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Ano 3 • Número 122

R$ 2,00 São Paulo • De 30 de junho a 6 de julho de 2005

Zapatistas preparam nova ofensiva Fati Moalusi/ AFP/ Folha Press

Frente à pressão de paramilitares e ao descaso do governo mexicano, EZLN consulta as bases para reacender a rebeldia

Desemprego – Centenas de jovens sul-africanos protestam contra a falta de trabalho, em Joannesburgo, no dia 27 de junho. Eles reivindicam do governo políticas públicas para a criação de emprego e medidas para impedir a importação de produtos da China

UNE vai pedir mudança de rumos

Pobres festejam o presidente eleito do Irã

começou dia 29 de junho e irá até o dia 3 de julho em Goiânia, capital de Goiás. Entre os principais campos de disputa, tanto da situação quanto da oposição, é consenso que o momento é de

pressionar por mudanças mais à esquerda. Outros pontos de discussão polêmicos devem ser a reforma universitária e a organização do movimento estudantil. Pág. 3

Daniel Cassol

Ex-prefeito de Teerã e vencedor das eleições de 24 de junho, Mahmoud Ahmadinejad defende os investimentos produtivos e quer livrar o petróleo do poder das famílias e etnias dominantes. As camadas mais pobres da população comemoraram nas ruas, depois de turbulento processo eleitoral, que incluiu tentativas consideradas golpistas pelos apoiadores de Ahmadinejad. Pág. 11

Devido às recentes denúncias de corrupção no governo Lula, a conjuntura nacional deve centralizar os debates durante o 49º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que

A

s sinuosas estradas que cortam o território autônomo controlado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), em Chiapas, no Sul do México, dão pistas dos desafios dos indígenas. Em algumas áreas, comunidades zapatistas convivem, lado a lado, com acampamentos de militares mexicanos e grupos paramilitares, que interferem em seu dia-adia. A reportagem do Brasil de Fato visitou duas dessas comunidades zapatistas e constatou o potencial explosivo da realidade local. Pedro Arriaga, vigário da Diocese de San Cristóbal de Las Casas, considera o alerta vermelho declarado pelo EZLN, em 19 de junho, como o ressurgimento dos zapatistas na sociedade mexicana e no cenário internacional, exatamente na proximidade das eleições presidenciais, marcadas para 2006. “O alerta volta a colocar na consciência nacional e internacional as demandas dos zapatistas e denuncia também o problema dos refugiados”, afirma Arriaga. Pág. 9

Em educação, o país é reprovado todos os anos Os governos brasileiros gostam de manipular estatísticas. Na educação, por exemplo. Para especialistas, a baixa qualidade do ensino público do país e os altos índices de analfabetismo resultam do sistema pelo qual o aluno não repete de ano. Assim, o número de alfabetizados cresce, mas a deficiência de aprendizado é gravíssima e ainda é alta a taxa de analfabetismo. Pág. 7

José Saramago reafirma seu apoio a Cuba

O governo Lula preferiu deixar tudo como estava

“Vim, porque me convidaram”, disse o escritor José Saramago quando perguntado por que voltara a Cuba dois anos depois de ter criticado Fidel pela execução de seqüestradores. Para ele, tudo se recompôs. “Enfim, o que importa é que estou aqui, sou amigo de Cuba e a manipulação midiática não me tira o sono. Tenho outras coisas que me tiram o sono”. Pág. 10

Em 2003, o Brasil poderia ter tomado outro rumo. Até o mercado financeiro contava com isso. Mas, apesar do apoio popular, Lula preferiu dar continuidade ao governo Fernando Henrique. O PT rasgou muitos princípios e, a um projeto de nação, preferiu um de poder. É como a economista Leda Paulani analisa a história recente do país. Pág. 8

Dezoito presos, em tratamento médico, foram acorrentados às macas no Hospital Vila Nova, em Porto Alegre (RS)

Exemplo tucano: Sindicatos do abrigos não têm Iraque unidos verbas e fecham contra ocupação Na cidade de São Paulo, é grande a demanda por vagas em casas de acolhida e abrigos para menores em situação de rua. No entanto, a prefeitura do tucano José Serra, ao invés de destinar mais recursos ao setor, prossegue sua investida de limpeza social do Centro da capital, nega a falta de verbas, enquanto as entidades, em dificuldades, vão fechando as portas. É o caso da casa de acolhida modelo, que já parou de funcionar por não ter recebido verba. Pág. 6

Pág. 11

No Pará violento, frei Henri vive sob ameaça Pág. 13

Intervenções urbanas: arte e política na rua Pág. 16

Pág. 4

E mais: RUMOS DO GOVERNO – Dom Tomás Balduíno diz que Lula preferiu as elites ao buscar ajuda do PMDB, enquanto Emir Sader ataca o papel da mídia na crise. Pág. 5 DEBATE - O jurista Fábio Konder Comparato e o bispo de Jales, dom Demétrio Valentini analisam a atual crise política no país. Pág. 14


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