BRASILDEFATO Ano I ■ Número 19 ■ São Paulo ■ De 10 a 16 de julho de 2003
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Lula garante prioridade para a reforma agrária Leopoldo Nunes/JC Imagem/AE
O governo federal vai dar prioridade absoluta para a reforma agrária, afirma João Pedro Stedile, membro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato. A direção do MST foi recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Planalto, em 2 de julho. O encontro provocou reações iradas por parte de latifundiários e da grande mídia, que insiste em demonizar o movimento social. Págs. 3 e 5 Livre comércio – Ainda durante a reunião com o MST, Lula garantiu ser contrário à adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), e disse que vai dar a maior importância à integração da América Latina. Segundo Stedile, Lula se mostrou “furioso” porque a mídia noticiou, “distorcidamente”, que ele havia aceito a criação da Alca em 2005, após o seu encontro com o presidente George Bush. Pág. 10
CUT reafirma posição contra a Alca A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), afirma Luiz Marinho, presidente da maior central sindical do país, em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato. “Somos contra a anexação do Brasil pelos Estados Unidos. Precisamos cobrar do governo para saber o que já foi negociado, o que está sendo colocado em pauta”. Para ele, a eventual convocacão de um plebiscito oficial pode ser um espaço de debate sobre a Alca. Marinho defende a reforma sindical antes da trabalhista e diz que o papel da CUT é, muitas vezes, o de pressionar e empurrar o governo, disputar posições, para influenciar nos rumos do país. Pág. 4
O presidente estadunidense George Bush e o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon são os responsáveis pelo terrorismo no Oriente Médio e pelo massacre do povo palestino, diz o artista plástico israelense Gershon Knispel. Radicado no Brasil, Knispel é o coordenador da mostra “35 + 35 juntos”, com obras de 70 artistas brasileiros, israelenses e palestinos, que assinala os 35 anos de ocupação, por Israel, dos territórios palestinos. Pág. 11
OMC quer globalizar o ensino superior privado Pág. 16
E mais: DORCELINA – Jusmar Martins, um dos mandantes do assassínio, em 1999, da prefeita de Mundo Novo (MS), Dorcelina Folador, foi condenado a 18 anos, mas outros mandantes continuam impunes. Págs. 3 CAPITAIS EXTERNOS – Com o superávit no comércio externo, o governo brasileiro já pode pensar em impor o controle da entrada e saída de capitais. Pág. 6 ALCA E MILITARIZAÇÃO – Segundo a francesa Janette Habel, Washington financia a militarização na América Latina, para combater os movimentos populares. Pág. 9 TRIBUNAL INTERNACIONAL – Os EUA suspenderam a ajuda militar a 50 países, entre eles o Brasil, que não isentaram os cidadãos estadunidenses de processos pelo Tribunal Penal Internacional. Pág. 9 ÁFRICA – Sem passar pela Libéria, onde a população esperava sua presença como a salvação para a guerra civil de quatro anos, George Bush visita a África. Pág. 12 QUILOMBO – Uma inspeção judicial realizada no quilombo Mata Cavalos (MS) pode garantir a posse das terras pelos quilombolas, que sofrem ataques armados. Pág. 13 DESERTO VERDE – Cem entidades de quatro Estados pedem o fim do avanço da monocultura do eucalipto. Pág. 13 AGÊNCIAS REGULADORAS – Veja na seção Debate, os artigos dos deputados federais Telma de Souza (PT-SP) e Walter Pinheiro (PT-BA). Pág. 14
Embrapa encolhe mais de 15% em 4 anos
O orçamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) encolheu mais de 15% de 1998 a 2002, o que está levando o País a ficar ainda mais atrasado em sua tecnologia agrícola. Somente a dedicação dos pesquisadores é que ainda mantém abertas todas as quatro dezenas de unidades da empresa por todo o Brasil. Nenhum projeto foi paralisado, mas a diminuição das verbas impede que as pesquisas cheguem a ser completadas. Pág. 7
BRASIL DE FATO De 10 a 16 de julho de 2003
Artista israelense acusa Israel e EUA
DESMONTE DO ESTADO
Maringoni
Integrantes do MST organizam a reconstrução de seus barracos no Engenho Prado, no município de Tracunhaém, na Zona da Mata de Pernambuco, onde, dia 3, cerca de 180 moradias foram destruídas. Pág. 3
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