BDF_114

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Ano 3 • Número 114

R$ 2,00 São Paulo • De 5 a 11 de maio de 2005

Rumo a Brasília, por mudanças S

ob o sol quente do Planalto Central, doze mil semterra chamam a atenção de todo o país, e do mundo, para a mobilização dos movimentos sociais por mudanças na política econômica. A Marcha Nacional pela Reforma Agrária, que saiu de Goiânia (GO) dia 2, é um instrumento de luta não apenas pelo direito à terra, mas por mais de uma dezena de reivindicações, entregues pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dia 3, ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. “Não aceitamos que os R$ 2 bilhões da reforma agrária sejam destinados aos juros da dívida”, disse Fátima Ribeiro, da direção nacional do MST. “O compromisso do governo é assegurar recursos integrais para o cumprimento de todas as metas do Plano Nacional de Reforma Agrária”, garantiu o ministro. Se for verdade, terá valido a pena o esforço do “seu” Luiz, de 97 anos, que faz questão de ficar na linha de frente da marcha. Pág. 7

Luciney Martins

Milhares de sem-terra iniciam longa caminhada para exigir reforma agrária e uma nova política econômica

Da luta contra a Alca, nasce uma alternativa Os presidentes cubano e venezuelano, Fidel Castro e Hugo Chávez, ratificaram a implementação da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). Durante o 4º Encontro Hemisférico de Luta contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que ocorreu em Havana (Cuba), no final de abril, eles assinaram 49 acordos sociais e econômicos, visando criar um modelo de integração solidária no continente. Págs. 2 e 9

Bolivianos viram escravos no Brasil Todos os anos, milhares de bolivianos saem de seu país em busca de melhores condições de vida. Entram no Brasil de forma ilegal e acabam submetidos a situações degradantes, em pequenas confecções da cidade de São Paulo, onde driblam a clandestinidade. Mulheres e homens costumam ser atraídos para a escravidão por falsas promessas de bons salários, feitas em jornais e rádios bolivianos. Pág. 8

Dia 1º de Maio: críticas, sorteios e espetáculos O Dia Internacional do Trabalhador, 1º de Maio, no Brasil, foi marcado por críticas à política econômica. Até Luiz Marinho, presidente da CUT e um dos principais defensores do presidente Lula, sugeriu alternativas às altas taxas de juros como forma de combater a inflação. Setores mais à esquerda, contudo, foram mais incisivos ao criticar o atual governo federal por retirar direitos, deteriorando as condições de vida do trabalhador. Pág. 3

Vindos de 23 Estados, 12 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra iniciaram dia 2 uma caminhada de 200 quilômetros para exigir mudanças no país

Júri popular condena uso do amianto Pág. 4

Enquanto a inflação cede, BC sobe juros Pág. 5

A nova doutrina militar de Hugo Chávez Pág. 10

E mais: SEM-TETO – Diante do déficit habitacional de seis milhões de moradias, movimentos de sem-teto do Rio e de São Paulo ocupam prédios vazios. Pág. 6 DIREITOS HUMANOS – Mais de dois milhões de pessoas estão atrás das grades nos Estados Unidos, que promovem o maior encarceramento de massa desde o pós-guerra até hoje. Pág. 11


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