Circulação Nacional
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Ano 5 • Número 255
São Paulo, de 17 a 23 de janeiro de 2008
R$ 2,00 www.brasildefato.com.br Eduardo Sales de Lima
Pacote do governo taxa bancos e crédito O governo anunciou um pacote de medidas a fim de recompor o seu caixa após a não prorrogação da CPMF. A alíquota do IOF e da CSLL dos bancos tiveram aumento. A primeira medida pode causar uma diminuição do consumo e afugentar classes mais pobres de crediários, enquanto a segunda deve ocasionar uma arrecadação extra de R$ 2 bilhões. Entidades de esquerda lançaram um manifesto de apoio à taxação dos bancos e em prol de uma reforma tributária progressiva. Pág. 3
Favela Real Parque, no Morumbi: tratores derrubaram parte dos barracos, mas não diminuíram contraste com os prédios ao fundo
Prefeitura de SP expulsa pobres de áreas nobres para beneficiar construtoras
FSM de 2008 investe em ações locais Neste ano, o Fórum Social Mundial (FSM) vai acontecer de forma descentralizada, em várias regiões do mundo. Serão diversas manifestações que devem convergir no Dia de Ação Global, 26 de janeiro. O objetivo é, novamente, fazer um contraponto ao Fórum Econômico Mundial e apontar práticas para um mundo mais justo. Em 2009, o Fórum retorna ao Brasil com o formato anterior , sendo que, dessa vez, será sediado em Belém (PA). Pág. 7 Bernardo Londoy/CC
Para privilegiar empreendimentos imobiliários, a gestão municipal de Gilberto Kassab vem transferindo pessoas de baixa renda que vivem em favelas, cortiços e ocupações em áreas nobres da cidade de São Paulo para bairros periféricos sem oferecer infra-estrutura. De acordo com famílias que foram instaladas num conjunto habitacional em Guaianazes, na zona leste da capital, a Prefeitura garantiu que na região haveria emprego, escola e posto de saúde, mas a realidade que encontraram foi bem diferente. O argumento utilizado para fazer as remoções de favelas é de que as famílias estão morando em áreas de risco. A urbanista Ermínia Maricatto rebate: “Sabe-se que a maioria das favelas que estão em áreas de risco estão localizadas nas áreas periféricas da cidade, e não nas regiões nobres”. Págs. 4 e 5 Reprodução
Chávez e reféns libertadas, Consuelo Perdomo (com rosa na mão) e Clara Rojas (2ª a partir da direita)
Hugo Chávez no centro do conflito armado colombiano Venezuelano faz propostas tanto a Uribe quanto às Farc Ainda que o governo de Álvaro Uribe não reconheça, o presidente venezuelano Hugo Chávez está se tornando o principal mediador da guerra que opõe as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia ao poder central colombiano. É de Caracas que partem as propostas de paz. Para Chávez, o presidente colombiano deve classificar a guerrilha como um “grupo beligerante”, não
EUA é maior beneficiado pelo caos no Paquistão
MEIO AMBIENTE
De acordo com especialista estadunidense em geopolítica do Oriente Médio, Washington usa o caos político no Paquistão para aumentar sua influência na província petrolífera do Baluquistão. A área, equivalente a 42% do território, é responsável
Em entrevista, o ambientalista Jean-Pierre Leroy analisa os dilemas e as perspectivas socioambientais do país Pág. 8 9 771678 513307
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pela produção de 76% do gás do país, estimada em 30 bilhões de metros cúbicos por ano – o que representa mais do que a soma do recurso produzido na Bolívia e no Brasil. Para Frederick Engdahl, a fragmentação territorial do Paquistão é desejada pelos EUA. “O objetivo é aproveitar a crise e fraturar a nação-Estado paquistanesa, assim como as do Iraque e Afeganistão”, analisa. Pág. 12
como “terroristas”, e, assim, possibilitar a abertura de negociações. Paralelamente, o venezuelano pede às Farcs a libertação de todas as pessoas que permanecem seqüestradas. Pág. 9
CNTE e Andes promovem congressos de professores A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e o Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) realizam em janeiro seus congressos. A CNTE centra a sua luta em torno de uma reivindicação histórica da categoria, o piso salarial nacional. O Andes pretende se pautar na defesa dos direitos dos docentes. Pág. 6