DURAÇÃO E ESPAÇO: A LIBERDADE ENQUANTO DADO IMEDIATO NO PENSAMENTO DE HENRI BERGSON Carlos Diogo Mendonça da Silva1 Sônia Maria Soares de Oliveira2
resumo Tomando como referência a obra bergsoniana, Ensaio sobre os dados imediatos da consciência (1889), buscamos, no presente texto, retomar a leitura de Henri Bergson, tendo como referência o problema da liberdade. Tal questão fazia parte do debate científico da época, principalmente no positivismo. O problema da liberdade é, antes de tudo, metafísico, pois é sustentado sobre uma noção impura e imprecisa do tempo. Para tanto, faz-se necessário discorrer sobre os conceitos de duração e espaço, a fim de compreendermos esta enquanto dato imediato da consciência. Em Bergson, a vida interior é de natureza temporal e não espacial. Na raiz dessa problemática está o conflito que se faz entre tempo e espaço ao não percebermos que os estados psicológicos, assim como a vida psíquica são de natureza exclusivamente qualitativa. A partir desse embate, tem-se a representação de um eu superficial e de uma multiplicidade quantitativa dos estados psicológicos como se fossem de natureza física, assim fez a psicofísica,
1 Doutorando em Filosofia – UFC. Mestrado em Filosofia – UFC. Graduação em Filosofia e Bacharelado em Psicologia. Experiência em Ensino de Filosofia no Ensino Fundamental e Médio. Psicólogo – CRP 11/10412 com experiência em Psicologia e Políticas Públicas de Saúde Mental, Assistência Social e Clínica com abordagem Junguiana. Professor Substituto do curso de Psicologia da Universidade Estadual do Ceará – UECE. 2 Mestre em Educação – UECE. Especialista em Ensino de História - UECE. Licenciatura em História – UECE. Professora de História na Secretaria de Educação do Estado do Ceará – SEDUC. Pesquisa sobre formação docente, filosofia, gênero, cartografia e temas ligados à educação. revista lampejo issn 2238-5274 | vol. 10, n. 1
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