A MINHA DILUIÇÃO NA OBRA CINEMATOGRÁFICA: DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL COMO ACONTECIMENTO(S) E EXPERIMENTAÇÃO Pedro Henrique Araújo Santiagoo Mota1 "A arte é uma máquina de produzir comoções" Mário de Andrade
Eu não estou tratando de cópia. Nem de mimesis. Nem de repetição. Nem de representação. Isso também não quer dizer que o assunto de que eu falo é da mais suma importância. Prefiro permanecer no âmbito do ‘talvez’. Talvez seja importante. Prefiro que o que eu digo conviva com a ameaça de não ser importante. Conviva com o risco de não ser científico, de não ser sério, de não ser filosófico, de não ser rigoroso, de não ser sistemático. Eu prometo, para vocês, que vai ser importante, que vai ser interessante, mas não posso assegurar severamente que o seja, porque, como diz Jacques Derrida, não seria promessa, nem um ‘talvez’, seria previsão. E a previsão nada tem a ver com o que eu quero falar, sobre acontecimentos e experiências singulares, assim como a opinião e a informação nada tem a ver com acontecimentos. O acontecimento é sublime e efêmero, ocorrendo subitamente, pegando-me com as calças nas mãos. E nele está contido minha singularidade, meus medos, minhas sublimações, meus atos falhos. Se não registro meus acontecimentos de alguma forma, perco-os. Eles evadem! Isso não é papo sobre “democracia liberal”, de exaltação do indivíduo em detrimento do coletivo.
1 Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) na Linha de Pesquisa de Estética e Filosofia da Arte (2020-). Mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC). Licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) (2013-2017). Possui experiência em Filosofia Antiga, com ênfase em Ontologia, Epistemologia e Linguagem. Tem interesse pelo campo de Filosofia e Estética no que tange ao estreitamento entre as Teorias Filosóficas e o Cinema Brasileiro. E-mail: pedro_010994@hotmail.com revista lampejo issn 2238-5274 | vol. 10, n. 1
08/2021
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