BDF_289

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Circulação Nacional

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Ano 6 • Número 289

São Paulo, de 11 a 17 de setembro de 2008

R$ 2,00 www.brasildefato.com.br

ENCARTE ESPECIAL

O petróleo tem que ser nosso Articulados em torno do Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás, os movimentos social e sindical preparam, para os dias 17, 18 e 19, grande mobilização para começar uma caminhada atrás do sonho de reeditar a vitoriosa campanha “O Petróleo é Nosso”, das décadas de 1940 e 1950. As entidades se dizem dispostas a vencer esse embate contra os oligopólios transnacionais

do setor energético e seus aliados junto à burguesia nacional. Como contribuição, o Brasil de Fato traz uma edição especial sobre os desafios colocados à população pelas recentes descobertas do pré-sal. O objetivo é fazer o mais amplo debate possível, em sindicatos, igrejas, rádios e TVs comunitárias e comerciais, sobre qual é a melhor solução. Nesta edição especial, são apresentados os

principais modelos de exploração de petróleo praticados no mundo, como está organizado o marco regulatório no Brasil – o qual induz à partilha da riqueza nacional com grandes companhias e acionistas estrangeiros – e faz algumas propostas para encaminhar as discussões, como a realização de um plebiscito sobre o destinos do recurso natural. Págs. 2, 4 e Encarte

A camada de pré-sal se estende por uma faixa de 800 km, que vai do litoral do Espírito Santo ao litoral de Santa Catarina

Reprodução

Mulheres têm pouca participação no processo eleitoral brasileiro CINEMA Luiz Carlos Barreto defende a volta de uma estatal do audiovisual, como a Embrafilme, distribuidora de A Dama do Lotação. Pág. 12 Jose M. L. da Silva

Em Angola, MPLA vence eleições Com 82% dos votos, o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA) venceu a primeira eleição legislativa multipartidária ocorrida no país desde 1992. Até mesmo em áreas consideradas pró-Unita (apoiada pelos Estados Unidos), o MPLA ganhou com 70%. Pág. 10

Pesquisa da Secretaria Especial de Política para as Mulheres (SEPM), do governo federal, mostra que apenas 21,33% dos candidatos às próximas eleições são do sexo feminino. O índice nem atinge a cota mínima estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é de 30%. Segundo especialistas, o baixo nível de participação é reflexo de questões culturais e socioeconômicas, como a concepção de

que a mulher é a responsável pelos serviços domésticos. Outro elemento que segrega o gênero feminino é a falta de investimento em políticas de incentivos, tanto por parte do governo como dos partidos. Sônia Malheiros, da SEPM, explica que, na retórica, se chama as mulheres à política, mas, na prática, somente há investimentos para candidaturas masculinas. Pág. 5 Sérgio Lima/Folha Imagem

“Grande” mídia defende grileiros no caso Raposa Serra do Sol Após o voto do relator Carlos Ayres Britto – pródemarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol – frustrar as expectativas da mídia corporativa, o comportamento da chamada grande imprensa brasileira chegou às raias do jornalismo de ficção, gênero literário que faz estragos no exercício da informação. Sua Excelência, “o Fato”, tem sido simplesmente pisoteado, desrespeitado, na defesa descarada de seis grileiros de terra que ocupam o território indígena. Pág. 8

Indígenas participam de caminhada e ato de protesto em Surumu (RR)

Sindicatos obtêm aumentos reais com economia aquecida Petroleiros, metalúrgicos e bancários, categorias com data-base neste mês, já iniciaram suas negociações. Segundo pesquisas, os últimos anos têm sido favoráveis às reivindicações salariais dos trabalhadores. Ricardo Antunes,

da Unicamp, aponta que o relativo crescimento econômico, aliado à inflação controlada, proporciona um momento favorável às negociações. Por piso nacional, professores param em todo o país no dia 16. Págs. 6 e 7

Douglas Mansur/Novo Movimento

Protesto contra a privatização do bondinho no RJ Os moradores de Santa Teresa realizaram, no sábado, véspera do 7 de setembro, um verdadeiro samba de protesto contra o projeto do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de privatizar os tradicionais bondinhos. Cerca de 2 mil pessoas se reuniram para protestar ao som dos famosos blocos do bairro que fazem a festa do Carnaval do Rio, como o “Céu na Terra”, o “Aconteceu”, o “Badalo” e o “Carmelitas”. Este último encerrou o evento cantando “Não

à privatização” em ritmo de hip-hop. A manifestação também comemorava os 112 anos do pitoresco meio de transporte do bairro com um enorme bolo de aniversário, que foi repartido após um “parabéns” cantado por todos os presentes. O Brasil de Fato, na edição 283 – de 31 de julho a 6 de agosto – publicou matéria denunciando esse processo de privatização do governo do Rio de Janeiro. Débora Lerrer

O verdadeiro grito de independência Dezenas de milhares de pessoas participaram, durante a Semana da Pátria, das mobilizações do Grito dos Excluídos, cujo tema foi “Vida em primeiro lugar, com Direitos e Participação Popular”. Em todos os Estados ocorreram atos, exceto no Acre. Pág. 3 ISSN 1978-5134


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