Circulação Nacional
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Ano 6 • Número 279
São Paulo, de 3 a 9 de julho de 2008
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Nações Unidas
Na Bolívia, a indecisão da direita
O legado de
Após anunciar o boicote ao referendo revogatório, os governadores da oposição boliviana voltaram atrás e já admitem participar. A decisão se deu após vitória nas eleições para o governo departamental de Chuquisaca, cujo resultado demonstrou a perda de apoio ao governo central na área urbana. Pág. 10
Cem anos após o nascimento do ex-presidente chileno, Salvador Allende, esquerda comemora a herança deixada pelo socialista. “Esse aniversário acontece numa fase em que o continente está de novo tentando fazer mudanças”, diz Ivan Pinheiro, do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Pág. 9
Allende
Perseguição ao MST traz de volta o velho autoritarismo Documento aprovado por unanimidade pelo Conselho Superior do Ministério Público do RS, que pede a dissolução do MST, é um desrespeito à Constituição. Para Fábio Konder Comparato e Plinio Arruda Sampaio, o fato tem traços flagrantes de autoritarismo e remonta aos “anos de chumbo” no país. Na Carta Magna, estão previstos o direito de associação, reunião em locais abertos ao público
Sob críticas, Mugabe não deixa o poder no Zimbábue
Raimundo Paccó/Folha Imagem
No dia 27 de junho, o velho líder nacionalista Robert Mugabe, de 84 anos, se reelegeu presidente do Zimbábue em um segundo turno em que o candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, se recusou a participar. Seus defensores alegam que Mugabe está sendo punido pela comunidade internacional por ter se afastado do Banco Mundial e do FMI. Seus críticos dizem que justamente por ter se aproximado dos dois órgãos é que os equívocos em seu regime floresceram. Págs. 10 e 11
e a proibição de interferência estatal em associações e cooperativas. Todas essas garantias são ignoradas na ata, que pede também que se proíbam as marchas, que as escolas do movimento sejam desativadas e os acampamentos, desmontados. A historiadora Virgínia Fontes lembra que fatos semelhantes aconteceram na ditadura de Getúlio Vargas e nas vésperas do golpe militar de 1964. Págs. 4 e 5
Monocultura da cana avança sobre o Cerrado O estímulo ao etanol vem prejudicando a saúde e a produção de agricultores que vivem no Cerrado, no Alto São Francisco, em Minas Gerais. Cercados pelo monocultivo de cana, eles sofrem com doenças causadas pelos venenos utilizados pelos latifundiários e com a degradação ambiental. Pág. 8
Revisão da Lei do Petróleo volta à pauta Estima-se que as reservas brasileiras de petróleo possam atingir até 14 trilhões de dólares. O montante atiça a cobiça das transnacionais, enquanto movimentos exigem maior controle nacional. Já o governo acena com a criação de uma estatal, mas não romperia contratos. Pág. 3 Divulgação
Cerca de 60 mil professores se reuniram no vão livre do Masp e aprovaram a continuidade da greve
TEATRO SOBRE A CIDADE Em apresentações na capital paulista, mostra encena, questiona e discute a lógica capitalista da arte. Pág. 12
Professores de SP rejeitam proposta e greve continua Os professores da rede pública de São Paulo rejeitaram, em assembléia com mais de 60 mil docentes, as propostas apresentadas pelo governo de José Serra (PSDB). Dentre as concessões da Secretaria de Educação estão a incorporação de gratificações, reajuste salarial de 5%, realização de um concurso público para efetivação de 72 mil professores admitidos em caráter temporário para jornada de 10 horas e alterações no Decreto nº 53.037. Mas os professores seguem exigindo a revogação do decreto. Além desta, consta da pauta do movimento um reajuste salarial que reponha as perdas acumuladas desde 1998, gestão democrática e autonomia da escola. A greve continua até a nova assembléia, programada para o dia 4. Pág. 7
Oposição quer responsabilizar Yeda por fraude O presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, Alceu Moreira (PMDB-RS), decidiu arquivar o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB). A medida, considerada autoritária, acabou esfriando as pressões para que a tucana deixasse o cargo. Mas a oposição ainda tenta responsabilizar Yeda pelas fraudes no Detran e cobra explicações sobre casa de R$ 1,5 mi que ela comprou em 2006. Pág. 6