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NATAL: CRISTIANISMO OU PAGANISMO? por: Crispim Guimarães
O Natal está chegando. Dias de festa, união da família, presentes e muita comida. Mas, muitas vezes, o principal motivo pelo qual se celebra fica em segundo plano, ou até mesmo é esquecido. A revista Celebrar convidou o Padre Crispim Guimarães para escrever um artigo exclusivo sobre essa data tão especial para os cristãos. Confira.
sta é uma festa bimilenar. Para os cristãos, juntamente com a Páscoa, está entre os momentos mais elementares da fé: Nascimento e Ressurreição. Porém, existem muitas inquietações sobre a data. Uns questionam se foi em 25 de dezembro que nasceu o Menino Deus, se era a festa pagã do deus sol. Especialmente vivemos no período do pós-estruturalismo, filosofia que procura desconstruir as chamadas “verdades”, ainda mais se estas são verdades de fé; por isso tamanha confusão.
humanidade depois da sua Ascensão ao Céu, ou seja, a vida cristã gerou um novo estilo de sociedade. Exemplos: a mulher era mais uma no harém dos homens poderosos, foi o cristianismo que lhe deu a possibilidade de “ter seu homem”; São Paulo, escrevendo a Filêmon, pede que Onésimo, escravo até então, seja considerado irmão e não mais servo. Assim, o Segundo Testamento é permeado de um novo estilo de vida, no qual o ser humano vale mais que o dinheiro, o poder, e o prazer.
É nesse contexto que a festa do Natal é extremamente contestada, transformando-se mais numa festa pagã, e o valor comercial vem gradativamente tomando o lugar do religioso. Portanto, julgar o passado sem compreender o que se passava em épocas distantes é irreal e desleal. Para julgar o que fez a Festa ser comemorada no dia do sol, é preciso compreender todo o contexto histórico e simbólico do período inicial cristão. Feita a preliminar, é evidente a historicidade de Jesus. Mais evidente ainda é a sua ação pelo Espírito na história da
O Natal é a data inicial dessa mudança mundial significativa; sem a encarnação do Verbo (Jesus) as sociedades teriam cometido muito mais atrocidades. Não é segredo que os chamados direitos humanos, hoje evocados nas políticas direitos dos povos, nasceu dos princípios cristãos. Nos primeiros séculos do cristianismo, vivia-se em sociedades com limites no tocante à alfabetização, à documentação de fatos históricos, etc. Jesus nasce numa família sem relevância social; portanto,
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sua data natalícia não foi constatada nos livros das autoridades, isso seria reservado aos nobres, não aos desprovidos. Mas, é inegável a sua existência, especialmente a constatação da sua vida pública e sua ação para fazer o “HOMEM” ser olhado como imagem de DEUS. Na região dos povos nômades, nas religiões praticadas por eles e demais povos não judeus, o sol,pelo seu significado na preservação da vida, pela