Especial Saúde da
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Enxaqueca É fundamental buscar um profissional especializado para que exames complementares sejam solicitados e o melhor tratamento seja prescrito.
A dor de cabeça é um sintoma comum em adultos e crianças, sendo responsável por elevado número de consultas médicas, principalmente neurológicas. Os pacientes frequentemente associam sua dor à possibilidade da existência de uma patologia potencialmente grave, como tumor ou aneurisma intracraniano. A Sociedade Internacional de Cefaléias divide as cefaléias em dois grandes grupos. O primeiro compreende as cefaléias primárias, aquelas que constituem em si mesmas a doença. O exemplo clássico é a migrânea, anteriormente denominada enxaqueca comum, e que atinge aproximadamente 16% das mulheres. O segundo grupo é formado pelas cefaléias secundárias, que fazem parte do cortejo sintomatológico de uma doença qualquer, seja esta primária do sistema nervoso central ou sistêmica. Quando falamos sobre enxaqueca sabemos que elas são 3 a 5 vezes mais comuns na mulher do que no homem, pois resulta, principalmente, das alterações hormonais que o organismo feminino sofre ao longo da vida. Assim, o aumento e queda dos níveis de estrogênio e progesterona que
acontecem devido às situações como menstruação, uso de pílulas hormonais e gravidez podem piorar as crises de enxaqueca, o que é chamado de enxaqueca hormonal. Apesar de não se saber exatamente a causa desta situação, isto provavelmente acontece porque estes hormônios podem ter efeitos estimulantes para o cérebro. Na maioria dos casos as crises aparecem espontaneamente mas existem descrições de que movimentos cervicais, exercícios, álcool e estresse podem ser fatores desencadeantes. Os pacientes portadores de Migrânea com aura apresentaram um risco 2 vezes maior de acidente vascular cerebral isquêmico em comparação com pacientes portadores do subtipo sem aura, mes-
DR. FÁBIO VIEGAS CRM/PR 25867 | CRM/SC 24521 | RQE 19049 Neurocirurgia | Cirurgia de Nervos Periféricos 48
Revista Saúde | Agosto . 2021 | rsaude.com.br
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mo ajustando os fatores de risco para a ocorrência da patologia. E a Migrânea com aura teve uma forte associação com o AVE do tipo cardioembólico, se comparado com o AVE trombótico. Diante destes achados, preconiza-se a importância de se realizar testes de diagnóstico específico para avaliar os riscos, obtendo-se a prevenção de “derrames” em pacientes portadores de Migrânea/ Enxaqueca, principalmente os do subtipo com aura. Um dos exames que apresentam resultados satisfatórios nesta situação é o Doppler Transcraniano. Exame este muito prático, minimamente invasivo e, normalmente, realizado por um Neurologista ou Neurocirurgião no consultório ou Hospital.