UMA CLÍNICA SEM ÓRGÃOS Caio Lucas do Carmo Prado1
resumo Este texto objetiva pôr a clínica em análise a partir de alguns de seus referenciais teóricos, políticos, estéticos e metodológicos que vieram-na constituindo historicamente, ressoando nas práticas contemporâneas e configurando os modos de cuidar e seus efeitos de subjetivação. Para isso, investigou-se como agenciamentos de poder irão sustentar fortes relações com a produção de uma clínica submetida aos estratos de organismo, significância e subjetivação. Tornou-se, portanto, necessário esboçar uma possível aliança entre a composição de um dispositivo clínico com o conceito de Corpo sem Órgãos (CsO), elaborado por Gilles Deleuze (1925 - 1995) e Félix Guattari (1930 - 1992), fabulando a invenção de uma Clínica sem Órgãos, que se desdobra na potência de experimentação da desestratificação com prudência e abertura para circulação de novas intensidades. PALAVRAS-CHAVE: Clínica; Esquizoanálise; Corpo sem Órgãos.
abstract This text aims to analyze the clinic based on some of its theoretical, political, aesthetic and
1 Artista, pesquisador e militante antimanicomial. Graduando em Psicologia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Integra o programa de extensão PASÁRGADA: Promoção Arte, Saúde e Garantia de Direitos. Compõe o Laboratório de Estética e Filosofia da Arte (LEFA). Email para contato: clucasprado@gmail.com revista lampejo issn 2238-5274 | vol. 10, n. 1
08/2021
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