Revista UBC #22

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Notícias : UBC/9

novidades Internacionais

Geraldo Vianna representa a UBC na reunião da Alcam na Bolívia

Argentina bloqueia The Pirate Bay, e entidade musical do país é hackeada

Com adesão cada vez maior entre os países sul-americanos, a Aliança Latino-Americana de Autores e Compositores (Alcam) recebeu, em sua última reunião, em agosto, autores interessados em discutir os caminhos e desafios do direito autoral. Entre os participantes, o compositor, violonista, arranjador e produtor mineiro Geraldo Vianna representou a UBC nas sessões realizadas em Cochabamba (Bolívia). No encontro, foram debatidas medidas governamentais e propostas de alteração das leis que tratam da gestão coletiva de direitos autorais nos países da região, que apresentam uma tendência excessivamente intervencionista. Criada para buscar melhores condições de trabalho e sobrevivência para os autores e compositores, a Alcam é composta por representantes das várias sociedades de autores latino-americanas. Vianna pregou a necessidade de buscar diferentes estratégias de divulgação da música latina, a fim de aumentar sua influência no mercado internacional. E afirmou ser preciso usar com inteligência a mesma internet que potencializou as violações dos direitos autorais. “É preciso atuar de forma obstinada e persistente, buscando um intercâmbio constante. Salientei a tendência e a importância de criarmos meios de comunicação e de utilização maciça das redes sociais e de grupos de discussão e organizações em cada país para, juntos, discutirmos e expormos os problemas relacionados ao cotidiano dos autores e compositores. Que seja criada uma verdadeira rede de informações entre os países integrantes da Aliança.” Também estiveram presentes representantes das sociedades de autores de Argentina, Costa Rica, Chile, Paraguai e Uruguai.

A Argentina se tornou o primeiro país sul-americano a bloquear o popular portal P2P The Pirate Bay. A ordem judicial, aplicada aos 11 principais provedores de internet do país, seguiu-se a uma ação movida pelo principal organismo representante da indústria discográfica local, a Câmara Argentina de Produtores de Fonogramas e Videogramas (CAPIF). A decisão foi liminar e não teve contestação até o momento, de modo que deve durar até que o processo seja concluído. Na avaliação da CAPIF, o portal de compartilhamento de músicas sem licença é uma ameaça séria ao negócio musical. Logo depois da decisão, o site oficial da entidade foi hackeado, e sua página de abertura foi substituída pelo servidor do próprio The Pirate Bay, permitindo aos usuários argentinos continuar a compartilhar arquivos ilegalmente. Foram necessárias mais de dez horas até que a CAPIF recuperasse acesso ao seu próprio portal. As informações são do site aliadodigital.com.

Estudo da Cisac destaca potencial da indústria criativa nos Brics Vendas de álbuns on-line caem, e 'streamings' disparam nos EUA As vendas de álbuns e canções digitais tiveram quedas de, respectivamente, 11,6% e 13% no primeiro semestre do ano nos Estados Unidos, segundo dados da consultoria Nielson SoundScan. Mas nada parece alarmar a indústria americana, que confia no streaming para revitalizar o mercado. Essa modalidade de consumo de música on-line subiu 42% no mesmo período, atingindo 70,3 milhões de reproduções. Ainda que alguns álbuns tenham desempenhos animadores – como a trilha do filme “Frozen”, da Disney, com 2,7 milhões de cópias vendidas, e bons resultados também para Beyoncé, Lorde e Coldplay, com números de 700 mil a 590 mil unidades descarregadas –, o panorama geral é de queda nas vendas na última década, fenômeno similar ao que ocorre com os CDs.

Um estudo da Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores (Cisac), divulgado em setembro, identificou “tremendo potencial” nos países do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para aumentar a contribuição da sua indústria criativa ao Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o levantamento, a média de contribuição de músicas, filmes, espetáculos de teatro e outros gêneros para o total da riqueza gerada nessas nações é de apenas 1% a 6%, em média. De acordo com a Cisac, em 2011 o comércio internacional de bens culturais atingiu US$ 624 bilhões, algo como 7,5% de tudo o que foi exportado. Mas a fatia dos Brics nesse bolo não passou de US$ 12 bilhões, menos da metade do que os EUA geraram sozinhos, apesar de, combinadas, as economias das maiores nações em desenvolvimento serem apenas 12% menores que a do gigante norte-americano. “A economia criativa gera algo como 10% a 11% do PIB na Coreia do Sul ou nos EUA. Ainda que culturalmente ricos, os países dos Brics giram só uma fração disso”, afirmou Javed Akhtar, letrista, poeta e roteirista indiano e um dos vice-presidentes da Cisac.


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