Militar, a Democracia Populista e a Era Varga. A exemplo, temos personalidades reescritas como o poeta barroco Gregório de Matos Guerra (Acadêmicos de Santa Cruz, 1991) e o político e jurista Rui Barbosa de Oliveira (São Clemente, 1999). São temas inesgotáveis sobre personalidades que são rememoradas pela liberdade coletiva, o Boca do Inferno, “jovem inteligente/ De versos maldizentes” (Anexo 65), pela poesia satírica; e a Águia de Haia pela oratória, pelo discurso e pelo engajamento político em prol da liberdade e do progresso. Outra observação, que merece anotação, é que, ao apontarem essas duas personalidades, com a mesma atenção que dispensamos a Jorge Amado, os autores exaltam o lugar deles e, não por coincidência, evocam a terra natal, épica e honrosamente. Assim, quanto a Gregório de Matos, “Floresceu seu ideal lá na Bahia” (Anexo 64), a Rui Barbosa “Minha escola faz a festa/ Traz para o povo um baiano genial” (Anexo 100), a Jorge Amado: “Ave, Bahia sagrada! / Abençoada por Oxalá”. (Anexo 222) A homenagem à Bahia de Todos-os-Santos é um reconhecimento do lugar não apenas de Gregório, Rui e Amado, é igualmente memória do autor que se identifica com a cultura afro-brasileira, que tem consciência de que antes do Rio havia a Bahia. A Bahia que enviara vários descendentes que, igualmente, colaboraram para o surgimento do samba e do nosso carnaval.
4.10 – A LIBERDADE, O CARNAVAL E OUTRAS ARTES Nesse agrupamento, verificamos tratar das alusões da palavra liberdade à Semana de Arte Moderna, às artes em geral, às personalidades do Carnaval (cinco compositores) e à própria festa do povo, em um exercício metalinguístico. Dessa forma, destaquemos os temas e as alusões a eles: A Semana de Arte Moderna: “Ecoou, ecoou/ Um grito forte: Liberdade/ Fecundou o Modernismo em nossa arte/ E na literatura nacional/ Nossos artistas por aqui se propagaram/ E também se consagraram com a primeira bienal”, da Unidos da Tijuca, em De Portugal à bienal do país do Carnaval, 1989. (Anexo 56) Artes: “Difícil/ Conviver na adversidade/ Com arte ser eficiente/ Fazer da pintura sua liberdade/ Fazer esculturas usando a paixão/ Feitiço de poeta invade o coração/ Divino é o poder da criação”, da Império Serrano, em Ser diferente é normal: O Império Serrano faz a diferença no Carnaval, 2007. (Anexo 180) 143