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Ano 4 • Número 158

R$ 2,00 São Paulo • De 9 e 15 de março de 2006

A grande farsa da reforma agrária A

s políticas que transformam a terra em mercadoria, propagandeadas pelo Fundo das Nações Unidas para Agricultura (FAO), não interessam aos movimentos sociais – que aproveitaram a Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, entre 7 e 10, em Porto Alegre (RS), para defender uma reforma agrária promotora de desenvolvimento, de soberania alimentar e que combata a concentração de propriedade. “Estamos mostrando ao mundo que não há reforma agrária no Brasil. Os números do governo não são verdadeiros”, afirmou Adelar Pretto, da coordenação estadual do MST-RS. Contas que enganam – Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário contabilizam, no saldo do atual governo, famílias assentadas há mais de 60 anos. Feito o expurgo dos números indevidos, vê-se que, das 127,5 mil famílias que Lula diz ter assentado em 2005, 82 mil não se referem à reforma agrária real. Mas a regularizações fundiárias. Págs. 2, 5, 6 e 7

Valter Campanato/ ABr

Nem o modelo do Banco Mundial, nem a maquiagem de Lula. Movimentos sociais querem desapropriações de terras

Abertura da Conferência Terra, Território e Dignidade, em Porto Alegre: movimentos sociais exigem verdadeira reforma agrária

MAB debate novas formas de mobilização

Plano Colômbia pode ser reforçado

Criado há 15 anos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza o 2º Encontro Nacional. Entre os dias 13 e 17, em Curitiba (PR), mais de mil militantes de 14 Estados vão discutir estratégias para enfrentar as gigantes corporações nacionais e estrangeiras do hidronegócio, que aumentam seus lucros com a construção de usinas hidrelétricas no Brasil. Ao todo, existem hoje, no país, mais de 1 milhão de pessoas atingidas diretamente pelos impactos dessas obras. Pág. 3

Pág. 11

No Oscar, filmes com conteúdos políticos e sociais

ças à segurança nacional”. No fim de fevereiro, Bush pediu ao Congresso que fosse expandida a atuação dos militares estadunidenses no país sul-americano. Pág. 9

Mulheres contra a violência e a guerra

O papel sujo da Petrobras na América do Sul

No Brasil, onde a cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem, uma das principais bandeiras do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, foi o combate à violência de gênero. Feministas pedem a aprovação de lei pela qual a violência doméstica deixa de ser crime menor. Pág. 8

Nos países da América do Sul onde está presente, a Petrobras agride o ambiente, provoca danos a comunidades tradicionais e viola direitos de trabalhadores. Movimentos sociais da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru denunciam, em livro, a atuação da estatal brasileira. Pág. 5

Jack Guez/AFP

Rejeição a Bush bate recorde nos Estados Unidos

Será a Venezuela um risco para a Colômbia? O presidente estadunidense George W. Bush acredita que sim. Tanto que pretende usar o Plano Colômbia contra o que considera “amea-

Pág. 16

E mais: ECONOMIA – Brasil é um país sem risco para os banqueiros e especuladores internacionais; enquanto os trabalhadores convivem com baixos salários e o desemprego. Pág. 4 PRIVATIZAÇÃO – O prefeito de Juiz de Fora (MG), Carlos Alberto Bejani, já privatizou quase todos os serviços públicos, em pouco mais de um ano no segundo mandato. Pág. 14

Governo neoliberal – Dia 7, empunhando faixas com os dizeres: “Salvemos nossos direitos”, franceses foram às ruas para protestar contra a política do primeiro emprego, idealizada pelo primeiro-ministro Dominique de Villepin, que prevê perda de direitos trabalhistas


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