BDF_276

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Circulação Nacional

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Ano 6 • Número 276

São Paulo, de 12 a 18 de junho de 2008

R$ 2,00 www.brasildefato.com.br

Reprodução

Jonathanrdunbar

O AQUECIMENTO GLOBAL E O ETANOL

ELEIÇÕES NOS EUA

Obama chega à disputa pela

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presidência dos EUA, com o carisma que marcou Kennedy e inspirado por Abraham Lincoln. Pág. 9

Movimentos denunciam ação do agronegócio e das transnacionais Organizações sociais, articuladas pela Via Campesina e pela Assembléia Popular, realizaram protestos em treze Estados (até o dia 10), durante a jornada nacional de lutas contra as transnacionais. O objetivo é denunciar os problemas causados pela atuação de grandes empresas que são beneficiadas pelo agronegócio e pelo modelo econômico. Em São Paulo (SP), a Polícia

Militar reagiu com violência contra uma manifestação num prédio da Votorantim. Cerca de 600 pessoas protestavam contra a construção de usina no Vale do Ribeira, a qual deverá produzir energia para uma fábrica de alumínio da transnacional. Em Minas Gerais, uma ferrovia da Vale foi ocupada, assim como estradas e usinas em várias outras regiões do país. Págs. 2 e 3

Desemprego juvenil cresce, freqüência na escola também Um estudo do Ipea traçou um amplo panorama da juventude brasileira. Entre os dados mais relevantes, está o crescimento do desemprego de jovens (entre 15 e 29 anos). Atualmente, apenas 56% têm trabalho, sendo que só a metade com carteira assinada. Por outro lado, a freqüência dos jovens no ensino médio aumentou em 96,3% nos últimos dez anos. Pág. 8

Ivan Cruz/Ag. A Tarde/Folha Imagem

EUA dão asilo para acusado de assassinar 60 bolivianos

Polícia de SP segue impune por crimes contra pobres

Cerca de 50 a 80 mil habitantes de El Alto (Bolívia) participaram de uma manifestação em frente à Embaixada dos Estados Unidos em La Paz. A mobilização criticou o asilo político concedido pelo presidente estadunidense, George W. Bush, a Carlos Sánchez Berzaín, ministro da Defesa à época da Guerra do Gás, em outubro de 2003. O episódio, motivado por protestos contra a exportação da fonte de energia que lhe dá nome, deixou 60 mortos e 400 feridos. “Asilo deve ser dado a políticos perseguidos, não a delinqüentes que nos roubaram. Levaram muito dinheiro e cometeram um genocídio”, protestava indignado o comerciante Roberto García Ortega. Pág. 10

Três casos de morte em que há suspeita do envolvimento de policiais de São Paulo continuam sem esclarecimento. Para entidades de direitos humanos, a falta de apuração na “Operação Castelinho”, no massacre dos moradores de rua e nos “Crimes de Maio” fazem parte de um processo de impunidade que existe em relação a violências cometidas pela polícia paulista contra pessoas de baixa renda. Para o advogado Danilo Chammas, a não-responsabilização de agentes do Estado que cometeram crimes abre precedente para que a polícia continue matando: “A impunidade é uma mensagem clara a todos os agentes públicos, matem à vontade que nós encobrimos vocês”. Pág. 7

Cerca de 500 agricultores ocuparam a usina de Sobradinho (BA), no dia 10, em protesto contra a construção de barragens no rio São Francisco Walter Sotomayor

A energia cara, segundo uma ótica marxista O preço da energia elétrica no Brasil dobrou do início dos anos 1990 para a década atual. O processo que determina essa elevação é elucidado em tese do pesquisador Dorival Gonçalves Júnior, recentemente defendida na USP, que procura percorrer as transformações no setor segundo um viés marxista. Setor este marcado, hoje, pela exploração do trabalhador e pela concorrência entre os capitais de investidores pelos recursos naturais. Pág. 6

Entre a Amazônia e o Cerrado, o desmatamento está liberado

Reprodução

Lula cede a pressões para desmatar mais florestas O governo Lula recuou novamente diante das pressões dos ruralistas, capitaneados pelo governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). A portaria para punir os responsáveis pelo desmatamento na zona de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado, vetando o acesso a recursos públicos, foi derrubada. Acabou excluída das restrições uma área que compreende 96 municípios localizados no Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. Para especialistas, os produtores dessa faixa poderão seguir desmatando a floresta com financiamento do Estado. Pág. 5

DOCUMENTÁRIO Todo poder para o povo: o partido dos Panteras Negras retrata o grupo que pautou a autodeterminação nos EUA. Pág. 12


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