Revista E - março/2021

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MÚSICO, CANTOR E EXPERIMENTADOR DE SONS, ARRIGO BARNABÉ FALA SOBRE OS 40 ANOS DO DISCO CLARA CROCODILO, SUA VERVE CÊNICA E SOBRE A VIDA FORA DO MAINSTREAM

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stranhamento é uma palavra que o compositor e instrumentista Arrigo Barnabé toma como elogio. Afeito àquilo que é dissonante e fora do

trivial na música, o compositor, instrumentista e cantor nascido em Londrina (PR) e radicado em São Paulo, celebrou em 2020 os 40 anos do álbum de estreia, Clara Crocodilo. Formado em Música pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), foi na capital paulista, mais precisamente no Festival Universitário da TV Cultura em 1979, que Arrigo Barnabé mostrou o improvável: misturar a música erudita ao pop e ao rock. Tanto que o disco Clara Crocodilo, do qual participaram Itamar Assumpção — amigo e parceiro musical —, o baterista, irmão e também compositor Paulo Barnabé, e muitos outros artistas, se tornou um marco da vanguarda paulista. “Acho Clara Crocodilo, musicalmente, extremamente atual. E os jovens se identificam com ele”, observa o músico, que em 1984 voltou a provocar o público com o álbum Tubarões Voadores. Além disso, ele já atuou em filmes (Nem Tudo É Verdade, de Rogério Sganzerla, 1986), compôs trilhas sonoras (Cidade Oculta, de Chico Botelho, 1986), óperas, e ainda fez uma releitura afetiva das obras do cantor e compositor Lupicínio Rodrigues (1914-1974) no show Caixa de Ódio, em 2011. Nesta Entrevista, Arrigo Barnabé volta no tempo para falar dos bastidores de seus experimentos musicais, parceiros e maestros que marcaram sua carreira e a tal longevidade underground.

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