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Circulação Nacional

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Ano 5 • Número 235

São Paulo, de 30 de agosto a 5 de setembro de 2007

Estudantes baianos se juntam ao MST em manifestação pela qualidade de ensino

Jornada de educação mobiliza 100 mil De acordo com cálculos da UNE, mais de 100 mil pessoas participaram dos atos da jornada nacional em defesa da educação pública. Resultado de uma articulação de movimentos sociais e estudantis, a mobilização agitou as principais capitais e universidades do país, entre os dias 20 e 24 de agosto, em torno de 18 pautas consensuais. A jornada também foi marcada pela forte repressão das polícias comandadas por políticos do PSDB em Minas Gerais e São Paulo. Pág. 3 Pablo Sigismondi

Livro resgata memória de vítimas da ditadura Primeiro documento oficial sobre a repressão perpetrada por autoridades do Estado contra opositores da ditadura civil-militar, o livro Direito à memória e à Verdade, lançado no dia 29 de agosto, recupera a história de 400 militantes políticos mortos ou desaparecidos entre 1961 a 1988. Em entrevista, o ministro Paulo Vannuchi diz que “a partir de agora, temos um livro com o carimbo do governo federal, que incorpora a versão das vítimas”. Págs. 2 e 7

Uma coalizão de quatro organizações que lutam pelos direitos dos homossexuais no país africano – Minorias Sexuais Uganda (da sigla em inglês Smug) – resolveu se opor publicamente de forma inédita, no dia 16 de agosto, contra uma lei colonial herdada dos britânicos, que estipula uma pena de 14 anos à prisão perpétua para quem for condenado por sodomia (sexo anal). O governo, que já coleciona um histórico de retaliações, reagiu dizendo que Uganda não concederá direitos iguais a gays e lésbicas, e que não existem planos para que a homossexualidade seja legalizada no país. Cinco dias após a coletiva de imprensa concedida pela Smug, grupos cristãos conservadores convocaram fiéis para uma marcha de protesto. Pág. 11

No Haiti, mais políticas à direita

Diante do plebiscito popular que vai decidir, entre os dias 1º e 7 de setembro, sobre o leilão que a privatizou, a Companhia Vale do Rio Doce põe em prática uma ofensiva para evitar que a mobilização ameace os altos lucros que a empresa distribui aos seus acionistas. Está sendo veiculada na mídia corporativa uma propaganda na qual a atriz

Divulgação

acordo da Alba com Fidel Castro (Cuba) e Hugo Chávez (Venezuela), o seu governo sinaliza mudança na agenda, anunciando privatizações e o abandono da reforma agrária. Pág. 9

Reprodução

O grupo paulistano de teatro Folias D’Arte inspirou-se numa tragédia de Ésquilo para comemorar seus dez anos de existência. Em “Orestéia, o canto do bode”, um paralelo é feito entre a formação do Estado grego e a história recente da América Latina. O diretor Marco Antonio Rodrigues, analisa, em entrevista, a trajetória do grupo. Pág. 12

Cena do espetáculo Orestéia, em cartaz até outubro em São Paulo

Cartaz de 1978

Mentiras e violência: a Vale reage ao plebiscito

Haitianos enfrentam precariedade de serviços públicos, como o transporte coletivo

René Préval chegou à Presidência com o voto de quem era contra o aprofundamento das políticas neoliberais e a permanência das tropas da ONU no país. Mas, apesar de ter assinado o

Reprodução

“O imposto sindical é uma forma agressiva de retirar dinheiro do trabalhador”, avalia Joel de Almeida dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese). Em entrevista ao Brasil de Fato, ele fala dos desafios de organizar o povo num momento em que “o neoliberalismo colocou em xeque a clareza que os trabalhadores devem ter em relação à luta de classes” e critica a confusa conexão entre sindicatos e partidos. Pág. 4

Folias celebra dez anos com tragédia grega

O caos na saúde pública do Nordeste revela mais do que os problemas de um setor essencial à população. Mostra a situação precária do Estado brasileiro. Ao contrário do que pregam os conservadores e a mídia corporativa, a máquina pública está longe de ser caracterizada como “inchada”. Uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) colocou o país entre os seis últimos com menor número proporcional de empregados públicos, em uma lista de 64 nações. Atrás de subdesenvolvidos, como o México, e bem abaixo de países ricos, como os Estados Unidos. Quem mais sofre com essa situação são os 80% da população. “Para alguém de classe média alta ou rico, o Estado está balofo. Os filhos estudam fora do país, a Saúde é privada. A questão é que a camada que depende do serviço público não é essa”, critica o economista Marcio Pochmann. Pág. 5

Arquivo MST

Professores de Sergipe abrem mão do imposto sindical

Grupos GLBT´s desafiam “lei de sodomia” de Uganda

www.brasildefato.com.br

Povo brasileiro sofre com o sucateamento do Estado

Acordo entre madeireiras e Incra devasta a Amazônia A Justiça Federal interditou, no dia 27 de agosto, 99 assentamentos do Incra na região Oeste do Pará. A decisão veio como resposta a denúncias feitas pela organização não governamental Greenpeace que dão conta de acordos entre o Instituto e madeireiras para explorar a Floresta Amazônica em terras que deveriam ser destinadas à reforma agrária. Em entrevista ao Brasil de Fato, o geógrafo Maurício Torres, especialista na região, é taxativo: “dentro da floresta não é lugar para se fazer reforma agrária”. Pág. 8

R$ 2,00

Fernanda Montenegro procura vincular a imagem da empresa ao país (sendo que 62% de seus acionistas são estrangeiros) e ao meio ambiente (devastado por onde a empresa passa). Já em Belo Horizonte, no dia 22 de agosto, 136 pessoas foram presas quando participavam de protesto pacífico da jornada de educação no prédio da Vale. Pág. 6


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