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Ano 4 • Número 159

R$ 2,00

40 mil mortes em três anos de guerra

João Zinclar

São Paulo • De 16 a 22 de março de 2006

No dia 18, milhares de pessoas voltam às ruas do mundo para exigir que tropas de 26 países deixem o Iraque

A

guerra do Iraque completa mais de mil e uma noites. Mas, ao contrário desse conto de fadas – ironicamente de origem iraniana –, não se vislumbra, até o momento, um final feliz. Cerca de 40 mil pessoas já morreram – o equivalente a meio Maracanã. E os números não param de crescer. Neste último ano, segundo

contagem realizada pelo Iraq Body Count, 36 civis foram mortos por dia – quase o dobro da média do primeiro ano da “ocupação”, com 20 mortes diárias. Entre os soldados estadunidenses e britânicos, o número de baixas fatais também é significativo. Até o dia 6, os Estados Unidos – que têm 138 mil militares no Iraque – já

haviam perdido 2.304 deles, enquanto o Reino Unido – com 8.900 soldados – já contabilizava 103 mortes. Parece que, depois de tanto “esforço”, os países invasores não vão conseguir evitar uma guerra civil estimulada pelo vizinho Irã – alcançando o impensável: unir o Iraque a seu eterno inimigo. Pág. 9

América Latina busca integração livre dos EUA

Mulheres em ação contra o agronegócio março, as camponesas chamaram atenção do mundo ao ocupar uma das instalações da empresa responsável pelo chamado “deserto verde” no Rio Grande do Sul. Págs. 2, 3, 4 e 14

Pela primeira vez na história, a América Latina começa a enveredar pelos caminhos de uma verdadeira integração, e quem lidera esse movimento é o presidente venezuelano Hugo Chávez. É o que defende o lingüista estadunidense Noam Chomsky, em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato. “Não há dúvidas de que os Estados Unidos estão muito incomodados com essa situação, uma vez que a região começou a sair do seu controle”, avalia. Para ele, é importante que os recursos naturais sejam explorados em benefício da população, como na Venezuela. Pág. 11

Dia 18, um protesto mundial contra a política de ocupação dos EUA no Iraque

Mobilização nacional por reforma agrária Trabalhadores rurais sem-terra organizam manifestações e ocupações em todo o país para pressionar o governo Lula a aumentar o número real de assentamentos.

Depois de acampar em terras improdutivas, camponeses farão ações nas cidades, para dialogar com a sociedade civil. Pág. 5

José Cruz/ABr

Marcio Baraldi

Responsável por criminosa degradação ambiental, a Aracruz Celulose foi alvo do protesto de duas mil integrantes da Via Campesina. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de

Brasil aceita identificar carga transgênica

40% do lucro da Petrobras vai para fora

Ao contrário da postura defendida até agora, o Brasil foi favorável à identificação de cargas de organismos vivos geneticamente modificados. Foi um avanço, na opinião de ambientalistas – que consideraram muito longo o prazo de quatro anos para as adaptações à regra. Pág. 6

Dos R$ 23,7 bilhões que a Petrobras faturou em 2005, o maior lucro de sua história, R$ 13,65 bilhões foi para investidores privados, que têm 57,6% das ações. Quase 40% dessas ações pertencem a estrangeiros. A pressão pelo lucro impede que a companhia adote políticas sociais. Pág. 7

E mais: ÁGUA – No 4º Fórum Mundial das Águas, realizado no México, movimentos sociais se contrapõem a modelo do Banco Mundial para gestão dos recursos hídricos. Pág. 13 CULTURA – Os governos tucanos põem em risco Tendal da Lapa, a maior casa de cultura popular da cidade de São Paulo, localizada no bairro da Lapa. Pág. 16

Classe média empobrece e diminui Pág. 7

Trabalhadores da educação em greve no RS Pág. 8

Na Nigéria, rebeldes contra transnacionais Pág. 12

TV digital – Mesmo após a escolha do padrão estrangeiro, sociedade civil vai continuar pressionando o governo federal por uma TV mais democrática Pág. 8


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