BRASILDEFATO Ano I ■ Número 11 ■ São Paulo ■ De 15 a 21 de maio de 2003
Circulação Nacional
R$ 2,00
Previdência tem só 300 procuradores para cobrar dívida de R$ 100 bilhões
Agricultores queimam milho transgênico no PR Três mil pessoas, entre sem-terra, pequenos agricultores e estudantes,
Há 10 anos, a Previdência tinha 7 mil fiscais para 2,5 milhões de empresas; hoje, menos de 3,9 mil auditores devem fiscalizar o dobro, e 300 procuradores têm que despachar 1,7 milhão de processos trabalhistas por ano. No total a dívida para com o INSS soma R$ 100 bilhões. Enquanto isso, milhões sofrem o pesadelo de depender do INSS. Págs. 4 e 5 DESMONTE DO ESTADO
Gazeta do Povo/AE
destruíram nove hectares de uma plantação de milho transgênico da Monsanto, em Ponta Grossa (PR), na sexta-feira, dia 9. O ato marcou o encerramento da II Jornada Paranaense de Agroecologia, cujos participantes enviaram uma carta em que pedem ao presidente Lula uma moratória no uso dos transgênicos no país. Os bispos da Comissão Pastoral da Terra também lançaram manifesto, sobre os riscos dos transgênicos. Pág. 3
Reforma Tributária ignora distorções Projeto enviado pelo governo federal ao Congresso mantém o mecanismo que onera o assalariado e poupa o capital financeiro, como provam cálculos feitos pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco). É a chamada “regressividade do sistema”, que favorece a concentração de renda. Pág. 7
Veja na seção Debate, pág. 14, as avaliações do deputado federal Virgílio Guimarães (PTMG) e do professor de Direito Osiris Lopes Filho, da UNB e FGV.
■ Em Ponta Grossa, agricultores destroem plantação da Monsanto,
que pressiona pela liberação dos alimentos transgênicos no Brasil
Justiça italiana absolve assassino de Carlo Giuliani
Nove anos depois do fim do apartheid, 65 mil brancos, num país de 40 milhões de habitantes e 26 milhões de camponeses negros sem-terra, ainda são donos de 80% da terra agricultável da África do Sul. Em entrevista exclusiva, Andile Mngxitama, coordenador nacional da Comissão Nacional pela Terra, conta como o MST brasileiro influenciou e inspirou o Movimento das Pessoas sem Terra sulafricano. Para Mngxitama, o MST é “exemplo do que deveria ser um estado permanente de poder popular”. Pág. 12
O assassino do manifestante Carlo Giuliani, 23 anos, durante os protestos de massa contra uma reunião do G-8 em Gênova, Itália, em julho de 2001, vai ficar impune. A juíza Elena Daloiso absolveu o policial Mario Placanica, autor do disparo que matou Giuliani. Segundo a versão fantástica da juíza, Placanica atirou para o alto, a bala ricocheteou numa pedra atirada pelos manifestantes e só então atingiu Giuliani.“O arquivamento do caso é a sentença de uma Itália que tem medo”, reagiu a Comissão Verdade e Justiça para Gênova. Pág. 10
A euforia do mercado financeiro não tem contrapartida real: o desemprego continua aumentando e a produção e salários, caindo. Pág. 6
E mais:
FEBEM – As meninas internas da Febem não recebem tratamento adequado para seu sexo e estão sujeitas a castigos violentos. Pág. 8 ORIENTE MÉDIO – O presidente estadunidense George Bush quer impor ao Oriente Médio uma área de livre comércio semelhante à Alca. Pág. 9 BRASIL-IRAQUE – O Brasil já deve reiniciar os negócios com o Iraque, afirma o ministro Luiz Fernando Furlan. Pág. 9 ALCA – Grande parte da produção brasileira seria destruída se entrasse em vigor a Alca, diz o economista Paulo Nogueira Batista Jr. Pág. 11 QUILOMBOS – Veja um ensaio fotográfico com imagens dos quilombos brasileiros, registradas pelo fotógrafo Ricardo Teles. Pág. 13 RÁDIOS DE CRIANÇAS – Nas escolas municipais de São Paulo (SP), crianças produzem programas de rádios comunitárias para seus colegas. Pág. 15
BRASIL DE FATO De 15 a 21 de maio de 2003
A responsabilidade para acabar com a bandidagem do futebol é de toda a sociedade. Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, anunciou uma cruzada para moralizar o esporte brasileiro. Ele também anunciou a principal meta de sua gestão:“colocar quatro milhões de pessoas praticando esporte até o final do governo”. Apesar de reconhecer as dificuldades iniciais, Queiroz acredita que o esporte poderá ser usado como um instrumento de inclusão social e combate à criminalidade. Pág. 16
■ O administrador de empresas Marcelo Fernandez espera sua vez em fila de candidatos a um posto de trabalho, na sede da Central Única dos Trabalhadores, em São Paulo
Nathan
Ministro quer acabar com a bandidagem no futebol
DESEMPREGO Renato Stockler
MST do Brasil inspira a luta de sul-africanos por terras
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