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Circulação Nacional

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Ano 5 • Número 231

São Paulo, de 2 a 8 de agosto de 2007

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou um dos principais projetos em tramitação no Congresso endossados pela elite política e econômica do Norte e do Nordeste: a criação das Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). Um modelo caracterizado no mundo todo pela superexploração do trabalho e pelo desrespeito à legislação trabalhista. No Brasil, as indústrias instaladas nesses locais terão isenção de impostos para importar insumos e matérias-primas e exportar mercadorias e capital. Pág. 6

Com Raúl, Cuba debate mudanças na sua economia Raúl Castro completou, no dia 31 de julho, um ano à frente do governo cubano num momento em que o país atravessa um intenso debate econômico que extrapola os limites do congresso do Partido Comunista Cubano (PCC), o fórum mais influente na ilha. O objetivo é enfrentar os problemas da ilha, como a burocratização e a escassez de alimentos, no caminho de soluções possíveis para revisar o funcionamento do sistema socialista do país, conservando suas bases. Pág. 9

www.brasildefato.com.br

Governo encontra “solução” à direita para a crise aérea Mal a elite política e econômica ameaçou uma ofensiva, por conta do desastre com o avião da TAM, o governo Lula já ofereceu os presentes. Primeiro, anunciou a privatização da estatal Infraero, como uma das primeiras medidas apresentadas como solução ao caos aéreo. Quer se desfazer de 49% das ações de uma empresa que, em 2006, lucrou R$ 1,2 bilhão. Em seguida, o presidente nomeou o peemedebista Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, um tradicional aliado de José Serra (PSDB) e ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso. Enquanto isso, pelas estradas esburacadas do Brasil, milhares de brasileiros arriscam sua vida em ônibus clandestinos para se locomover. Apenas no ano de 2005, mais de 10 mil pessoas morreram em acidentes nas rodovias federais. Págs. 2, 4 e 5

Valter Campanato/ABr

Antonio Cruz/ABr

Com ZPEs, Lula aprova as maquiladoras brasileiras

R$ 2,00

Usuários de tranporte aéreo e rodoviário enfrentam problemas em todo país

Reprodução

Transnacionais e o controle dos alimentos

CADEIA ALIMENTAR

empresas controlam biotecnologia

Por meio de fusões e parcerias com governos, grandes corporações transnacionais avançam sobre a cadeia de alimentos global. O objetivo geral é conquistar o controle oligopolista da pesquisa científica e tecnológica da biotecnologia. De acordo com o professor Horácio Martins, isso significaria comandar a própria oferta de produtos agrícolas e florestais. Pág. 8

Mais lucros da indústria com rodízio de operários Pesquisa encomendada pela Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul revela que cerca de um terço da força de trabalho do setor é substituída anualmente no Estado. Segundo o estudo, os trabalhadores recém-ingressos na indústria ganham, em média, R$ 781, enquanto os demitidos ganhavam R$ 952. Para o sindicalista Milton Viário, os empresários têm um duplo benefício com

essa rotatividade forçada: ao mesmo tempo que pagam menos pela força de trabalho, desmobilizam o local de trabalho, já que o medo da demissão ronda o cotidiano dos trabalhadores. Para especialistas, o fenômeno não é uma peculiaridade nem gaúcha, nem da indústria metalúrgica, mas sim uma forma de capitalismo brasileiro se inserir competitivamente no mercado mundial. Pág. 3

Cia. do Latão: uma década de um teatro de contestação Com inauguração de sede, reestréia de espetáculo, exibições de vídeos e fotos e lançamentos de livros, o grupo teatral Companhia do Latão comemora 10 anos. Em entrevista ao Brasil de Fato, o diretor Sérgio de Carvalho conta os desafios de realizar um teatro na “contramão” de uma realidade de comercialização das artes cênicas. Pág. 12

Haitianos de Porto Príncipe em fila para receber donativos das tropas brasileiras da Missão da ONU

O petróleo da Governo do Nigéria não é Haiti anuncia para o seu povo privatizações

Cena de Visões Siamesas, montada em 2004

Um dos principais produtores de petróleo e gás natural do mundo, a Nigéria não é capaz de fornecer a energia que sua população necessita. Apenas uma minoria tem dinheiro para comprar um botijão de gás. Como alternativa, o povo nigeriano utiliza a madeira como combustível, contribuindo para o grande desmatamento das florestas. Pág. 10

Depois de obter bons resultados na luta contra o narcotráfico, o governo haitiano anunciou nova prioridade, explicitando sua guinada neoliberal: a privatização de empresas públicas. Pág. 11

Gama

Lenise Pinheiro

Spensy Pimentel/ABr


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