A liberdade inscrita nos sambas enredos cariocas (1943 a 2013)

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Militar, a Democracia Populista e a Era Varga. A exemplo, temos personalidades reescritas como o poeta barroco Gregório de Matos Guerra (Acadêmicos de Santa Cruz, 1991) e o político e jurista Rui Barbosa de Oliveira (São Clemente, 1999). São temas inesgotáveis sobre personalidades que são rememoradas pela liberdade coletiva, o Boca do Inferno, “jovem inteligente/ De versos maldizentes” (Anexo 65), pela poesia satírica; e a Águia de Haia pela oratória, pelo discurso e pelo engajamento político em prol da liberdade e do progresso. Outra observação, que merece anotação, é que, ao apontarem essas duas personalidades, com a mesma atenção que dispensamos a Jorge Amado, os autores exaltam o lugar deles e, não por coincidência, evocam a terra natal, épica e honrosamente. Assim, quanto a Gregório de Matos, “Floresceu seu ideal lá na Bahia” (Anexo 64), a Rui Barbosa “Minha escola faz a festa/ Traz para o povo um baiano genial” (Anexo 100), a Jorge Amado: “Ave, Bahia sagrada! / Abençoada por Oxalá”. (Anexo 222) A homenagem à Bahia de Todos-os-Santos é um reconhecimento do lugar não apenas de Gregório, Rui e Amado, é igualmente memória do autor que se identifica com a cultura afro-brasileira, que tem consciência de que antes do Rio havia a Bahia. A Bahia que enviara vários descendentes que, igualmente, colaboraram para o surgimento do samba e do nosso carnaval.

4.10 – A LIBERDADE, O CARNAVAL E OUTRAS ARTES Nesse agrupamento, verificamos tratar das alusões da palavra liberdade à Semana de Arte Moderna, às artes em geral, às personalidades do Carnaval (cinco compositores) e à própria festa do povo, em um exercício metalinguístico. Dessa forma, destaquemos os temas e as alusões a eles: A Semana de Arte Moderna: “Ecoou, ecoou/ Um grito forte: Liberdade/ Fecundou o Modernismo em nossa arte/ E na literatura nacional/ Nossos artistas por aqui se propagaram/ E também se consagraram com a primeira bienal”, da Unidos da Tijuca, em De Portugal à bienal do país do Carnaval, 1989. (Anexo 56) Artes: “Difícil/ Conviver na adversidade/ Com arte ser eficiente/ Fazer da pintura sua liberdade/ Fazer esculturas usando a paixão/ Feitiço de poeta invade o coração/ Divino é o poder da criação”, da Império Serrano, em Ser diferente é normal: O Império Serrano faz a diferença no Carnaval, 2007. (Anexo 180) 143


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ANEXOS – SAMBAS-ENREDOS

3hr
pages 201-278

4.13 – Considerações sobre este capítulo

11min
pages 170-176

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6min
pages 177-181

REFERÊNCIAS

3min
pages 182-184

4.12.4 – África

1min
page 158

4.12.5 – A Escravidão

18min
pages 159-169

4.12.3 – Palmares

1min
page 157

4.12.2 – Zumbi e Outros Referentes Negros

4min
pages 155-156

4.11 – A Liberdade e as Significações Difusas

7min
pages 149-152

4.10 – A Liberdade, o Carnaval e Outras Artes

9min
pages 144-148

4.8 – Liberdade, Mitologia e Religiosidade

4min
pages 139-141

4.9 – A Liberdade e Outras Representações

3min
pages 142-143

4.6 – A Liberdade e os Países

3min
pages 134-135

4.7 – A Liberdade e o Povo

6min
pages 136-138

4.5 – A Liberdade, as Mulheres e os Direitos Feministas

4min
pages 131-133

4.4 – A Liberdade e os Indígenas

3min
pages 129-130

4.2 – A Liberdade de Expressão

3min
pages 123-125

4.3 – A Liberdade e a Independência

6min
pages 126-128

3.9 – Considerações Sobre Este Capítulo CAPÍTULO 4 – A PALAVRA LIBERDADE AO LONGO DA DEMOCRACIA

5min
pages 117-120

4.1 – Introdução ao Quatro Capítulo

2min
pages 121-122

3.7 – A Liberdade e as Significações Difusas

2min
pages 109-110

3.8 – A Liberdade e a Escravidão

10min
pages 111-116

3.6 – Liberdade e Independência

9min
pages 104-108

2.5 – Considerações Sobre Este Capítulo CAPÍTULO 3 – A PALAVRA LIBERDADE AO LONGO DA DITADURA

5min
pages 91-93

3.2.3 – Guararapes

2min
page 98

3.3 – Liberdade e República

3min
pages 100-101

3.2.4 – Indígenas

1min
page 99

2.4.5 – Chico Rei

2min
pages 89-90

3.5 – Liberdade e Carnaval

1min
page 103

3.4 – Liberdade e Povo

1min
page 102

3.1 – Introdução ao Terceiro Capítulo

2min
pages 95-96

2.4.4 – Preto Velho

1min
page 88

2.4.3 – Palmares

7min
pages 84-87

2.4.2 – Castro Alves

2min
page 83

2.2 – A Liberdade e a Segunda Guerra Mundial

5min
pages 75-78

2.3.2 – José Bonifácio

1min
page 81

1.4 – Considerações Sobre Este Capítulo

5min
pages 69-71

1.3.12 – Os Primeiros Sambas-Enredos

11min
pages 63-68

1.3.11 – Samba-Enredo

4min
pages 61-62

2.1 – Introdução ao Segundo Capítulo

3min
pages 73-74

1.3.10 – As Escolas De Samba

1min
page 60

1.3.7 – A Primeira Música do Carnaval

2min
pages 51-52

1.3.9 – O Samba

4min
pages 58-59

1.3.8 – Tia Ciata

7min
pages 53-57

1.3.5- A Praça Onze

4min
pages 44-46

1.3.6 – As Sociedades Carnavalescas

6min
pages 47-50

1.3.4 – Os Ranchos

3min
pages 42-43

1.2 – Origens e Significados do Carnaval

22min
pages 25-35

1.3.3 – Os Cordões

3min
pages 40-41

1.3.2 – O Zé Pereira

2min
pages 38-39

INTRODUÇÃO À TESE

12min
pages 14-21

1.1 – Introdução ao Primeiro Capítulo

3min
pages 23-24

ABSTRACT

1min
page 12

RESUMO

1min
page 11

RESUMEN

1min
page 13
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A liberdade inscrita nos sambas enredos cariocas (1943 a 2013) by Pedro Belford - Issuu