Ano 3 • Número 140
R$ 2,00 São Paulo • De 3 a 9 de novembro de 2005
Venezuela livre do analfabetismo Política radical de educação pública do presidente Hugo Chávez reduz para menos de 1% o número de analfabetos
U
m ano e quatro meses de trabalho. Esse foi o tempo que um programa criado pelo presidente Hugo
Chávez, a Missão Robinson, levou para alfabetizar 1,5 milhão de venezuelanos. Com esse feito, o país foi declarado
território livre do analfabetismo pela Unesco. Agora, menos de 1% da população de 23 milhões de pessoas não sabe ler. No iní-
cio do governo Chávez, a taxa era de 8,4%. Já no Brasil, a taxa de analfabetismo continua em 13,3%. Leia no Brasil de Fato
o que a mídia empresarial do país preferiu esconder de seus leitores. Págs. 10 e 11 Marcelo Garcia
Flávio Cannalonga
Enquanto o presidente estadunidense Bush provoca miséria, conflitos e mortes no mundo inteiro, o presidente venezuelano Hugo Chávez comemora a alfabetização de 1,5 milhão de pessoas em 18 meses
A visita de um terrorista de Estado Ele fraudou as eleições de seu país para tornar-se presidente. Invadiu o Afeganistão e o Iraque às custas de 70 mil vidas e 180 mil feridos. Deixou morrer mil de seus conterrâneos ao negli-
anos, vem mostrando ao mundo seu desprezo pela vida. Ele chega ao Brasil dia 6, enfraquecido pelos conflitos que espalhou pelo planeta, e espera pedir auxílio ao governo Lula na “estabilização”
da América Latina. Manifestações ocorrerão pelo país para impedir que o presidente se submeta mais uma vez a este papel, como já faz no Haiti. Págs. 2, 12 e 14
Jorge Custódio
Cúpula discute novas propostas de integração
genciar estudos prevendo que Nova Orleans ficaria submersa caso um furacão a atingisse. Esta é uma pequena parte do currículo de George W. Bush, presidente estadunidense, que, nos últimos
Organizações e movimentos sociais americanos estão reunidos desde o dia 1º na cidade argentina de Mar del Plata para a 3ª Cúpula dos Povos da América. Longe de se limitar aos protestos contra a realização da 4 ª Cúpula das Américas, que reúne a partir do dia 4, na mesma cidade, presidentes de 34 países, o encontro contempla a discussão de propostas alternativas de integração do continente. Pág. 9
AMIANTO – O Brasil continua na contramão da história na proibição do uso do minério cancerígeno. O lobby da indústria é forte. Pág. 6 TRABALHO – Em setembro, o desemprego aumentou assim como o número de brasileiros que vivem de bico. Pág. 7
Como o governo não faz a reforma agrária, latifundiários intensificam a violência contra os trabalhadores rurais sem-terra
A Navalha na Carne, em nova edição Homenagem ao combativo dramaturgo Plínio Marcos, que teria completado 70 anos em setembro, a Azougue Editorial relança, em edição de luxo, uma das obras mais polêmicas do autor, A Navalha na Carne. Várias vezes censurado pela ditadura militar, o escritor deu voz aos excluídos e se tornou um símbolo da luta pela liberdade de expressão. Pág. 16
Gilmar
E mais:
De 25 a 28 de outubro, em Brasília, cerca de 8 mil pessoas de mais de 40 organizações sociais mostraram ao país o que é democracia – o poder do povo. Lá, realizou-se a Assembléia Popular, cujos debates foram centralizados no país real onde há desemprego, insuficiência de políticas públicas e concentração de terras. Lá, os movimentos construíram sua própria agenda. Um documento final espelhou sua pluralidade. Págs. 4 e 5
Estupros são a maior causa de Aids na África
Estudantes nas ruas em defesa do passe livre Pág. 8
Movimentos sociais: lição de democracia
O estupro, inclusive de bebês, tem sido o principal responsável pela propagação da Aids na África subsaariana. A prática é estimulada pela crença de que relações com pessoas virgens curam o infectado. Um projeto de lei que obrigaria a África do Sul a dar remédios a vítimas de estupro foi alterado. Pág. 13
PT reage às denúncias feitas por Veja A nova investida da revista do grupo Abril é contra o PT e o governo cubano. Mesmo sem provas, Veja acusa o partido de ter recebido dinheiro de Cuba para a campanha eleitoral de 2002. “Isso não é jornalismo. Eles estão a serviço do capital internacional”, diz o deputado Dr. Rosinha, que acusa a Abril de ter estadunidenses no seu conselho administrativo. Pág. 6