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Ano 3 • Número 107

R$ 2,00 São Paulo • De 17 a 23 de março de 2005

Nas ruas, todos contra a guerra Robson Fernandes/AE

Joseph Barrak/AFP/AE

No planeta, milhões de pessoas vão pedir a retirada das tropas de George W. Bush e de seus aliados do Iraque

Líbano — Manifestantes protestam em frente à Embaixada dos Estados Unidos, em Beirute, contra a intervenção estadunidense em assuntos internos de outros países

O presidente Néstor Kirchner convocou um boicote à empresa anglo-holandesa Shell, devido aos aumentos nos preços da gasolina e do diesel. A decisão da transnacional vai elevar o custo de vida da população. A Federação dos Trabalhadores na Energia na República Argentina anunciou apoio ao boicote, mas lamentou que a medida não fosse estendida a outras transnacionais petrolíferas. Pág. 13

Agricultores contra as barragens Nesta semana, comemorase o Dia Internacional de Luta contra as Barragens. No Brasil, até agora, ocorreram mobilizações na Bahia, Pará, Paraná e Rondônia. Dias antes do início dos protestos, onze dirigentes

do Movimento dos Atingidos por Barragens foram presos irregularmente. Em Santa Catarina, cinco foram tirados de suas casas de madrugada por policiais com espingardas em punho, ameaçando prender

suas mulheres, caso não se entregassem. Em Minas, o saldo foi de seis prisões e 35 feridos, incluindo idosos e mulheres grávidas. Houve protestos em todo o mundo. Pág. 3

Arivaldo Chaves/Zero Hora/AE

Na Argentina, ações contra transnacionais

Nos EUA, vitória dos camponeses Produtores rurais ganharam uma disputa contra a transnacional do ramo de fast-food, a Yum!Brands, que aceitou pagar aos agricultores do povoado de Immokalle, sudoeste da Flórida, um centavo de dólar a mais por libra de tomate colhido. Foi o desfecho de uma história de quatro anos de greve e ações contra a rede de restaurantes Taco Bell, da qual a Yum!Brands é proprietária. A conquista vai dobrar o rendimento dos camponeses. Pág. 10

Movimentos mantêm pressão na Bolívia Reportagem exclusiva do Brasil de Fato na Bolívia mostra que, embora o presidente Carlos Mesa tenha sido fortalecido pelo Congresso, os movimentos sociais vão continuar com os bloqueios de estradas para pressionar os parlamentares a elevar os impostos das transnacionais. Indígenas, trabalhadores e camponeses exigem também uma nova Assembléia Constituinte. E Mesa tenta jogar a classe média contra as organizações populares. Pág. 13

M

ilhões de pessoas de todo o mundo vão às ruas, dias 19 e 20, para dizer não à invasão do Iraque e exigir a saída imediata das tropas invasoras. As manifestações contra as intervenções militares promovidas por George W. Bush, convocadas em janeiro, durante o 5º Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, vão marcar o segundo aniversário do início dos bombardeios contra a capital Bagdá. Nos Estados Unidos estão programados o maior número de protestos: ativistas de pelo menos 573 entidades vão exigir a volta das tropas de seu país e a reparação financeira ao Iraque. Na Europa, além dos eventos por todo o continente, haverá uma manifestação central no dia 19, em Bruxelas, na Bélgica. No Brasil, as marchas terão como tema, além da guerra no Iraque, a violência urbana, o avanço militar dos EUA sobre o continente e o terrorismo econômico, entre outros. Págs. 2 e 9

Justiça continua a proteger latifundiários A menos que a audiência pública convocada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário para o dia 18 dê resultado, dia 29 pode haver derramamento de sangue no município de Alto Alegre dos Parecis, em Rondônia, data fixada pela Justiça para despejo de 128 famílias acampadas há oito anos no município. Lá, a preocupação é geral. Afinal, a produção dos acampados representa 20% da riqueza local e os fazendeiros anunciaram que vão armar 450 policiais para o despejo. Pág. 8

Muda política cambial. É pior para o país

Rio Grande do Sul – Agricultores do Movimento dos Pequenos Agricultores e do MST usam espigas de milho para bloquear o acesso ao Palácio Piratini, sede do governo, durante protesto que reivindica medidas de combate à seca que assola o Estado

Reforma universitária sem consenso Pág. 5

E mais: DITADURAS — O presidente do Uruguai anunciou início das investigações sobre o destino dos desaparecidos do regime militar. Na Argentina, o Senado aprova projeto de lei para indenizar exilados políticos. Pág. 12 DEBATE — O deputado federal Edson Duarte analisa como a Monsanto ganha com o governo Lula. Pág. 14

Insegurança causa rebeliões na Febem Pág. 6

ainda subsiste na África do Sul Pág. 11

Mudanças para simplificar procedimentos? Não, o governo liberalizou o mercado de câmbio, facilitando ainda mais as remessas de recursos em moeda estrangeira para o exterior. Tal facilitário, somado à falta de controle sobre o fluxo de dólares, em situações de incerteza, pode estimular saídas maciças de capitais, novas altas de juros, disparada do dólar e queima de reservas. Pág. 7

Anatel faz operação ilegal em Brasília No dia 9, a TV Comunitária de Brasília recebeu a visita de dois agentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que disseram estar em uma “ação preliminar para avaliar conteúdo” e pediram cópias de seus programas. Elifas Gurgel, presidente da Anatel, garantiu que não determinou a fiscalização. A ação pode ter resultado de requerimento de um deputado do PSDB, indignado com a programação democrática da emissora. Pág. 4


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