora Beatriz Kushnir analisa que a imagem “democrática” que o jornal conquistou nos anos de 1980 é resultado de um trabalho de marketing, não de um posicionamento ideológico. Pág. 6